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Artigos religiosos

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TercoMiss

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Teologia

FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA MISSÃO


1.      Introdução

A missão sempre é de Deus. Somos colaboradores na sua missão. Deus se revela cosmicamente nas outras culturas; biblicamente Israel é o povo escolhido.

Existem as Alianças missionárias em Bíblia como Noé, aliança cósmica, Abraão, aliança universal, Moisés, aliança com o povo escolhido, Davi, aliança com os judeus, os profetas: anunciar e denunciar. Cada vez mais a missão vai se tornando mais específica.

Se a bibliografia de Jesus são os evangelhos, a do Espírito Santo é toda a Bíblia, desde o Espírito Santo que se move sobre as águas no começo do Gênesis até o Espírito e a Esposa que convidam o Esposo para a última vinda na conclusão do Apocalipse. O Espírito Santo inspirou as Escrituras, e seu sopro está em cada palavra.

Em todos os momentos culminantes da história do homem é pronunciada a palavra-chave. ‘O Espírito de Deus pairava sobre as águas’, “envia teu Espírito e surgirá a criação”, “O Espírito do Senhor fez o firmamento”, “o Espírito do Senhor encheu a terra inteira”. A criação é obra de poder, de amor e de arte. E a arte é coisa do Espírito. Toda esta vasta existência foi planejado pelo Espírito.

No Genesis diz que era muito bom. E Deus viu tudo o que havia feito era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o sexto dia (Gen 1, 31-2,3). Atitude de apreciação e mística. Apreciação, foco é ser e reconhecer o bem e alegrar com ele. E um descanso na beleza do amado/a, acolher o amado. E estar contente.

O Evangelho de João diz que Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna ( Jo 3, 16-17). De fato, Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja salvo por meio dele. Atitude de preocupação: missão.

 2.      Olhar bíblico: mística e missão no Antigo Testamento

Missão não é um envio para incorporar os outros povos na fé de Israel nem é um dom estritamente ligado à identidade de Israel (circuncisão, Aliança, Torá). Israel permanece, no decorrer de sua história, o "povo eleito" por Deus e separado dos outros povos. O sentido da eleição está na separação, na identidade específica, no sinal e no testemunho.

A missão de Israel tem os contornos de um convite e de uma permissão. Não se trata de um convite de integração ao que é próprio de Israel, mas de peregrinação com o que lhe é diferente.

O convite para a peregrinação ao Monte Sião é dirigido a todos os povos:  E acontecerá, no fim dos dias, que a montanha da casa de Iahweh estará firme no cume das montanhas [...]. Então, povos afluirão para ela, virão numerosas nações e dirão: Vinde, subamos a montanha de Iahweh, para a casa do Deus de Jacó. Ele nos ensinará os seus caminhos e caminharemos pelas suas veredas. [...] Iahweh julgará entre povos numerosos e será o árbitro de nações poderosas. Estes forjarão de suas espadas arados, e de suas lanças, podadeiras (Mq 4,1-3; cf. Is 2,24). Mais tarde o Monte Sião foi substituído pelo Templo. A tradição mais solta em face da participação de outros povos na adoração de Iahweh já está presente na oração de Salomão, por ocasião da inauguração do Templo. Também o não-judeu pode vir e orar no Templo e Iahweh pode atender as suas orações:  Mesmo o estrangeiro, que não pertence a Israel teu povo, se vier de um país longínquo por causa da grandeza do teu Nome, [...] quando vier orar nesta casa, escuta do céu onde resides, atende todos os pedidos do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra reconheçam teu Nome e te temam como faz Israel, teu povo (2Cr 6,320).

O Deus do Antigo Testamento é salvador e criador ao mesmo tempo. A vida começa e recomeça sempre com um resgate; resgate da terra (criação), do cativeiro, da regressão coletiva, do exílio e do futuro. E esse resgate é precedido por grandes sofrimentos, erros e castigos. Um povo que sofreu como Israel, desde o êxodo até o exílio e as diferentes destruições do Templo, esse povo é um povo de esperança. Mas esse povo, desde que não compreende a ambivalência humana como tal, sempre está em perigo de culpar a si mesmo por desvios de sua história causados pela desobediência, por se refugiar num estatuto de eleição religiosa ou de se radicalizar projetando os azares da vida para outros povos. A desobediência a Deus pode ter a causa no excesso de abertura aos outros (adaptação).

A adaptação e a aculturação fizeram Israel, na sua reflexão exílica, perder a sua identidade.

Em consequência disso alimenta, posteriormente, um nacionalismo fechado no tempo de Esdras e Neemias (Esd 9-10; e 13). Mas é impossível proteger a sua identidade atrás de muros.

Um primeiro aprendizado de Israel é a afirmação do monoteísmo com a absoluta soberania e unicidade de Deus. O monoteísmo protegeu a fé e a esperança de Israel contra os ídolos e as manipulações de uma autonomia irresponsável em face do outro, de si mesmo e das futuras gerações. No Antigo Testamento encontramos indivíduos e um povo em seu conjunto lutando para que sua fé seja adulta. O monoteísmo forneceu parâmetros importantes para sua emancipação e autodeterminação.

Um segundo aprendizado gira em torno da identidade. A abertura sem critérios faz perder a identidade. O fechamento rígido, que isola da história, faz a identidade estanque. Ela há de ser construída e negociada sempre de novo entre a adaptação fácil, hoje presente através de determinadas "modernizações" e "modas", e o fechamento ahistórico num fundamentalismo voltado para o passado. Os privilégios do povo eleito nunca foram absolutos, mas tampouco foram oferecidos aleatoriamente aos outros. A relação com Iahweh não permitiu arranjos com as religiões dos pagãos mas tampouco os condenou ao inferno.

Um terceiro aprendizado aponta para a instituição da profecia e dos profetas. Numa cultura em que a Lei é considerada um dom de Deus para regulamentar a sociedade com autoridade divina, são os profetas que garantem a história viva das instituições religiosas e políticas, fazendo a cada instante a análise histórica e conjuntural e interpretando os sinais do tempo mediante a palavra de Deus. A presença profética representa o discernimento crítico do caminhar histórico.  Os profetas advertem Israel se este faz parcerias com terceiros que parecem mais importantes do que a Aliança com Deus; quando a instituição está mais preocupada com a pureza da fé e da moral dos pobres do que com a sua fome e com a justiça; quando a prerrogativa do "povo eleito" se torna privilegio e prestígio em detrimento do serviço e testemunho. Os profetas abrem portas quando a instituição as procura manter fechadas. Por isso, vivem permanentemente em conflito.

Um quarto aprendizado se refere à história do povo eleito como história de salvação. Iahweh salva seu povo através de sua caminhada histórica. Analogicamente, pode-se pensar que a história de cada povo é história de salvação, porque Deus não salva os povos fora de sua história. As histórias dos povos caminham para uma convergência escatológica.  As religiões dos outros não precisam ser incorporadas na religião de Israel que continua, até hoje o povo da Aliança

O quinto aprendizado, que a Igreja herdou de Israel, é o passo da territorialidade à universalidade, de Canaã à diáspora Desde a escravidão no Egito - passando pela experiência do Êxodo, do deserto, do assentamento na Terra Prometida, do desenraizamento territorial no exílio os olhos de Israel estão voltados para um território Templo, Jerusalém, Canaã, Palestina.  É o território é sempre um entrave para o testemunho além dos próprios muros e das próprias fronteiras. Com a destruição do Templo e da cidade santa de Jerusalém, e através da dispersão na diáspora, Israel se tornou universal sem perder a sua identidade.

 3.      Focos fundantes da missão no Novo Testamento

A Páscoa e Pentecostes mudaram o rumo da missão. No tempo pré-pascal, a missão e orientada para Israel, o povo eleito por Deus. Jesus de Nazaré não fez missão entre os   pagãos cuja conversão considerou um resultado da convocação escatológica de Israel, no fim do tempo já próximo. Em vários episódios porem, Jesus falou da possibilidade de que a "eleição" poderá ser tirada de Israel ou, ao menos, ampliada também para os pagãos, quando menciona, por exemplo, o envio de à viúva de Sarepta ou a cura do sírio Naamã da lepra (cf. 4,25s). Jesus elogia o centurião romano de Cafarnaum por causa de sua fé (cf. Mt 8,5ss), diz que foi enviado para salvar as ovelhas perdidas da casa de Israel, mas cura a filha da mulher Cananéia porque achou grande a sua fé (Mt 15,21ss); perguntado sobre as condições para alcançar a vida  eterna, conta a parábola sobre a prática de caridade de um dissidente samaritano (cf. Lc 10,29ss).

Depois de um pequeno período do discipulado na comunidade penitencial de João Batista, Jesus de Nazaré inicia sua missão na Galileia como peregrino e pregador, em sinagogas e praças públicas, nas estradas e em casas, sem manter relações estáveis com sua família, profissão e moradia. Em sua mensagem central Ele rejeita o papel de restaurador do Reino de Israel, esperado pelo povo e pelos próprios discípulos. Não é o Reino de Israel que Ele anuncia, mas o Reino de Deus. Diante da expectativa do povo, o próprio Jesus passou por um processo de discernimento, que Lucas descreve no episódio dramático das tentações no deserto (Lc 4,1-13).

Ao rejeitar o acesso privilegiado ao pão não partilhado, ao poder que não é serviço e ao prestígio das elites, inaugura, guiado pelo Espírito, a sua missão. Assume a tradição profética e anuncia na Sinagoga de Nazaré boa nova aos pobres, libertação aos oprimidos, recuperação da vista aos cegos e um ano de graça do Senhor aos endividados (Lc 4,16-19). A sinagoga ficou enfurecida com sua mensagem, que indica os novos destinatários do seu reino.

Depois, Jesus se dirige a Cafarnaum, onde começa a convocação escatológica de Israel: O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa nova.  (Mc 1,14). Jesus anuncia a chegada iminente do Reino Deus como reino de amor, justiça e misericórdia de Deus.

Para acompanhá-lo nessa pregação a serviço do Reino Jesus chamou seguidores, discípulos e apóstolos. A vocação exige uma mudança radical na vida das pessoas escolhidas. Pescadores que se tornaram missionários deixam de ser pescadores. Ao seguir Jesus, os discípulos sempre tiveram de deixar algo, que pode significar deixar tudo. Ao tornarem-se pescadores de homens e mulheres (cf. Mc 1,17), tudo que aprenderam antes passa a ser apenas um referencial metafórico (cf. Lc 9,23ss). Foram convocados para renovar todo Israel. Também a escolha dos doze aponta para essa intenção. A finalidade da vocação e da convocação é o envio e o anúncio do Reino messiânico a Israel.

Os enviados vão dois a dois: são pequenas comunidades missionárias a caminho. Podem comer o que receberem nas casas, sem constrangimento ritual (Lc 10,8). Para Jesus, o princípio ético vai além da prática da Torá em Israel, e aponta para o Reino de Deus. Nesse Reino, o mais importante são as pessoas, não as leis nem os ritos, nem o templo nem a sinagoga. Sem a barreira ritual e legalista, a missão ad gentes se torna uma possibilidade (Mc 7,1-23). Enquanto a ética da Torá se tornou ideologia religiosa, sem mediação dos que sofrem, a ética do Reino passa pela mediação histórica e antropológica dos necessitados.

A mensagem do Reino, que questiona a prática da Torá controlada pelas autoridades do Templo, está diretamente ligada à morte de Jesus. Depois da expulsão dos vendedores e compradores do Templo, que questionou as práticas comerciais e sacrificiais "da casa de oração para todos os povos”. A elite sacerdotal dos saduceus e dos escribas começou a pensar num plano de "como fazê-lo perecer, pois toda a multidão andava muito extasiada com o seu ensino" (Mc 11, 17s).

A purificação do Templo, num sentido mais amplo, teve um impacto sobre a área religiosa, econômica e política. Atingiu a base econômica da aristocracia sacerdotal, a base ideológica do legalismo de Israel e fortaleceu a suspeita de que o movimento messiânico popular de Jesus de Nazaré poderia sacudir a ordem político-religiosa, que era a base do Estado controlado pelos romanos.

A mensagem do Reino, que questiona a prática da lei controlada pelas autoridades do Templo. Para Jesus, o Templo perdeu seu significado salvífico. Tornou-se um lugar de assassinato (Mt 23,35), de prestígio e espetáculo (Lc 4,9), de mentira (Mt 23, 1 6ss).  A cortina do Templo, agora lugar de partida, não de chegada, está rasgada (Mt 27,51) O templo novo é o corpo de Cristo (Jo 2,21) e, através dele, a comunidade cristã "Não sabe que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" A purificação do Templo se tornou, na morte de Jesus, despojamento radical dos seus seguidores.

Na Última Ceia e na cruz, Jesus de Nazaré instaura uma "Nova e Eterna Aliança" com Deus, que é renovada na celebração eucarística, ceia e sacrifício, memória de sua morte e ressurreição. Ao falar de uma Nova Aliança, os cristãos retomam a promessa profética de Jeremias (cf. Jr 31,31ss) e a coloco no contexto da Última Ceia. Os relatos desta, correspondem aos relatos sobre a Aliança no Sinai, ao mesmo tempo que se diferenciam (cf. 2Cor 3,4-18; Gl 4,21-31).

Mateus e Marcos, que se referem diretamente em seus evangelhos à Aliança no Sinai, mostram isso claramente: "Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado em favor muitos" (Mc 14,24; cf. Ex 24). Lucas e Paulo, depois de lembrarem o "corpo que é dado por vós", falam da "Nova Aliança em meu sangue, que é derramado em favor de vós (Lc 19s).

A Igreja primitiva era uma Igreja missionária em todos os sentidos na sua prática diacônica, teológica e litúrgica.

Embora a palavra "missão" não esteja presente nos escritos bíblicos, mas o campo semântico da atividade e reflexão missionárias se encontra nas palavras e na fé dos profetas e patriarcas, dos apóstolos e das discípulas.

Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam da fé e do testemunho, da convocação do povo da aliança com uma responsabilidade universal para com o mundo; falam da obediência, do serviço, luz do mundo, da conversão, do juízo e da salvação.  Na leitura cristã, ambos os testamentos falam do Messias Cristo, portador da promessa de Deus Para os cristãos partir do Novo explicitam o Antigo Testamento e o Antigo não podem compreender o Novo Testamento.  Entre os testamentos, entre as antigas e a nova a alianças, há ruptura em continuidade como há ruptura em continuidade entre a promessa e seu cumprimento. Ao apontar para uma Nova Aliança, a promessa profética enfatiza a continuidade dos dois testamentos (Jer 31,31),

São Paulo ao enfatizar a superioridade da Nova Aliança, praticamente admite uma ruptura; por certo, uma ruptura em continuidade. A Antiga Aliança era "gravada com letras sobre a pedra", gerando morte, e a Nova Aliança é do Espírito que comunica a vida (2Cor 3,6ss). No tempo pós-pascal, numa primeira fase, a missão se dirige ainda ao povo que frequenta as sinagogas e o Templo. Mais tarde, constatada, segundo São Paulo, a obstinação de Israel e seu coração endurecido diante da nova ordem messiânica (cf. Rm 2,5; 9,18), essa missão se torna por obra de Deus missão ad-gentes, e chega, passando pela Grécia até Roma, o centro do Império Romano (cf. At 14,27; 15,12). O fracasso da missão dos discípulos e da comunidade cristã primitiva entre os judeus é um dos pressupostos para a missão além de Israel.

A renovação da Aliança, que desde os primórdios de Israel foi o núcleo do culto, na memória eucarística está presente como herança de Israel, porém, radicalmente transformada pela morte e ressurreição de Jesus. Para Israel letrado, a Nova Aliança que propõe Jesus de Nazaré significa uma ruptura; com a Antiga Aliança. Para a classe sacerdotal, para escribas e doutores da Lei, Jesus e as comunidades missionárias rompem com os sinais das alianças do Antigo Testamento, com o Templo e suas prescrições, com o sábado e, mais tarde, coma necessidade salvífica da circuncisão.  Quem rompe com os sinais, rompe com o conteúdo representado por eles. Para Jesus e as primeiras comunidades, os novos sinais da cruz, do batismo e do domingo, como nova Páscoa, não significavam uma simples ruptura, significavam ruptura em continuidade e, a rigor, realização da Antiga Aliança.

A redenção, no horizonte do Reino, está não em tábuas de pedras, mas nos corações e significa humanização de Deus pela encarnação e divinização da humanidade pela redenção. "Quem se une ao Senhor constitui com Ele um só Pneuma" (lCor 6,17).  A ética do Reino é a "Lei de Cristo" (GI 6,2) E a Tora de Cristo, do Ungido, que significa "Messias", é o próprio Jesus, Deus que salva Jesus Cristo, o Messias-Deus que salva é também o "lugar" da redenção. Ele é a casa de Deus, o templo novo Sua redenção não exige o mérito de sacrifícios ou lugares sagrados ou de esforços pessoais redentores. Sua redenção é dom, pobre como o presépio e eficaz como a cruz. A eficácia da graça cresce com sua proximidade a meios pobres e aos pobres. Isso vale para toda a prática missionária: De graça recebemos e de graça partilhamos. "Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer" (Lc 17,10).

O Cristo, Messias, Filho de Deus, que rompeu com as tradições obsoletas do Templo e da Torá em face da necessidade concreta do povo, só pode ser compreendido no interior da história que construiu esse Templo e que recebeu a Torá como um dom de Iahweh. "Ele veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1,1 1).

O acontecimento de Belém mostra a dinâmica profética que se realizará na missão de Jesus que une Israel e o mundo pagão no lugar insignificante de Belém e na pessoa de uma criança, literalmente sem berço, longe da pompa e do poder da velha Jerusalém. Como na escolha de Israel, na escolha da criança não há merecimento nem prestígio ou grandeza humana. Tudo é graça. Em Belém se inicia, na catequese de Mateus, a universalidade de um reino novo sem fixação territorial, no encontro simbólico de judeus, pagãos e pobres com a verdadeira tradição judaica.

Pe Joaquim Andrade.


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