Nós somos colaboradores de Deus. Vocês, o campo de Deus, o edifício de Deus (1 Cor 3,9). - Vivo nestes dias uma nova saída: depois de apenas um ano, deixei a diocese do Alto Solimões (AM) para voltar à delegação espanhola.
O povo amazonense se acostumou com a saída dos missionários depois de pouco tempo. Estou convencido de que o caminho xaveriano passa por uma presença consistente no Alto Solimões. “Toda a Igreja hoje é chamada a uma profunda conversão missionária ad gentes; conversão que capacite a Igreja a sair do isolamento para se lançar decididamente ao encontro das pessoas até os últimos confins do mundo e para se deixar questionar pelas novas situações, pelos novos problemas e desafios” (XVII Capitulo Geral dos Missionários Xaverianos, 6).
Agora entendo melhor a frase do nosso bispo de Alto Solimões, dom Adolfo Zon: “quando cheguei aqui, vi a necessidade que a diocese do Alto Solimões tem dos xaverianos. Mas agora vejo a necessidade ainda maior que os xaverianos têm da diocese do Alto Solimões”. Temos que nos deixar interpelar por novas situações, novos desafios e problemas…
Nunca imaginei que poderia encontrar um lugar de primeiro anúncio no Brasil.
Será difícil encontrar outro lugar que nos ofereça todas essas possibilidades de conversão.
A diocese do Alto Solimões tem onze povos indígenas conhecidos e outros tantos isolados. Existem comunidades que não recebem visita missionária já faz muitos anos.
Situação pior ainda tem a outra beira do Vale do Javari, em território peruano. São mais de cem mil km2 sem acompanhamento eclesial.
Os leigos xaverianos foram mais rápidos que nós religiosos em chegar na diocese de dom Adolfo, confiando que nós déssemos também um jeito.
Eles enfrentam atualmente o desafio dos povos indígenas no mundo urbano com uma só presença…
O Capítulo Geral deixam claro que a responsabilidade da abertura no Solimões recai sobre as duas regiões xaverianas do Brasil.