Skip to main content

Faça uma doação

Faça uma doação

Os Missionários Xaverianos não dispõem de nenhuma receita a não ser o nosso trabalho evangelizador e as doações dos amigos benfeitores. O nosso Fundador, São Guido Maria Conforti, quis que confiássemos na Providência de Deus que nunca deixa desamparados seus filhos. Invocamos sobre você e sua família, por intercessão de São Guido Maria Conforti, as bênçãos de Deus.
Atenciosamente,
Redação da Família Xaveriana

Deposite uma colaboração espontânea:

Soc. Educadora S. Francisco Xavier
CNPJ: 76.619.428/0001-89
Banco Itau: agência 0255, conta corrente:27299-9
Caixa Econômica ag. 0374, conta corrente: 2665–3

Artigos religiosos

Artigos religiosos

Visite o site do nosso centro de produção
de artigos religiosos e missionários


TercoMiss

TercoMiss

Artigos

Medellín 1968: A Igreja virou fonte


O ano de 1968 marcou a história da humanidade. Na Europa, acontecia a grande revolução cultural que mudou os padrões de vida do mundo ocidental e reforçou a importância das jovens gerações. No Brasil, viviam-se os tempos sombrios da ditadura militar e do Ato Institucional número cinco.

Para a Igreja, no entanto, o mesmo ano foi marco de um grande acontecimento: a II Conferência dos bispos de todo o continente em Medellín, Colômbia. Após o Concílio Vaticano II, que trouxe um sopro de abertura e renovação para toda a Igreja, a América Latina queria relê-lo e implantá-lo no seu contexto. E foi isso que fez em Medellín. Concebeu um novo horizonte em sua autocompreensão e em sua ação pastoral. Deixou de olhar para dentro de suas fronteiras e voltou sua atenção para a realidade na qual estava imersa e situada.

Ao olhar em volta e mergulhar a atenção na realidade, os bispos viram uma desigualdade gritante entre ricos e pobres e uma opressão e violência institucionalizadas. Constataram que o maior continente cristão do mundo era igualmente aquele que abrigava o maior nível de injustiça. O clamor das vítimas desse estado de coisas se fazia ouvir e chegava ao coração dos pastores.

Foi assim que a Conferência de Medellín se comprometeu a estabelecer novas prioridades para seu trabalho pastoral, guiada pelo binômio inseparável fé e justiça. Entre todos os fiéis que viviam no continente, a atenção privilegiada do trabalho pastoral deveria ser direcionada para os mais pobres. Uma opção preferencial deveria ser feita por eles.

Uma vez estabelecida essa diretriz maior, outros compromissos foram estabelecidos. Para pensar a fé a partir de uma atenção privilegiada aos pobres, havia que criar um novo modo de fazer teologia. Nascia ali o embrião da que depois foi chamada de “Teologia da Libertação”. As teorias do desenvolvimento ganhavam força naquele período, mas a Igreja escolhia o termo “libertação” por acreditar ser mais profundo e acertado que o primeiro.

A articulação das comunidades de uma Igreja que assim se concebia ia acontecendo nas bases. Pequenos grupos de pessoas se reuniam em torno da Palavra de Deus, aplicando-a para sua vida de cada dia. Esse movimento cresceu e se espalhou por todo o continente, trazendo ar fresco e vida nova para aqueles que encontravam no Evangelho sua maior esperança. Os bispos em Medellín acolheram com alegria essa “eclesiogênese” e se dispuseram a acompanhá-la com carinho.

A pergunta lançada pelas conclusões da II Conferência era: o que significa ser cristão em um continente de pobres e oprimidos? Significou para muitos não apenas ajudar os pobres, mas partilhar com eles, em alguma medida, os efeitos dolorosos da injustiça e da opressão. Implicou fazer mudanças profundas em suas próprias vidas para serem fiéis a este propósito. Falar a língua das culturas indígenas e nativas, valorizando suas tradições, rituais e modos de culto. Integrar essas culturas como parte constitutiva do discurso e da prática eclesial.

Hoje, 50 anos depois, importa celebrar esse grande acontecimento e continuar a pôr em prática tudo que com ele foi vivido e aprendido. Em Medellín, a Igreja latino-americana deixou de autocompreender-se como réplica da Europa. Em palavras do eminente e saudoso jesuíta brasileiro Henrique de Lima Vaz, era preciso deixar de ser uma Igreja-reflexo e passar a ser uma Igreja-fonte. E assim o disseram os bispos reunidos em 1968. A Igreja do continente assumia sua vocação e destino de ser fonte de um novo modelo eclesial.

Em um mundo globalizado como o nosso hoje, as intuições proféticas de Medellín continuam válidas e inspiradoras. Para anunciar a alegria do Evangelho, é preciso encarnar-se nos contextos e culturas para conhecê-los a partir de dentro. No entanto, esse mesmo processo de encarnação obriga a sair para fora do já conhecido e dos limites interinstitucionais

O pontificado do Papa Francisco confirma toda essa trajetória eclesial que festeja cinco décadas. A Igreja em saída por ele proposta é a confirmação das prioridades de Medellín e a garantia de que hoje é preciso continuar a pisar os caminhos ali abertos.

Maria Clara Bingemer é professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio e autora de Testemunho: profecia, política e sabedoria, Editora PUC-Rio e Reflexão Editorial, entre outros.

Fonte:CRB 


Artigos relacionados

Artigos

Festa dos povos

Aconteceu no seminário xaveriano de Londrina (PR) o sábado 09 e o domingo 10 de novembro de 2019, a VIII festa dos povos, como parte da festividade...
Artigos

São Guido, um apaixonado por Jesus Cristo

No contexto da celebração dos 150 anos do nascimento de São Guido Maria Conforti, este homem que se apaixonou por Jesus Cristo, e do ano da Vida Co...
Artigos

Em memória dos Mártires Xaverianos

Por ocasião da jornada dos Mártires Xaverianos (sexta-feira, 11 de outubro de 2019), recuperamos, de várias fontes, algumas breves linhas de reflex...
Artigos

Juventude Missionária em Saída

Conto para você uma experiência que acabei de vivenciar em Barcarena (PA), a missão diocesana da Juventude Missionária que aconteceu de quinta-feir...