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Teologia

O crucificado é sepultado, Jesus desce aos infernos


O Sábado Santo é um dia de penumbra: entre a sombra da Sexta-feira e a luz do Domingo. É o dia da ambiguidade, do luto e da possível boa notícia, da espera e da esperança. É o dia dedicado à solidão de Maria, o “dia não-litúrgico”. É o dia em que Jesus “desce” à morada dos mortos, na obscuridade mais absoluta. Ali não há visão de Deus; por isso, a Escritura a chama “inferno”. É o dia do ocultamento de Deus, do silêncio de Deus Pai, da grande solidão de Jesus, do Filho perdido na obscuridade, na “terra de ninguém”. Jesus no túmulo simboliza o silêncio, a volta ao mais íntimo de si mesmo, abraçando a solidão sem se sentir solitário.

Sábado Santo é o dia da impotência, da injustiça, da desolação, da solidão; dia em que nos situamos diante da morte injusta imposta pelos “podres poderes”; dia precedido por traições, fugas, gritaria ameaçante, linchamento cruel e mentiroso; dia das esperanças rompidas, do medo que paralisa, do fechar de portas mentais e emocionais; dia incompreensível do silêncio, da “ausência” de Deus.

Sábado Santo é um dia obscuro onde nos custa ver saídas ou futuro, um dia ameaçante carregado de dor e morte; dia das perguntas sem resposta: “por que isso? Como pode estar acontecendo isto? Onde está Deus? Portanto, dia de uma crise radical porque afeta e põe em questão nossas falsas esperanças, nossa onipotência e prepotência, nosso individualismo independente...

No Sábado Santo: a) Jerusalém volta à normalidade, nada mudou; b) permanecer no “por quê” isso aconteceu? c) despertar o “para quê” isso aconteceu? É tempo de deixar-nos abalar pelas perguntas que não suportam respostas fáceis. “O Sábado Santo é aquele intervalo único e irrepetível na história da humanidade e do universo em que Deus, em Jesus Cristo, compartilhou não só nosso morrer, mas também nosso permanecer na morte. Trata-se da solidariedade mais radical” (Bento XVI).

A virtude teologal da esperança nos convida a mergulhar no sentido profundo do Sábado Santo: foi o dia do silêncio de Deus Pai e o dia da descida de Jesus, morto e sepultado, “aos infernos da condição humana”. Foi o dia do Espírito Santo que não tinha “onde repousar” e fica como sem alento.

O inferno ao qual Jesus desceu é, em primeiro lugar, a morte eterna, a destruição sem saída, o frio cósmico... Mas é, em segundo lugar, a morte histórica que tende a dominar tudo, a morte que vem da injustiça, da indiferença, da prepotência e violência de muitos. Essa morte aparece mais claramente nos ambientes dominados pela cultura do ódio, da intolerância, do preconceito; faz-se visível nos traficantes da vida, na miséria e nos rostos famintos, vítimas de uma estrutura social e política injusta. É a morte dos fabricantes de armas, dos violadores e assassinos...; a morte nos cárceres, nas casas sem pão, nos caminhos sem saída, nos hospitais...

O “inferno” está em todos os lugares onde a vida é massacrada pelos prepotentes, onde a Terra é destruída pela ganância de alguns, onde a “lei do mercado” se alimenta do sangue dos mais pobres... Sem a “descida” de Jesus aos infernos da história humana não existe redenção cristã, não se pode falar de autêntica páscoa. Se não nos comprometemos com os “condenados ao inferno” de nosso mundo, não poderemos entender o mistério do Sábado Santo.

Jesus “desceu aos infernos” da pobreza, da exclusão, da violência... Neste “dia de silêncio” o Crucificado se faz solidário universal; nenhuma situação humana, por mais extrema que seja, ficou excluída dessa presença compassiva.


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