Skip to main content

Faça uma doação

Os Missionários Xaverianos não dispõem de nenhuma receita a não ser o nosso trabalho evangelizador e as doações dos amigos benfeitores. O nosso Fundador, São Guido Maria Conforti, quis que confiássemos na Providência de Deus que nunca deixa desamparados seus filhos. Invocamos sobre você e sua família, por intercessão de São Guido Maria Conforti, as bênçãos de Deus.
Atenciosamente,

Redação da Família Xaveriana


Deposite uma colaboração espontânea:

Soc. Educadora S. Francisco Xavier
CNPJ: 76.619.428/0001-89
Banco Itau: agência 0255, conta corrente:27299-9
Caixa Econômica ag. 0374, conta corrente: 2665–3

Artigos religiosos

Visite o site do nosso centro de produção
de artigos religiosos e missionários

CEPARMS


TercoMiss

TercoMiss

Artigos

PARA UMA IGREJA E UM POVO EM PÉ


O que significa hoje ser missionários/as? Perguntamos isso a Elza Brogeato, missionária xaveriana. Após treze anos vividos no Tchad, voltou para o Brasil onde passou mais nove anos; em seguida voltou de novo no Tchad onde está há seis anos, como responsável das três comunidades das missionárias xaverianas que lá se encontram, entre Tchad e Camarões.

 O que é a “prise en charge” da qual se fala muito na missão de vocês?

A (prise en charge) é uma das maiores preocupações da Igreja no Tchad e Camarões. Significa ajudar as pessoas a se assumirem: a assumirem a própria vida como cidadãos e como cristãos. Significa ajudar a tomar consciência de que são eles a Igreja, inclusive no aspecto econômico.

 Por exemplo: para realizar um encontro de formação, a paróquia usa das ofertas do domingo; aqueles que participam do encontro levam o pouco necessário para completar as refeições.

A ”prise em charge” é ajudar a comunidade cristã a ser protagonista da catequese, dos doentes, dos pobres. Nossa tarefa é de orientá-los e acompanhá-los nesse crescimento.

Não doar mais ajudas?

Procuramos agir mais através da paróquia. A gente intervém somente quando nem as pessoas nem a paróquia conseguem enfrentar e resolver a situação.

Por exemplo, como comunidade em Berem, tomamos a decisão de encaminhar os doentes para o dispensário do Estado, onde vamos também nós. Só nos casos de doentes muitos pobres a gente ajuda nas despesas. O tratamento contra as mordidas de serpente é muito caro, aí a família ajuda como pode: vende um cabrito ou uma galinha e nós completamos os custos no que falta. A mesma coisa a gente faz para a taxa escolar: a gente ajuda nos casos de extrema pobreza, de modo que as crianças não perdem a escola. Não são ajudas generalizadas, mas somente em caso de necessidade.  A gente procura evitar o maternalismo que não deixa pessoa crescer. Não é sempre fácil, pois também entre nós há diferentes sensibilidades.

Essas orientações vêm dos Bispos que falam em todas as cartas pastorais.  Suscitar e promover a caridade ativa e concreta em todos, pois essa é a dimensão fundamental da vida cristã.

O que significa ser missionário hoje no Chade e Camarões?

Antes de tudo significa cuidar das relações entre nós: que o povo posa ver que nos amamos mesmo sendo diferentes de nacionalidade e temperamento.  Mais: o povo deve perceber, em nós, mulheres de Deus, assim como reconhecem num muçulmano um adorador de Allah.

Ainda: ser missionária quer dizer viver a proximidade com o povo: visitá-lo, escutá-lo, falar com eles dos fatos e situações da vida, apresentando o Deus  da vida que nos dá força e coragem  em cada momento e situação.

Significar sentar com eles, aceitar e comer o alimento que nos oferecem, molhando o pão no mesmo prato. Ir visitar as mulheres para ver o último bebê nascido. Visitar e perguntar como está um doente; participar de uma festa assim como num momento de sofrimento para a morte de alguém querido. Nem sempre é fácil, mas se eles veem  que você está perto deles e participa de coração, então percebem também que você é uma mulher de Deus.

Além disso, quais atividades específicas desenvolvem?

Além disso, tem a formação dos e das catequistas, a animação das crianças, o acompanhamento dos jovens casais.  As irmãs estão presentes e dão assessoria em cada âmbito, enquanto a responsabilidade é dos animadores locais. Uma de nós ajuda as mulheres a organizar o seu pequeno comércio e assim ganhar alguma coisa do seu fadigoso trabalho. Isso também é: “prise em charge” ou seja: ajudar a assumir a vida com suas responsabilidades, o que traz  satisfações.

Esse estilo de missão como é aceito pelo povo?

Às vezes há resistências. Alguns gostariam de receber em modo passivo como um tempo. Tem até quem diga que vai a uma outra Igreja, onde dão ajudas. Não devemos nos dobrar frente a esse tipo de extorsão. O objetivo é o de levar a verdade do Evangelho: o Evangelho tem palavras exigentes que pedem uma mudança de mentalidade e de comportamento.  Ajudar as pessoas a se assumirem dá alegria, paz e serenidade profunda, pois não se usa do outro pela própria satisfação, mas sim, se respeita o outro como ser criado à imagem e semelhança de Deus. É a alegria de ver que o outro é capaz de dar passos e de crescer, pois tem nele uma semente de vida que precisa só ser cultivada e adubada e já produz frutos.

O que dá alegria a vocês?

Voltando ao Tchad, após nove anos de ausência, percebi logo a diminuição da mortalidade infantil, que era muito alta.  Quando cheguei, veio ao meu  encontro um homem, do qual nem lembrava mais e me agradeceu dizendo : “Minha filha que participava aos cursos de alfabetização que você animava, está para terminar a universidade a Ndijamena!”. Esse foi para mim o mais bonito presente. Aos poucos o povo percebe e aprecia o nosso estilo de presença que não se apóia nos meios econômicos. Muitos deles experimentam a alegria e o orgulho de conseguir realizar iniciativas pessoais ou comunitárias com as próprias forças ou com um mínimo de ajuda.

Que relação tem isso com o anúncio do evangelho?

É um modo de encarnar o Evangelho: Jesus veio para que tenham vida e a tenham em abundância. A mensagem que gostaríamos de transmitir com a nossa vida é que Deus os ama, nós os amamos e permanecemos com eles: gostaríamos que fizessem a experiência do amor e da presença de Deus. A experiência do amor de Deus é a única coisa que permanece, o resto passa. Deus passa e se manifesta através de nós de nacionalidades e cores diferentes. A nossa condição de mulheres virgens, pela nossa consagração a Deus, nos coloca ao lado de muitas outras mulheres marginalizadas e às vezes acusadas de feiticeiras porque não tiveram filhos.

Contudo, em relação às a nós, percebemos um grande respeito e entre  os  muçulmanos até estupor.

Nestes trinta anos de presença nos camarões e tchad, como viram a igreja?

Vimos a Igreja crescer.  Trinta anos atrás, quando chegamos, os catecúmenos eram poucos e quase todos anciãos. Atualmente, nas paróquias, há trezentos, quatrocentos jovens e adolescentes que se preparam para o Batismo.  Por isso é muito importante a preparação de catequistas, mesmo que não seja sempre é fácil.

Vale ainda a pena deixar o próprio País em nome do Evangelho?

Considero a missão um dom de Deus, que me conduziu até lá, que me ajuda a me encarnar, procurando ser e viver com a gente de lá dia após dia.  Mesmo os primeiros missionários que partiram da Europa o fizeram isso quando ainda lá havia muitos problemas: não é ficando que se resolvem, se Deus nos chama além. O meu desejo é que continuemos, com simplicidade, a nossa presença nesses Países: mesmo em poucas isso é importante, pois esses são Países de primeiro anúncio.


Artigos relacionados

Artigos

Toda missão tem mão dupla

De início, convêm relembrar que toda missão tem mão dupla. Tocamos aqui em uma dimensão que, não ...
Artigos

CEBs uma Igreja em saída por vida plena

A fé cristã é vivida em comunidade, caminhando junto com os outros, uma dimensão presente nas com...
Artigos

Padre Riccardo Tobanelli e o centro Tokai Songho.

Procuramos transmitir aos mais novos a convicção de que "com as próprias mãos eles podem criar o ...
Artigos

Nota de pesar pelas mais de 500 mil vidas ceifadas na pandemia da covid-19

Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor q...