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A Missão em Mongo Bendugu, Serra Leoa


Caros amigos, estamos vivenciando o mês da Bíblia na Igreja do Brasil, e ela nos apresenta o encontro de Deus com o seu povo que é cada um de nós. São inúmeros os que falam desse encontro e continuam anunciando esta Boa Nova em diferentes lugares.  

Partilhando com vocês o testemunho missionário de Pe. Erik Tjeunfin, Missionário Xaveriano na Serra Leoa, continente africano. Boa leitura! (Giomar Henrique sx)

 

Olá! Eu sou o padre Erik Tjeunfin, Missionário Xaveriano, natural da Indonésia. Após estudar teologia nas Filipinas e ser ordenado sacerdote em 21 de agosto de 2020, em Jacarta - Indonésia, recebi como minha primeira missão o país da Serra Leoa, África. Aqui cheguei em 05 de Novembro de 2020, festa do nosso fundador São Guido Maria Conforti. Atualmente estou na paróquia Santa Maria Rainha dos Apóstolos, em Mongo Bendugu, Serra Leoa, juntamente com o Pe. Donacien Ciza, oriundo da República Democrática do Congo. Neste artigo, quero partilhar com vocês a minha experiência missionária nestas terras.

Erik Sierra Leone

 1- Presença e Testemunho Vivo

A evangelização mais simples é a ‘presença’, seja ela física ou espiritual, junto aos irmãos e irmãs na caminhada da vida. Assim procuro fazer na Paróquia Maria Rainha dos Apóstolos, Mongo Bendugu -Makeni, convivendo e interagindo com a comunidade, nas igrejas, ruas, escolas, casas e locais de plantio. Como a localização entre a casa paroquial e a igreja é de 400m e as comunidades eclesiais são muito distantes, é durante as visitas que encontro e cumprimento o povo nesses espaços. As pessoas daqui são simpáticas e gostam de cumprimentar e demonstrar apreço pelo trabalho que cada um desenvolve: o plantio, a preparação do alimento, etc. É interessante notar como a nossa presença missionária é aqui reconhecida pelo povo em geral “Obrigado por deixar seu país, sua família, e vir morar conosco!”, e a nossa vida celibatária desperta curiosidade especialmete por parte dos Muçulmanos: “Onde está a sua esposa?” Esta é uma pergunta que ouço frequentemente.

Nesse sentido, é verdade o que diz o Papa S. Paulo VI, de que a presença e o modo de vida dos cristãos [missionários] fazem aflorar no coração daqueles que os vêem, que os encontram, perguntas inevitáveis (Evangelii Nuntiandi, 21). Ao lado do trabalho pastoral, desenvolvo também algumas atividades que as pessoas locais aqui realizam, como: criar galinhas, cabras e porcos (para autossuficiência); plantio, e o cuidado geral da nossa casa (roupa, cozinha, etc). Segundo os Evangelhos, foi isso que Jesus experimentou em vida aqui na terra. A sua presença e o seu testemunho no anúncio do Reino de Deus e no acolhimento dos pequeninos suscitaram interrogações no coração de muitos e fizeram crescer a fé em alguns.

2. Compromisso com o desenvolvimento social e a promoção humana

O anúncio da Boa Nova é uma tentativa de despertar na humanidade a consciência do Criador que se encarnou na pessoa de Jesus Cristo. Este anúncio não se concentra apenas na libertação da alma humana do pecado, mas da pessoa como um todo. No anúncio do Reino, Jesus ensinou seus seguidores, curou e libertou possessos, foi contra a injustiça social, etc. É como disse Santo Ireneu “A glória de Deus é o homem vivo” e digno.

Em colaboração com a diocese, ONGs, governo local e cidadãos, os Missionários Xaverianos estabeleceram em Mongo Bendugu 20 escolas primárias e 01 escola profissional e concederam bolsas aos professores para continuarem seus estudos. A maioria dos professores e alunos são muçulmanos. E a escola traz mudança na sociedade, oferecendo oportunidade de estudo às crianças e retirando-as do mundo do trabalho precoce nas plantações. 

Semanalmente visito as escolas para fazer o encontro de catequese com os alunos, avaliar as condições das mesmas e escutar sugestões e reclamações dos professores quanto ao processo de ensino-aprendizagem. Alguns dos desafios que enfrentamos tem relação com: a qualidade das escolas (isto inclui professores, alunos e prédios); articulação entre escola, igreja e governo; a luta pela nomeação de professores como servidores públicos; a falta de senso de responsabilidade e pertencimento por parte da comunidade; a localização das escolas em áreas remotas; e por fim, a impressão de que a igreja/missão é uma ONG.

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Outra iniciativa que adotamos tem a ver com a questão ecológica. Na casa paroquial dispomos para a venda a preço acessível uma variedade de peixes, ovos, frangos, para ajudar aqueles que não podem ir à cidade (visto que a cidade mais próxima, Kabala, fica cerca de 100 km) e para a autossustentação de nossa comunidade pastoral. Nós incentivamos os compradores a utilizarem sacolas recicláveis, reduzindo assim o uso de sacos plásticos.

3. Diálogo: Cultura e Religião.

Na história da salvação, o Deus Trino está em diálogo com a humanidade. Isso se vê claramente em Jesus Cristo que se fez homem para encontrar e dialogar com as pessoas de várias culturas, religiões e status sociais: Romanos, Gregos, Samaritanos, pobres, mulheres, crianças, etc. Esses encontros e diálogos geraram fraternidade, crescimento, arrependimento e salvação. Em Serra Leoa, me impressionou as boas relações estabelecidas entre Muçulmanos e Cristãos, assim como entre os Cristãos de outras denominações. Essa boa relação se expressa: na cooperação para a construção de escolas; participando e rezando juntos em cerimônias de nascimentos e mortes; fornecendo locais temporários de culto para protestantes em escolas católicas, entre outras.

A venda de produtos feita na casa paroquial também se torna para mim um espaço de diálogo e amizade com as pessoas, e procuro me adaptar à sua cultura e à situação de vida. A atitude de abertura, parentesco, ajuda mútua, o ambiente rural/natureza típico desta comunidade me faz sentir em casa. Aqui, além do Inglês, três outros idiomas são falados: o Kreo, o Kuranko e o Yalunca. Até o momento, utilizo o Inglês e o Kreo para me comunicar com o povo. A cultura patriarcal, a poligamia e a existênica de um tipo de ‘sociedade secreta’ para a iniciação de mulheres e homens ainda são firmemente mantidas. Como missionário estrangeiro vivencio altos e baixos no processo de adaptação à cultura existente, por exemplo, a alimentação, o idioma, a compreensão dos padrões e modos de vida da comunidade, entre outros.

4. Evangelização e Catequese

Ao longo de sua missão, Jesus ensinou os seus discípulo sobre o Deus Trinitário (Pai, ​​Filho e Espírito Santo) que é a base da fé, sobre o Reino de Deus e as condições para se tornarem seus seguidores. Na Paróquia Santa Maria Rainha dos Apóstolos, Mongo Bendugu, o ensino da fé é realizado nas igrejas durante os sermões e nas escolas pelos catequistas. Uma particularidade desse contexto é que em alguns círculos, esses catequistas não foram batizados e alguns deles têm várias esposas (poligamia), mas tentam assim mesmo acompanhar os católicos em seus ambientes. Graças ao testemunho dos fiéis e missionários, o número de católicos tem crescido, muito embora haja resistência em algumas famílias. Considero que o grande problema é a formação permanente às pessoas após o sacramento do Batismo. A ausência desse acompanhamento faz com que algumas não perseverem. Conscientes disso, realizamos a partir do nosso centro paroquial o estudo bíblico nos bairros, promovemos encontros de jovens, acólitos, associações católicas de homens e mulheres, leitores, e a capacitação para os catequistas.

5. Celebração Eucarística

A celebração Eucarística é o ápice e a fonte de inspiração da fé. A comunidade dos crentes celebra a obra da salvação, escuta a Palavra de Deus e participa da ceia do Corpo e Sangue de Cristo. Em Mongo Bendugu a Eucaristia ocorre todos dias no centro paroquial e aos Domingos nos bairros. Aqui há alguns costumes próprios na celebração da Missa, como: a contagem e o registro dos que irão receber a comunhão; introdução de novos membros ou ‘convidados’; e a dança durante os cantos.

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A presença do povo nas celebrações é muito instável. No período chuvoso e de trabalho nas plantações o número de pessoas é reduzida a 3 ou 4, algumas vezes. Percebo que um dos grandes desafios neste campo é a inculturação, pois, quase todas as paróquias celebram a Missa em Inglês embora a maioria das pessoas não entendem este idioma. Para suprir esta lacuna, adotou-se que um dos paroquianos faça a tradução para a língua Kuranko a fim que a mensagem seja compreendida pela maioria do povo. 

Bom, esta é a partilha da minha experiência missionária em Mongo Bendugu, marcada de alegrias e desafios na colaboração da missão de Deus, mas estou feliz aqui. Conto com vossas orações e apoio para que a missão de anunciar Cristo às pessoas que não o conhecem possa continuar florescendo sempre mais. Que assim seja!

(Pe. Erik Tjeunfin, sx)


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