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O rosto missionário de João XXIII e João Paulo II


O domingo, dia 27 de abril, papa Francisco canoniza dois de seus antecessores: João XXIII e João Paulo II. Cada um deles ofereceu um legado missionário extraordinário à Igreja.

João XXIII foi o papa que convocou o Concílio Vaticano II (1962-1965). Seu nome era Angelo Roncalli, originário de Sotto il Monte (província de Bérgamo, Itália) nasceu em 1881, terceiro filho duma família agrícola pobre e numerosa. Foi ordenado sacerdote em 1903 e, depois de ter servido sua diocese como secretário do bispo, professor e diretor espiritual do seminário, foi nomeado diretor das Pontifícias Obras Missionárias na Itália em 1920. Esse encargo abre-lhe a cabeça e o coração para a dimensão missionária.

Em 1925 é nomeado bispo, visitador apostólico na Bulgária, onde permanece até 1934, quando é transferido para Istambul, na Turquia, na Delegação Apostólica de Constantinopla. Nestas duas experiências, Roncalli entra em profundo contato com o mundo da Igreja ortodoxa e com o mundo muçulmano.

Em 1944, é nomeado núncio apostólico na França, destruída pela 2ª Guerra Mundial, e em 1953 Cardeal e Patriarca de Veneza. Finalmente, em 1958, sucede como Papa a Pio XII, falecido em 9 de outubro daquele ano.

Pessoa simples e de bom humor, João XXIII foi uma figura muito popular, sobretudo na Itália, muito parecido com o Papa Francisco. Eleito papa com 77 anos, deixou todos boquiabertos ao anunciar a realização do Concílio Ecumênico Vaticano II três meses depois de tomar posse da cátedra de Pedro. Ele queria uma Igreja toda missionária, aberta ao diálogo e próxima das pessoas. Ao jornalista que lhe perguntou sobre o que esperava do Concílio, João XXIII respondeu que não sabia muito bem. Porém, abrindo a janela, acrescentou: “pelo menos um pouco de ar fresco!”.

No dia da abertura do evento que ia mudar definitivamente a Igreja, em 11 de outubro de 1962, proferiu uma saudação que se estampou indelevelmente na memória do povo: “voltando para casa, encontrareis as crianças: fazei uma carícia às vossas crianças e dizei: ‘esta é a carícia do papa’. Encontrareis algumas lágrimas para enxugar. Tende para os aflitos uma palavra de conforto. Saibam os aflitos que o papa está com seus filhos especialmente nas horas de tristeza e de amargura”.

Ao mesmo tempo, João XXIII era uma pessoa extremamente culta, experiente e com uma visão universal que caracterizava profundamente seu espírito missionário. Durante o retiro espiritual no final de 1959, papa Roncalli anota em seu diário: “Desde que o Senhor me quis, miserável como sou, neste seu grande serviço, não me sinto mais como pertencente a algo de particular na vida: família, pátria terrena, nação, regras particulares em matéria de estudos, nem mesmo de projetos, ainda que bons. Agora, mais do que nunca, não me reconheço senão um indigno e humilde servo de Deus e servo dos servos de Deus. O mundo todo é a minha família. Esse senso de pertença universal deve dar tom e vivacidade à minha mente, ao meu coração, às minhas ações. Essa visão, esse sentimento de universalidade, vivificará antes de mais nada, a minha constante e ininterrupta oração cotidiana, breviário, santa missa, rosário completo, visitas assíduas a Jesus no sacrário, formas rituais e espontâneas de união com Jesus, familiares e íntimas. Um ano de experiência me dá luz e conforto para reavivar, para corrigir, para dar um toque delicado e não impaciente de perfeição em tudo”.

Por sua vez, João Paulo II, o papa Polonês já é uma pessoa mais conhecida porque mais próxima às gerações de hoje. Seu pontificado durou 27 anos (1978 – 2005) e entrou para a história pelas viagens apostólicas realizados no mundo inteiro: 104 fora da Itália, visitando 129 países. Karol Wojtyla – esse era seu nome de batismo – percorreu mais quilômetros do que todos seus antecessores juntos!

Sabia falar muitas línguas, comunicava uma vontade e uma determinação fora do comum, fazia sentir a proximidade de Jesus ao mundo inteiro e, especificamente, a cada povo que encontrava. Deixou à Igreja uma grande encíclica missionária, um dos seus mais importantes documentos: a Redemptoris Missio (1990).

Nela João Paulo II afirma que “a missão é um problema de fé, a medida exata da nossa fé em Cristo e no seu amor por nós” (RMi 11) e que “se impõe uma conversão radical da mentalidade para nos tornarmos missionários”, pois “o Senhor nos chama constantemente a sairmos de nós mesmos” (RMi 49): todos conceitos que retornarão no Documento de Aparecida e na Exortação Apostólica de Papa Francisco, a Evangelii Gaudium.

Mas antes de tudo foi uma prioridade de papa Wojtyla reacender o zelo e o entusiasmo dos cristãos para o anúncio de Jesus Cristo ao mundo inteiro, apontando à Igreja os novos areópagos, as novas fronteiras da missão universal: as periferias das cidades, as vítimas da exclusão social, a juventude, os meios de comunicação social, a promoção da paz, a luta pela justiça e pela salvaguarda da criação.

Tanto na Redemptoris Missio como em muitos dos seus discursos e documentos, ele não se cansou de recordar estes novos areópagos onde o Evangelho e os valores que ele promove deverão explicitamente ser propostos. Ao falar de areópagos, ele recorda que o anúncio do Evangelho dever ir para além do púlpito, sair da catedral e atingir a pessoa onde ela se encontra, com os meios que lhe são familiares, nos âmbitos de luta e de transformação social e cultural em que se encontra envolvida.

Enfim, ele que foi o papa a lançar a Nova Evangelização, também lembrou continuamente à Igreja da importância da missão ad gentes: “é preciso evitar que esta tarefa especificamente missionária, que Jesus confiou e continua quotidianamente a confiar à Sua Igreja se torne uma realidade diluída na missão global de todo o Povo de Deus, ficando desse modo descurada ou esquecida”.

Para João Paulo II excluir esse ad gentes do horizonte eclesial significava, definitivamente, trair a proposta do Evangelho: “sem a missão ad gentes, a própria dimensão missionária da Igreja ficaria privada do seu significado fundamental e do seu exemplo de atuação” (RMi 34).

Por esses motivos, a canonização também desta grande figura carismática não poderá não trazer para as igrejas do mundo inteiro e de diferentes denominações, motivos de profunda conversão missionária.

Estêvão Raschietti.


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