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Teologia

Será que vivemos um novo apocalipse?


Será que a realidade que estamos vivendo diante da pandemia, é um novo Apocalipse? A palavra significa revelação, tirar o véu, é um livro de que traz luz e esperança para o povo em dificuldades de aquele tempo. O Apocalipse quer ajudar o povo a se encontrar com Deus, consigo mesmo e com a realidade.

Depois da morte de Jesus, o Evangelho espalhou-se rapidamente. Em toda parte surgiam pequenas comunidades e em pouco tempo a Boa Nova atravessou as fronteiras da Palestina entrando pelo Império Romano (Ásia Menor, Grécia, Itália). Não foi uma caminhada fácil houve muita dificuldade e perseguições.

A escola do Império Romano ensinava que o imperador era o Senhor do mundo (Ap 13,4.14). Os cristãos diziam o contrário: Jesus é o Senhor dos senhores (Ap 17,14;19,16). E não era uma briga só de palavras. O império tinha os seus deuses (Ap 2,14). Era em nome desses falsos deuses que o imperador se declarava Senhor do mundo. Todos deviam prestar culto a ele (Ap 13,8-15).

Para os cristãos, Deus é um só. E se Deus é um só, Pai de todos, então todos são irmãos. Por isso, em nome da sua fé, os cristãos procuravam viver como irmãos. Colocavam em comum seus bens (At 2,44-45;4,32.34). Diziam que todos eram iguais (Gl 3,28; 1Cor. 12,13; Cl. 3,11). Condenavam os ricos que exploravam os trabalhadores (Tg. 5, 1-6). Não queriam apoiar o sistema injusto do império romano (Ap 18,4). Essa postura dos cristãos ameaça o sistema do império romano.

João escreve o Apocalipse para este povo das pequenas comunidades, espalhadas pelo império romano, sobretudo na Ásia Menor (Ap 1,4.11). Povo perseguido, o próprio João no momento em que escreve o Apocalipse estava preso por causa da fé (Ap 1,9). A perseguição era violenta, havia prisões e muitos já tinham sido martirizados. Quem não apoiava o regime do império não podia vender nem comprar nada (Ap 13,17).

O autor se apresenta como “João, vosso irmão e companheiro na tribulação” (Ap 1,9). Ele conhece bem o drama dos companheiros e por isso tem condições para animá-los. João tem consciência de ser portador de uma profecia de Deus para as comunidades (Ap 1,1-3; 22,6-8).

Apocalipse é uma palavra que vem do grego e quer dizer revelação. Revelação é o mesmo que tirar o véu. Quando uma coisa está encoberta por um véu, ninguém pode vê-la. Qual era o assunto encoberto, do qual João vai tirar o véu para mostrá-lo ao povo? O assunto encoberto era a própria situação do povo das comunidades. Ninguém estava enxergando direito as coisas, já não entendiam a perseguição. O povo estava impaciente e dizia: “Até quando, Senhor?” (Ap 6,10).

O livro de Apocalipse é a resposta de Deus ao povo aflito e perseguido das comunidades, foi escrito por ordem de Deus (1,11.19) para ser revelação, isto é, para tirar o véu e clarear a situação do povo com a luz da fé. O livro começa com essas palavras solenes: “Revelação de Jesus Cristo” (Ap 1,1)!

Esta é a Boa Nova que o Apocalipse quer revelar ao povo das comunidades: “o tempo está próximo!”. Dentro do tempo da história, marcada pelas perseguições, existe o tempo de Deus, o plano de Deus. Ele vai mudar a situação e libertar o seu povo. O Apocalipse vai tirar o véu para que o povo descubra, dentro dos acontecimentos da perseguição, a Boa Nova da chegada de Deus que vem para libertar.

Depois do recado às sete igrejas, na primeira visão, João leva o povo das comunidades para dentro do céu. Lá do alto eles vão olhar a terra, assistir “as coisas que devem acontecer” (Ap 4,11). Entrando no céu, a primeira coisa que se vê é o trono: “Havia um trono no céu, e no trono alguém sentado!” (Ap 4,2). Essa visão revela a grandeza de Deus. O nome de Deus é proclamado: “Era, é, vem” (Ap 4,8). É o nome que vem do Êxodo: Javé, Deus conosco, Deus libertador.

A visão continua. Na mão de Deus está um livro, fechado a sete selos (Ap 5,1). Este livro contém o roteiro da história, desde o ano 33 até o fim. Ninguém é capaz de abrir o livro (Ap 5,3). João chora (Ap 5,4). É a situação das comunidades. Elas choram porque acham que Deus já não controla mais a história. Alguém diz: “Não chores! Eis que o leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e seus selos” (Ap 5,5). O roteiro da caminhada do povo está no livro e os sete selos são as etapas da caminhada.

João olha, mas não vê nenhum leão nem raiz. Ele vê é um cordeiro com chaga de morte (Ap 5,6). É Jesus que acaba de entrar no céu, trazendo no corpo os sinais da paixão. Jesus recebe o livro da mão de Deus (Ap5,7) e torna-se, assim, o Senhor da história (Ap 5,13). É Ele quem vai assumir o controle dos acontecimentos e executar o plano de Deus. O sangue de Jesus, o cordeiro, está libertando o povo. O êxodo já chegou! E todos explodem num cântico de louvor (Ap 5,9.12-14). A visão continua e Jesus rompe os selos do livro fechado (Ap 6,1) que contém o roteiro da história do povo.

O Apocalipse quer ajudar o povo a encontra-se com Deus, consigo mesmo e com sua missão. Tirando o véu, João faz aparecer aos olhos do povo a Boa Nova que está aí, dentro dos acontecimentos, e que o povo não estava enxergando. A boa nova surge dos acontecimentos quando lidos à luz da fé e é a seguinte: Deus é o Senhor da História!

Por meio deste anúncio forte e vigoroso, o Apocalipse desloca o peso da balança da vida. Enfraquece a carga da perseguição e fortalece o peso da fé. João se dirige aos irmãos perseguidos das sete comunidades que estão na Ásia. Mas no Apocalipse, o número sete, muitas vezes significa todos. Assim, João quer esclarecer todas as comunidades, inclusive às de hoje.

No contexto atual que reserva sua intensa perseguição ao evangelho no sentido do original da fé em Jesus autenticada pelo seguimento de suas práticas, não raras vezes há choro, obscuridade e incompreensão. Nesse contexto hodierno adverso em tantos níveis e quesitos, há a carência de um apocalipse, da revelação da face de Deus na história. Saber que é possível, como João, ouvir a voz que diz que o choro pode cessar, pois há alguém que outorgado abrir o livro, alguém que se revela na história e tem dentro dela passos que conduzirá a um novo êxodo a cada revelação. É tempo de esperança, é tempo de apocalipse!

Flávia Gomes.

Fonte: Dom Total


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