Desde que eu entrei com as Missionárias de Maria-Xaverianas, percebi que minha vida tinha que tomar uma direção diferente. Nessa aventura missionária, trabalhei em três países: México, que é o meu país, Brasil e Itália para compartilhar a fé com os irmãos e irmãs mais necessitados e excluídos.
Compartilhar a esperança é o sentido da vida que Deus dá a todos nós.
Grande parte da caminhada foi com os jovens. Compartilhamos as alegrias e as tristezas, as angústias e suas vitórias. Tentei ajudá-los a realizar um projeto de vida que os levasse a experimentar a presença de Deus misericordioso. No Brasil, trabalhei na arquidiocese da cidade de Londrina, no Paraná, onde iniciamos a formação para coordenadores que seriam enviados às paróquias para formação da pastoral juvenil.
Na periferia da cidade, trabalhei com jovens em risco de entrar no mundo das drogas, prostituição, anorexia, problemas comportamentais; para ajudá-los nesse processo de reintegração, contávamos com a ajuda de profissionais. Certamente, eu compartilhei com eles a fé em Deus, que nos ama e que quer para nós a verdadeira felicidade. Foi um trabalho muito bom porque os jovens, nas pequenas coisas, às vezes despercebidas, surpreendiam-nos em todas as reuniões, com cada pessoa. Eu acompanhei algumas jovens com o desejo de fazer um caminho de discernimento vocacional e saber mais sobre nossa vida missionária.
Em seguida, fui destinada ao estado de Mato Grosso, no norte do Brasil, por cinco anos. Lá, trabalhei na formação litúrgica e catequese das comunidades.
Sobre essa experiência, posso dizer que foi uma renovação contínua no exercício da escuta, paciência para respeitar o ritmo de cada pessoa no compromisso de sua fé. Com os jovens, realizamos encontro durante três dias com um objetivo formativo: através do jogo, aprofundamento de temas, a dimensão humana para aprender a tirar de cada experiência vivida um tesouro para a própria vida.
A missão no Brasil esteve cheia da misericórdia de Deus.
Ele nos ensina a continuar, mesmo em tempos difíceis. Posso dizer que minha fé foi provada por determinados acontecimentos, especialmente aqueles que necessitaram de mais força, além da que eu tinha.
Deus não impede as dificuldades da vida, mas nos dá a oportunidade de crescer através delas para aprender a amar a todos.
Eu aprendi a lidar com certas situações difíceis, mas nada tirou a alegria do Evangelho e a paz que vem de quem me chamou para compartilhar a fé em qualquer lugar. Eu aprendi o que significa pedir e receber o perdão, requisito fundamental para caminhar nas estradas da vida. Ele nos faz fortes com sua misericórdia e mostra-nos como devemos viver cada dia na reconciliação.
Ensina-nos a ter um olhar que não julga, mas que deseja o crescimento de todos e continua adiante com a mesma ternura com que Deus nos olha.
Atualmente, estou na Itália para desempenhar um trabalho na área da comunicação com o foco na evangelização mais próxima às novas gerações. O objetivo é comunicar a alegria do Evangelho a todos. Também será um trabalho pastoral para estimular a dimensão missionária da igreja e acompanhar nossos irmãos e irmãs imigrantes que precisam presença amiga.
Ir. Licha Santiesteban, mmx.