A LIÇÃO DO PADRE CORINALDESI SÁVIO
Meticuloso, perspicaz, provocador, SONHADOR... eis, o índole de nosso confrade Sávio. Um dia, numa palestra, ele nos desafiou quando perguntou se o canto “Senhor se tu me chamas eu quero te ouvir...se queres que eu te sigas respondo eis-me aqui” é um canto missionário ou não? A maioria dos participantes respondeu que sim! Mas o sacerdote não se conformou com a resposta e disse que não é um canto missionário. Como assim? Exclamamos! Por ele, a sílaba “se” estragou o sentido missionário da música. Por que? “Se tu me chamas” leva a entender que a pessoa deve agir como missionário somente quando Deus chama. Portanto, se Deus não chamar, melhor ficar quietinho no cantinho. Para ele – e, eu concordo plenamente com ele – não é justo pensar dessa forma. É a criança que espera os pais mandarem, darem puxão de orelha para poder fazer algo. Para muitas crianças, sem ordens dos pais ou dos superiores não há criatividade nem ação espontânea. Deus nos chama a cada momento e espera de nós uma resposta livre e espontânea. O sacerdote propôs então substituir a letra da música. Em lugar de “se” colocar “já”. Nesse caso, a música seria “Senhor já que me chamas...eu quero te ouvir...tu queres que eu te sigas, respondo eis-me aqui”. Assim, a música leva compreender a vida cristã como estado de “permanente de missão”. Deste modo, Deus é aquele que chama no silêncio do coração e não precisa fazer muito barulho para escutá-lo. Obrigado padre para nos lembrar ainda a necessidade de re-pensar a nossa fé mesmo nas coisas simples do cotidiano. Agora, vale apena prestarmos atenção com alguns detalhas linguísticos e gramaticais para poder comunicar certinho a Palavra de Deus mesmo através do canto.