Francisco Xavier, o aventureiro de Deus
São Francisco Xavier, um em cada três dias de sua vida foi passado navegando. Jovem, alegre, intrépido, nascido no castelo de uma bela família navarra, realizou um grande feito globalizante para o seu tempo, realizou o primeiro esboço de diálogo entre o Oriente e o Ocidente e manteve-se, apesar da distância, em união com a Companhia de Jesus, que cofundara com Inácio, a que chamou "Companhia do amor".
Contudo a virtude de Francisco Xavier diante dos poderes deste mundo é a irrupção do gratuito e a confiança no apoio total de Deus, diante do mundo do poder e do dinheiro. Seu exemplo tem uma aplicação muito atual, pois viveu um tempo semelhante ao nosso de descobertas, mudanças culturais, guerras, materialismo e corrupção.
Na Lisboa dos Descobrimentos e da Rota das Especiarias, esta narrativa apresenta-o com João Mendes, judeu convertido, que foge da Inquisição e o acompanha nas terras desconhecidas da Índia, Indonésia e Japão, até à sua morte na ilha de Sancian, às portas da China, aos quarenta e seis anos.
Em meio a tempestades, piratas, capitães corruptos, climas contaminados e mil outras privações, ele permanece fiel ao seu ideal, que o tornará "o gigante das missões" e um cronista pioneiro do Extremo Oriente, através de suas cartas, que foram lidas avidamente na Europa.
Nas aventuras de Francisco Xavier, não faltam pescadores de pérolas arriscados da Índia, monges zen instruídos do Japão, ambiciosos navegadores, comerciantes, soldados e governadores, juntamente com a recriação vívida do mundo complexo do século XVI.
A festa de São Francisco Xavier é celebrada em Goa e acompanha as suas comunidades na diáspora, sendo uma ocasião para alegres reuniões comunitárias acompanhadas de muita música, dança e boa comida. São Francisco Xavier, sem dúvida o santo mais popular e conhecido da Companhia de Jesus, incluindo seu amigo e fundador Santo Inácio de Loyola.
Pierre Michael Lamet