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Teologia

A origem da festa da páscoa


A Páscoa era uma antiga festa dos pastores de ovelhas. Era uma festa pré-israelítica. Era celebrada na primavera, e era marcada pelo sacrifício de um animal novo, com um ritual de sangue, para obter a fecundidade dos rebanhos e ter a proteção dos animais, espantando os espíritos maus para longe dos rebanhos.

É provável que era esta a festa que os hebreus queriam celebrar no deserto (Ex 5,1). Não havia necessidade de sacerdote e nem de local para a festa.

A Festa dos Ázimos era celebrada mais pelos agricultores e era celebrada por ocasião da primeira colheita (1). Assim se comiam os primeiros frutos da terra e se fazia o pão sem fermento para lembrar que tudo era novo e que não havia nada de velho, nem o fermento. O pão ázimo era também considerado símbolo de pureza.

Em Ex 12,1ss temos a celebração da Páscoa, mas é feita junto com a Festa dos Ázimos. Esta festa foi celebrada pelo povo de Deus antes da sua partida do Egito, rumo à Terra Prometida. Foi celebrada às pressas; cozinhando-se o suficiente para comer na noite da festa, sem deixar sobras. Devia-se comer de pé, com o cajado na mão, pois era a noite da partida da casa da escravidão.

Com o sangue do cordeiro a ser sacrificado devia-se manchar as portas das casas, pois este era um sinal que ali morava uma família dos hebreus. Naquela noite o Senhor estava para passar nas casas e estava para acontecer a décima praga contra o faraó do Egito e seu povo (a morte dos primogênitos). Onde Deus encontrasse o sinal do sangue, Ele não entrava.

O verbo hebraico usado é mesmo Pesah, que pode significar pular e também passar. Então Deus “pulava” a casa onde a família estivesse celebrando a Páscoa. Mas o significado que foi adquirindo com o tempo e ganhando mais força foi o de “passagem”. Deus passou pelas casas dos hebreus. Assim, a Páscoa foi sendo celebrada como a “Passagem” da terra da opressão (Egito) para a Terra Prometida (Palestina-Canaã-Israel). Passagem da escravidão para a libertação. Passagem de uma vida velha para uma nova vida. Outra tradição considerava também a Páscoa como a “passagem do mar” na marcha rumo à Terra Prometida (Ex 14).

Depois que o povo já estava na terra, tornou-se uma festa obrigatória.

Era comum a família celebrar a Páscoa e durava 7 dias (8 dias na Diáspora (2)). Além de Ex 12 a 15, temos também outros textos bíblicos que lembram a festa: Ex 23,14-15; Ex 34,18; Lv 23,5-8; Nm 28,16; Ez 45,21. E no texto de Ex 12,43-49 se acrescenta que nenhum incircunciso podia celebrar a Páscoa. Em Nm 9,2-14 são mencionados os requisitos de pureza para a celebração da festa.

Porém em Dt 16,1-8, a Páscoa passa a ser uma festa nacional a ser celebrada no Santuário. Israel celebrava assim a sua constituição como povo de Deus. Esta mudança deve ter ocorrido depois da reforma do rei Josias, quando o Templo passou a se tornar cada vez mais o centro de toda a religião de Israel. Assim, parece que a festa era celebrada no Templo, mas continuava a ser festejada também no ambiente familiar.

No início da celebração, o menino pergunta ao pai: “Por que esta noite é diferente das demais? Por que em todas as outras se come o pão fermentado e nesta noite o pão sem fermento? Por que nesta noite comemos as ervas amargas? Por que em todas as outras noite comemos sentados e nesta noite comemos de pé? ” . A própria celebração responde às quatro perguntas. “Foi porque um dia nós, os hebreus, éramos um povo escravo no Egito e Deus se lembrou de nós, Ele interveio a favor do seu povo e os levou para uma terra nova. Deus libertou o seu povo das mãos do opressor” (cf. Ex 12,26-27; Dt 6,20-23). Assim, para sempre, cada hebreu deveria lembrar a saída do povo do Egito como se fosse a sua própria saída. “Éramos escravos no Egito, hoje somos servos do Senhor” (3).

Celebra-se a festa comendo o cordeiro pascal, os pães ázimos, ervas amargas e os quatro copos de vinho. O cordeiro lembra que Deus poupou a casa dos hebreus, que estava marcada com o sangue, e passou adiante, quando feriu os primogênitos dos egípcios e livrou os filhos de Israel. Os pães ázimos lembram a pressa da saída do Egito. Na noite da libertação eles não tiveram nem tempo de deixar levedar o pão. As ervas amargas lembram como os egípcios haviam tornado amarga a vida dos hebreus, com os duros trabalhos (Ex 1,14).

Assim, todo ano, a festa da Pesah reúne a família em volta da mesa na qual se coloca a bandeja, com os elementos necessários ao ritual, e as taças de vinho. O pai de família é o oficiante, e o filho mais novo faz as perguntas, todos, por seu turno, lêem o texto da narração; canta-se, ora-se, trocam-se idéias, come-se as ervas amargas, experimenta-se a insipidez dos ázimos, degusta-se o vinho... A seriedade da celebração apresenta uma feição de bom humor e de alegria. Do mais pequeno ao maior, revive-se a saída do Egito, porque foi uma libertação para todos e por isso que ela se cumpre ainda hoje.

Jesus era hebreu e também celebrou a Páscoa. O cristianismo deu a ela outro sentido.

A Páscoa judaica preparou assim a Páscoa cristã: Cristo, Cordeiro de Deus, é imolado (a Cruz) e o pão e o vinho (a nova Ceia, se transformam em seu Corpo e Sangue), e como no quadro da Páscoa judaica, temos a Semana Santa. Na festa da Páscoa temos a instituição da Eucaristia. Jesus traz assim a salvação ao mundo, e para nós cristãos é a renovação de toda a mística que se celebrava na Páscoa judaica. Assim a Eucaristia é o centro da liturgia cristã, que se organiza ao redor da Missa, sacrifício e redenção. Por seu sacrifício, Cristo é o verdadeiro cordeiro pascal (Jo 19,36); “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (cf. 1Cor 5,7). Ele destruiu o antigo fermento do pecado e tornou possível uma nova vida – santa e pura – simbolizada na Eucaristia (pão sem fermento). Cristo é a Páscoa definitiva que nos convida à nova vida (cf. 1Cor 5,9-10).

Assim também Cristo faz sua passagem deste mundo. Vencendo o pecado, Jesus passa para o Pai, à sua Terra Prometida. O Evangelho de João procura mostrar esta ligação entre a última semana de Jesus e a celebração da Páscoa (Jo 11,55; 1212; 13,1; 18,28; 19,14.31.42).

Páscoa é, portanto, a passagem da morte para a Vida. É isso que a Ressurreição ensina: Jesus vence a morte. A morte não é o fim. Não tem a última palavra. Mas é Deus que ressuscita Jesus e vai nos ressuscitar também. Assim, a Páscoa se torna a “passagem” para a vida nova! É Jesus que nos fez passar da morte para a vida! Das trevas para a Luz! O sinal desta nova Páscoa passa a ser também o Batismo: passagem para uma vida nova.

Poderíamos especular sobre as diversas “Páscoas” em toda a História da Salvação, já que se pode chegar a sete modos diversos de compreendê-la:

  • 1. Páscoa na Criação: passagem do caos à ordem; do vazio à beleza da obra criada por Deus;
  • 2. Páscoa como festa dos pastores: a proteção e a fecundidade dos rebanhos;
  • 3. Páscoa da partida do Egito: naquela noite o Senhor passou e poupou a vida dos hebreus;
  • 4. Páscoa na História de Israel: memória do que o Senhor fez com o povo; da saída do Egito;
  • 5. Páscoa de Jesus: verdadeiro cordeiro e redentor da Humanidade decaída pelo pecado;
  • 6. Páscoa no Batismo: o nascimento para a vida nova;
  • 7. Páscoa e Ressurreição: passagem da morte para a vida; das trevas à luz; da guerra à paz; de todas as situações de opressão para a liberdade...

Frei Ildo Perondi, OFM.


1. Segundo a Bíblia de Jerusalém, cf. nota a Ex 12,1, esta festa é posterior ao Êxodo, nascida na época de Josias, e foi juntada com a festa da Páscoa, ligando-a também com a saída do Egito.

2. Os judeus da Diáspora eram considerados aqueles que viviam fora da terra de Israel, seja os que foram exilados, como aqueles que mudaram e foram habitar em outros países, mas que continuaram fiéis à religião e às tradições judaicas.

3. No hebraico o verbo “’avad” pode significar tanto oprimir, escravizar, trabalhar, como servir. Da mesma forma o substantivo “’eved” pode significar tanto o escravo como o servidor. O contexto é que os distingue. O povo era “escravo” do faraó e depois se torna “servo” do Senhor.


BIBLIOGRAFIA

  • A. C. AVRIL – D. MAISONNEUVE. Les fêtes juives (Edittions Du Cert, Paris 1993). Tradução do original por: J. M. C. VILLAR. As Festas Judaicas (Documentos do mundo da Bíblia 11, Paulus, São Paulo 1997).
  • BÍBLIA DE JERUSALÉM. Introduções e notas de rodapé (São Paulo 2002).
  • J. L. MACKENZIE. Dicionário Bíblico. Tradução do original por CUNHA A. et al. (Paulus, São Paulo 72002).
  • L. A. SCHÖKEL et al. La Bibbia nel suo contesto (Paideia, Brescia 1994).
  • P. L. VASCONCELOS – V. DA SILVA. Caminhos da Bíblia. Uma história do povo de Deus (Paulinas, São Paulo, 2003)  

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