Se na mentalidade hebraica do tempo de Jesus o conceito de família era bem amplo (um parente próximo, nominalmente, também se tornava irmão) na mentalidade de Jesus tal conceito alcança imensos horizontes. A escuta e a vivência da Palavra instaura relações novas que superam legítimos elementos de diversidade e acomunam na prática do que é bom, belo e verdadeiro. Para os cristãos, o abraço fraterno – feito de várias cores, línguas e feições –  entre os homens e mulheres de todas as dimensões do globo se fundamenta não somente em um princípio de mesma humanidade, mas sobretudo pelo fato de cada humano trazer em si um pouco de pó de estrela, ou seja, uma centelha de infinito; um vestígio do Eterno que, embora sendo o totalmente Outro, nos atraí a si pela força do seu amor; nos une por laços de família.  

Das palavras de São Guido: "Ide anunciar a fraternidade universal proclamada por Cristo, destinada a derrubar todas as barreiras e a formar de toda a humanidade, sem destruir as nacionalidades e os legítimos direitos, uma só e grande família, reunida pelo vínculo da caridade."