Estamos em pleno tempo pascal e a luz do Jardineiro Imortal; do Ressuscitado que passou pela Cruz; do Vivente Glorioso nos alcança e nos envolve e, em nossas dores, e nas dores de toda humanidade, renova em nós a esperança e acresce em nós o dom da fé. Em uma série de reflexões, gostaria de partilhar com vocês (amigos leitores), neste tempo luminoso do ano litúrgico, Os Nomes do Ressuscitado, ou seja, como podemos defini-lo e chamá-lo a partir de suas manifestações pós-pascais e, desta forma, senti-lo presente. Este caminho se inspira nas reflexões de um monge beneditino chamado Michael Davide Semeraro e a um momento de particular sofrimento vivido com minha família com um desejo de somar em um percurso existencial da fé.
TEU NOME É HISTÓRIA, ALELUIA!
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco.” (Jo 20,19)
É muito fácil deixar-nos seduzir pelo encanto atordoante de um discipulado evasivo e etéreo, que não se declina em outros tempos a não ser em um passado ou em um futuro distante que nos desresponsabiliza do hoje e nos infantiliza em falsas seguranças. Ai de nós se não habitarmos o futuro como tenda e não nos refazermos às memória do passado, mas, o Senhor Jesus, não escolhe outra estrada para se comunicar Vivente senão pelo chão da HISTÓRIA e seus meandros de belezas e imperfeições que caracterizam o nosso presente. Seu abraço misericordioso, de mãos chagadas e feridas - como quem conhece a dor e o sofrimento - condensa o seu mistério e ministério de Encarnação cuja base e fundamento é a realidade priva de equívocos das maquiagens de nossas artificialidades mas também ramo de grande majestade no qual penetra a linfa luminosa de sua graça pascal. Não se cansará nunca o Senhor Glorioso de se "por no meio deles"; em nosso meio; nos nossos altos e baixos e nos curar (não de maneira ostensiva muito menos supersticiosa) com o sopro de sua shalom que é útero grávido de todo bem. Neste vento divino de humanos lábios, num misto de céu e terra plenificados, lembramos que, nada do que é nosso passa despercebido a Ele; nada de genuinamente terreno deixa de ecoar no abismo de sua eternidade. Ele, o Esposo de resplandecente Glória, não “aparece” para os seus mas “entra” como quem é de casa e ama fazer HISTÓRIA conosco. Aleluia!
Pe. Thiago Rodrigues sx