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Teologia

Mística e Espiritualidade Missionária


1. MÍSTICA

O mundo em que vivemos sofre transformações constantes. O ser humano vive ameaçado por idéias incompatíveis com o projeto de Deus (neoliberalismo, globalização, exaltação do homem...) e sofre interferências que nem sempre respondem aos seus anseios e expectativas.

É nesse sentido que podemos falar de convicção cristã. Dela nasce a mística da nossa missão. A mística não se compra em farmácia, como um remédio, mas se adquire através da sintonia com Deus, no silêncio e na partilha, em comunhão e solidariedade com a caminhada do povo. Mas é algo invisível. Não se vê, não se toca, mas se experimenta. É uma experiência muito importante. É como o ar que respiramos. É como as raízes de uma planta: não aparecem, mas sustentam a vida.

Mística não é uma palestra sobre assuntos religiosos, catequese, curso bíblico...É algo profundamente existencial: tem a ver com nossos anseios, nossos sonhos e frustrações. Está ligada a nossa presença neste mundo e, ao mesmo tempo, à nossa sede do absoluto, do eterno. Alcança o íntimo de nosso ser. Mexer com emoções, sentimentos, atitudes, opções... Mística cristã é algo que se experimenta e se vive diariamente. É uma relação profunda com o amor misericordioso do Pai (Lc 15), com a pessoa de Jesus Bom Pastor (Jo 10) e verdadeira videira (Jo 15), com a força e o calor do Espírito Santo (Jo 20,21-23; Atos 1,8). Mística é buscar na fonte que é Deus, a água que sacia nossa sede. Sede de amar e ser amado; de viver com intensidade a graça da vida; sede de experimentar a Deus e continuar buscando sem nunca bastar-se a si mesmo. O místico cristão é um mártir comprometido. Dá provas concretas naquilo que acredita.

2. MÍSTICA-COMUNHÃO E MISSÃO

Para Jesus, a mística era um encontro profundo e íntimo com o Pai: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14,11). “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30). “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou a realizar a sua obra” (Jo 4,34).

Para o apóstolo Paulo, a mística era profunda comunhão com a pessoa e a prática de Jesus: “Para mim, o viver é Cristo” (Fl 1,21). Mística e missão são inseparáveis. Marcham a unidade e a profundidade do amor de Deus com a vida humana, levando a um engajamento gratuito e eficaz a favor da vida. A falta de engajamento eficaz, gratuito, fiel, permanente, verdadeiro e libertador tem a ver com a ausência de mística. A crise do mundo é a crise de mística. Os profetas, todos eles, foram místicos e missionários ao mesmo tempo.

Jesus, que viveu em comunhão íntima com o Pai, foi por excelência, o missionário da vontade do Pai. Ele era o enviado do Pai para pregar a boa nova (Mc 1,38-39). “O Espírito do Senhor está sobre mim...para anunciar a Boa Notícia aos pobres, enviou-me para proclamar o ano da graça...a libertação aos presos...”(Lc 4,18-21).

Aos fariseus e doutores da lei, que criticavam suas ações, Jesus dá razões de sua missão, através de três parábolas. Estas falam do amor carinhoso e misericordioso do Pai para com os últimos, os marginalizados (Lc 15, 1- 32). A parábola da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho pródigo.

Missão, portanto, não é luxo, não é tarefa de um grupo escolhido. Missão verdadeira nasce do batismo, profundamente enraizado na pessoa de Jesus Salvador e libertador. Missão é questão de amor. A experiência do amorfaz sair de si para ir ao encontro do outro. Gera verdadeiro sentido de vida e de vida plena, como Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

3. FUNDAMENTAÇÃO DA VIDA CRISTÃ: SEGUIR JESUS

O chamado é para escutar Jesus e é para segui-lo: partilhar de sua vida, de suas necessidades, de sua missão (fazer a vontade do Pai). Por esta vocação cristã, somos chamados: A. a seguir Jesus, o JESUS pessoa, mensagem de vida, ensinamento e missão (cf. Lc 9, 57-62; 14, 25-27; 18, 18-30), a viver as bem aventuranças (Mt 5, 1ss; 6, 20-38), e a realizar os valores do Reino. A dar continuidade a sua obra e missão na terra (Mt 28, 16-20); Mc 16, 15-20; Jo 20, 21-23), A anunciar a esperança do reino futuro (Lc 21, 29-36; 12, 35-46).

MinoMuralSaoFelix

A incorporação em Cristo e na Igreja: Para ser seguidor de Jesus e membro de sua Igreja, a pessoa precisa:

a)ser iniciada por meio da evangelização, da catequese e dos sacramentos;

b) dado sua adesão pessoal ao Senhor e ter aceito o Senhor e a sua Igreja, pelo ato de fé,

c) participar da vida da Igreja, por um profundo sentido de eclesialidade;

d) comprometer-se com a missão de Jesus e de sua Igreja, tanto “ad intra ecclesiae” como “ad extra ecclesiae”, na plenitude de direitos e deveres na Igreja.

No BATISMO somos chamados a ser na Igreja:
  • a) filhos de Deus (Ef 1,5),
  • b) criaturas novas (2Cor 5, 17; Gal 6, 15),
  • c) templos do Espírito (1Cor 6, 19-20),
  • d) membros vivos do Corpo de Cristo (1Cor 12, 4-13),
  • e) comprometidos a manter a unidade, o amor e a paz do mesmo Espírito em “um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos” (Ef 4, 1-6).
4. ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA

É viver “segundo o Espírito” e não “segundo a carne” (Rm 8,1-17).É antes de tudo, um estilo de vida. Vida segundo o Espírito não é questão de gritar: “Amém, Aleluia, Viva Jesus”. É viver iluminados e conduzidos pelo projeto de Jesus, o Bom Pastor (Jo 10) que conhece as ovelhas, vai à frente delas, as guia e orienta, levando-as às melhores pastagens. O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas com um amor de doação total.

A espiritualidade e a mística cristã geram a missão. Porém, não é qualquer tipo de missão. Uma missão em defesa da vida, que liberta e transforma. Quem abraça essa mística e a espiritualidade cristã vive uma nova maneira de ver, sentir e viver o cotidiano. A espiritualidade segundo o Espírito de Jesus é estar “cheio do Espírito e educado pelo Espírito” (Lc 4,10), que nos conduz também a:

• Viver com Ele: para viver com Jesus, é fundamental e indispensável, compreendê-lo como é enviado e quem ao mesmo tempo nos envia (RM 88). Isso exige de nós, comunhão íntima com Cristo para que o descubramos presente e atuante, onde já está: nas culturas, nos vários sinais do Reino e, sobretudo, na liturgia Eucarística.

• Viver como Ele: Assemelhar-nos a Ele: em mentalidade, critérios, maneira de sentir e atuar em atitudes e em ações. Com humildade e obediência, entregamos nossa vida ao estilo de Jesus. É o Espírito Santo que vai realizando esta transformação em nós para vivermos como Ele. Isto exige ser “discípulo” e “testemunha”, pôr à disposição de Jesus nossa pessoa, vida, coração, mente e bens. Isto se consegue com a docilidade plena ao Espírito.

• Unirmo-nos a Ele: Jesus prometeu estar no meio de nós, guiando, ensinando e atuando como Bom Pastor. O amor é o mandamento principal para a vida de comunidade. Exige de nós compartilhar a palavra, a fraternidade e o serviço à Igreja missionária.

• Ir com Ele: A expressão desta espiritualidade é a disponibilidade missionária. Ir com Ele, em seu nome, com seu poder.

• Dar a vida com Ele: O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas com amor até as últimas conseqüências. Assumir este estilo de vida é o que se chama de caridade apostólica.

5. TRAÇOS DA ESPIRITUALIDADE DO MISSIONÁRIO

A espiritualidade deve ser vivida em todos os lugares, segundo o espírito de Deus. Nele, continuamente, podemos abastecer nossa vida. E a espiritualidade missionária? Se é espiritualidade, deve ser missionária. Não há separação. A missão exige uma espiritualidade específica. O missionário de Jesus não se pertence, mas pertence à missão, a mesma missão de Jesus.

O missionário é alguém que anda pelos caminhos do povo. Conhece as pessoas pelo nome e procura tira-las do anonimato. Ele ama, sobretudo os mais pobres, defende e valoriza a vida, a exemplo de Jesus. O missionário é aquele que aprende a relacionar-se de forma igualitária. Conhece suas fragilidades e demonstra a capacidade de perdão.

Caminha com o povo. É criativo e utiliza suas potencialidades para dar sentido a vida do povo. Ao mesmo tempo, ama a nossa Igreja e respeita as demais confissões religiosas. Não é um sujeito fechado, autoritário, interesseiro nem mesmo usa o nome de Jesus em proveito próprio. Ele sabe que a melhor maneira de anunciar Jesus é testemunhá-lo no cotidiano da vida, lutando, acreditando.

O missionário rompe barreiras. Ele não é um inocente inútil, manipulado. Possui uma consciência crítica da realidade. O missionário vê a realidade com o mesmo olhar de Jesus. O missionário deve ser um contemplativo na ação, testemunha das bem aventuranças, anunciador da Boa Nova e sinal do Reino definitivo. A espiritualidade do missionário reflete a experiência de despojamento de João Batista: “É preciso que Ele cresça e eu diminua” (Jo3,30).

O missionário precisa viver a intimidade com Deus, entregar-se a Deus confiante no amor. Confiar em Deus tem como conseqüência ver com bons olhos aqueles que Ele criou com amor.

Um bom missionário em qualquer tipo de missão, tem que ser poeta e profeta, gostar de flores, de música, de festa...Precisa temperar a justiça com ternura, a beleza, o sentimento. Não se pode viver a missão de cara fechada, como se fosse uma guerra, sem espaço para doçura, as amenidades da vida.



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