Acompanhar a despedida dos nossos confrades das cidades de Laranjeiras do Sul e Nova Laranjeiras para mim, mesmo que de longe (das encantadoras montanhas das Minas Gerais), deixou o coração apertado e, confesso, com um nó na garganta. A história da minha vocação se mistura com estas cidades que estamos deixando de uma maneira, para nós Xaverianos ao menos, que poderia ser diferente.
Quando entrei no seminário, nos idos anos 2.000, escutei pela primeira vez o nome destes municípios que se somavam a alguns outros: Cantagalo, Virmond, Porto Barrero, Rio Bonito... Quantos amigos de seminário e companheiros de jornada encontrei vindos destes rincões do Paraná com um sotaque bem diferente para um pé vermelho como eu; quantas visitas realizadas junto a este povo sob o signo da amizade e da boa hospitalidade (como aquela de Betânia na vida de Jesus); quanta história de confrades Xaverianos que marcaram a sagrada história destas cidades, dentro da diocese de Guarapuava, feita de muito zelo e dedicação. Gostei tanto desta região que sonhava um dia em ser pároco na grande "catedral" de Laranjeiras ou então na não menos imponente São João Batista de Nova Laranjeiras. Mas... o sonho vai ficar abrigado nas lembranças mais afetuosas do coração de algo que foi bom, muito bom.
Mesmo sem nunca ter trabalho em algumas destas queridas cidades como Xaveriano, tomo licença, para abraçar com muito carinho e afeto; com muita ternura e amizade a todo vocês povo querido e amado, filhos de Sant´Ana e São João Batista. Nossa Congregação partilhou intensos momentos junto a vocês, de vendaval impiedoso a reconstruções cheias de esperança, portanto, também nesta despedida – com lágrimas nos olhos – sussurramos aos ouvidos de vosso coração: nossas casas e paróquias (mesmo na humildade de nossas presenças e na fragilidade de nossas forças) estarão sempre abertas a vocês; nossas mãos estarão sempre estendidas à vossas e nossos passos sempre dispostos a caminhar juntos. Obrigado a vocês, irmãos e irmãs, por nos ensinar - pela vossa acolhida e fraternidade – que, de fato, os Xaverianos (mesmo nas nossas limitações e imperfeições) fazem do mundo uma só família que tem também sabor de chimarrão e perfume de Laranjeiras.
Pe. Thiago Rodrigues sx