Rezemos com o papa pelos migrantes vítimas do tráfico
"Rezemos para que o clamor dos irmãos migrantes vítimas do tráfico criminoso de pessoas seja escutado e considerado”: o Papa Francisco convida os fiéis a rezarem por esta intenção do mês de fevereiro.
Em fevereiro, "O Vídeo do Papa" contendo a intenção de oração do mês se concentra na situação de milhões de homens e mulheres migrantes, frequentemente vítimas do tráfico humano.
Entre as causas, Francisco aponta para a corrupção de pessoas dispostas “a fazer qualquer coisa para enriquecer”. “O dinheiro dos seus negócios sujos e dos seus delitos é dinheiro manchado de sangue. Não estou exagerando: é dinheiro manchado de sangue. Rezemos para que o clamor dos irmãos migrantes vítimas do tráfico criminoso de pessoas seja escutado e considerado”.
Segundo o Relatório da Migração Global 2020, divulgado pela Organização Internacional para as Migrações, existem cerca de 272 milhões de migrantes internacionais (pessoas que residem num país diferente do país onde nasceram) perante 258 milhões em 2017. Destes, 47,9% são mulheres e 13,9% são crianças com menos de 19 anos
O Relatório Mundial sobre Tráfico de Pessoas 2018, apresentado em janeiro de 2019, em Viena, dá conta de um aumento do número de vítimas de tráfico de seres humanos. O documento analisa 24 mil casos documentados entre 2014 e 2016, tendo como base a informação disponibilizada por 142 países. O Relatório refere que estes números são apenas “a ponta do iceberg”, já que muitas vítimas não são detetadas e nem todos os países contam com os mecanismos adequados para perseguir este crime.
Neste mês de fevereiro somos convidados a entrar em oração e sintonia com todos aqueles nossos irmãos, seres humanos que são submetidos a mais vil forma de degradação da vida em sua dignidade: as vítimas migrantes do tráfico humano, que sua voz, continuamente abafada seja escutada e considerada.
A cobiça, orgulho, inveja, mancham a história da Humanidade. Lembremo-nos de Abel e Caim, José do Egito, vendido como escravo pelos seus irmãos, pois tinham inveja da predileção de seu pai Jacó (Gn 37, 13-36) e do próprio Jesus. Lembremos que Deus nos pede: "O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão”. - Isaías 58
Afirmou S. João Paulo II em 1988, “o ser humano, quando não é visto e amado na sua dignidade de imagem viva de Deus (cf. Gn 1, 26), fica exposto às mais humilhantes e aberrantes formas de «instrumentalização», que o tornam miseravelmente escravo do mais forte” (Exortação Apostólica Pós-sinodal Christifideles Laici).
Transformemos nosso coração em patena e nele ofereçamos juntos, nossas orações e obras, pensamentos, palavras, alegrias, sofrimentos, cruzes pequenas e grandes do nosso dia-a-dia e estas tornem-se "vítimas agradáveis", oferecidas a Deus Pai.
Vatican news