Cristo é “o Pastor modelo”, que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para “escutar” as propostas que Ele faz e segui-l’O no caminho do amor e da entrega.
O que distingue um mercenário de um pastor é a relação que eles têm com as suas ovelhas. Para o pastor, cada ovelha é única aos seus olhos e cada uma reconhece o seu pastor. Ele está pronto a tudo para que as suas ovelhas vivam, indo mesmo ao ponto de arriscar a sua própria vida. Enfim, ele cuida mesmo das que não são do seu rebanho. Mas Jesus, que se compara a este bom pastor, dá o significado desta relação, que é reflexo da sua relação com o Pai: “conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai”.
Os cristãos somos convidados a rezar pelas vocações, que a sua oração seja dirigida, em primeiro lugar, para o único Pastor, Jesus Cristo, depois que se peça para que Ele dê à sua Igreja pastores que procurem conhecer cada vez melhor os homens, amá-los, e que tenham o cuidado daqueles que não são ainda da Igreja.
“Eu sou o Bom Pastor”. Jesus retoma uma imagem tradicional na Bíblia para designar os chefes do povo judeu. Porque estes pastores são muitas vezes maus pastores, é o próprio Deus que pastoreará o seu rebanho. E o salmista gritará: “O Senhor é meu pastor!”
Jesus atribui a Si próprio este título e esta missão, que confia em seguida a Pedro. Por seu lado, este recorre ao vocabulário pastoral para designar a função dos “anciãos”, dos “presbíteros”, na comunidade cristã. Estamos, de facto, muito longe da estrutura “sacerdotal”, sobre a qual estava fundada toda a vida cultual do povo judeu. O serviço do templo estava reservado à tribo de Levi e às famílias sacerdotais.
Ora, na Igreja, o “pastor” não é um homem do “sagrado”, “separado” do resto do povo. O próprio Jesus não era uma “especialista do sagrado”! O pastor só tem sentido se ligado a um rebanho. Ele “conhece as suas ovelhas e as suas ovelhas conhecem-no”. Elas “contam verdadeiramente para ele”. Ele ama as ovelhas e cuida delas. Vigia-as. Condu-las a boas pastagens, dando-lhes o bom alimento da Palavra de Deus. Ele vai ao ponto de dar a sua vida pelas suas ovelhas. Nunca se deve cessar de pedir ao Senhor que suscite sempre bons pastores para a sua Igreja.
Fonte: Dehonianos.