Skip to main content

Faça uma doação

Os Missionários Xaverianos não dispõem de nenhuma receita a não ser o nosso trabalho evangelizador e as doações dos amigos benfeitores. O nosso Fundador, São Guido Maria Conforti, quis que confiássemos na Providência de Deus que nunca deixa desamparados seus filhos. Invocamos sobre você e sua família, por intercessão de São Guido Maria Conforti, as bênçãos de Deus.
Atenciosamente,

Redação da Família Xaveriana


Deposite uma colaboração espontânea:

Soc. Educadora S. Francisco Xavier
CNPJ: 76.619.428/0001-89
Banco Itau: agência 0255, conta corrente:27299-9
Caixa Econômica ag. 0374, conta corrente: 2665–3

Artigos religiosos

Visite o site do nosso centro de produção
de artigos religiosos e missionários

CEPARMS


TercoMiss

TercoMiss

Teologia

CF 20:  Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso


A seguir apresentamos o vídeo da Campanha da Fraternidade de 2020, junto com uma visão geral do texto base, com a finalidade que possa ajudar como subsídio na pastoral. O tema é Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34). Objetivo geral é conscientizar, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como Dom e Compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, nossa Casa Comum.

I PARTE:  um olhar de indiferença gera ameaças à vida.

É necessário de muito esforço para que a vida esteja em primeiro lugar. Em 2017, no Brasil 22,6% das crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos vivem em extrema pobreza. Isto é, 9,4 milhões de menores com uma renda domiciliar menor a um quarto do salário mínimo. 2,5 milhões de crianças e adolescentes trabalham. 11,7 mil foram vítimas de homicídios, mais de 3 milhões moram nas favelas.

Em 2018, 50% dos mais pobres no Brasil sofreram uma retração de 3,5% nos rendimentos, entretanto 10% dos mais ricos tiveram um crescimento de quase 6% no rendimento. A vida das crianças começa a ser ameaçada antes de nascer pelo aborto, durante a infância e adolescência pela pobreza e exclusão. Há milhares de crianças órfãs que perderam a família por causa da violência e das drogas. Inclusive, o mal do desemprego no primeiro trimestre de 2019, atingiu 12,7% da população.

As pessoas com depressão são de 5,8% e com ansiedade são 9,3% da população brasileira. Existe a automutilação entre os jovens, que mostra a incapacidade de lidar com os próprios sentimentos, como angustias, medos e conflitos. Em 2016, houve no Brasil houve 11.433 suicídios. Os jovens entre 15 e 29 anos estão entre as moires vítimas. Nos seis primeiros meses de 2018, os acidentes de transito causaram mais de 19 mil mortes e 20 mil casos de invalidez. 53,7 % dos acidentes são fruto da negligência e imprudência dos motoristas.

Os povos Indígenas no Brasil, sofrem sucessivas agressões em seus territórios, culturas e vidas. Olhando para o campo vemos um cenário de violência contra trabalhadores rurais, ribeirinhos, pescadores, indígenas, trabalho escravo, despejos... também é triste o aumento dos feminicídios, em 2017, foram assassinadas 1.133 mulheres no país, com expressivo crescimento da taxa de assassinatos de mulheres negras.

A banalização da vida alcança o mundo virtual na internet e nas redes sociais, por meio das “fake news”, dos perfis falsos, da disseminação de notícias caluniosas e raivosas, sem verificar a veracidade do que se compartilha e do que se curte. O individualismo marca as relações que a vida corre o risco de ser vista, não como Dom e Compromisso, mas como peso. Ignoram-se os direitos humanos, abrindo caminho para a intolerância política, religiosa e cultural, raiz do preconceito e discriminação. O panorama atual apresenta uma banalização da vida. A pobreza se expande e se manifesta através de inúmeras formas de sofrimento.

Nos últimos anos vem crescendo a consciência da existência da agressão à natureza, como a poluição da água e as queimadas propositais da Amazônia, por isso é fundamental encontrar soluções integras. Há uma extinção de espécies e um desequilíbrio climático. Em 2015, assistimos ao rompimento da barragem de Marina (MG) e em janeiro de 2019, à barragem do Brumadinho (MG) causando muitas mortes humanas, destruição e modificação da biodiversidade. A vida é continuamente agredida. Há um aumento da indiferença e do ódio com relação às pessoas que são diferentes (negros, gays, nordestinos...) e que pensam de maneira diversa.

Por outro lado, não podemos esquecer que existem muitas pessoas anônimas, que defendem e promovem a vida de maneira gratuita, por exemplo os 74 mil voluntários da Pastoral da Criança no Brasil, além de outros agentes de pastoral nas diversas pastorais sociais (saúde, povo de rua, carcerária, CIMI, CPT, mulher marginalizada, AIDS...). Portanto, devemos assumir o olhar solidário capaz de ir além do egoísmo e da indiferença da sociedade.

II PARTE: romper com a indiferença.

Somos chamados a iluminar nosso olhar com o olhar do Cristo, que do alto do madeiro, viu e perdoou todos os pecados (Lc 23,34). O Bom samaritano é o ícone da quaresma e da CF deste ano, como anúncio da compaixão e do cuidado com a vida (Lc 10, 25-37). A atitude do samaritano que sente compaixão, supera a indiferença e defendendo a vida, se aproximando e zelando pelo caído. O rompimento com a indiferença, diante do sofrimento, nos torna mais humanos e disponíveis ao serviço do próximo. 

Quem ama viu a Deus, porque Deus é amor (1Jo 4,7-16). O amor deve ajudar a superar a sociedade da indiferença e da exclusão (Mc 10,46-52). Estamos a serviço da vida e do amor, tendo compaixão diante do sofrimento humano (Jo 15,15; 13,34).

Nossas mãos não podem estar fechadas para socar, elas devem estar sempre abertas para cuidar, servir e amar. Por isso, a compaixão é ter mais justiça no coração. Justiça e misericórdia não se contrapõem, mas se complementam (Mt 20, 1-11; Rm 5, 7-9). O Papa Francisco diz: “A compaixão é o caminho privilegiado para edificar a justiça”. Por isso, a justiça é o encontro de todos, um ideal que começa nesta vida e prolonga-se até a eternidade (1Cor 15,28); porque a paz é fruto da justiça (Is 32,17) e a justiça se compreende a partir da misericórdia e da solidariedade com as pessoas que sofrem.

A justiça e a misericórdia jamais estão desvinculadas da caridade (Mt 20,1-15). No final da nossa vida, seremos julgados apenas sobre a práticas da misericórdia e da justiça (Mt 25,31-46).  Cuidar do próximo é ter ternura e misericórdia, tendo o próprio Deus como fonte de todo bem. Papa Francisco pede o desenvolvimento de uma ecologia integral como um chamado e um dever para redescobrir a nossa identidade de Filhos de Deus (Cf. Laudato Si’11). O Ser humano recebe o carinho divino e é chamado a cultivar a criação.

III PARTE: disposição em servir.

A CF nos convida a proclamar a vida como Dom e Compromisso igual ao Bom Samaritano. A ver a vida como intercâmbio de cuidados. A fé nos faz próximos e nos aproxima da vida, desperta nossa solidariedade. A beleza da vida é resgatar gestos de fraternidade que põe o amor em ação. “A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus” (S. Irineu).

Necessitamos cuidar a família como alicerce da sociedade, renovando o compromisso com a vida. Criando comunidades Eclesiais Missionárias, saindo para onde a vida está ameaçada. Somos convidados assumir a Jornada Mundial dos pobres impulsionada pelo Papa Francisco.

A CF nos pede ações concretas em prol da vida, como valorizar o protagonismo dos leigos na pastoral e no cuidado da vida; partilhar as experiências da vida; oferecer aconselhamento a quem precisar; ampliar o diálogo; valorizar as datas importantes da igreja e da sociedade. A vida como intercâmbio de ternura e cuidado deve ajudar a fortalecer os laços entre vizinhos; promover uma ecologia integrar; formar parcerias com organizações e organismos existentes.

Acompanhar os processos de evangelização, na liturgia, na celebração da palavra, nas visitas missionárias, na missionariedade, promovendo inciativas em prol da amizade. Organizar espaços de acolhida, solidariedade e apoio para com os pobres; criar centros de escuta capacitando agentes pastorais para este ministério; criar e fortalecer os espaços e os grupos que valorizem a vida.  

Assumir um compromisso radical com a justiça e a solidariedade, sendo construtores da vida; respeitar a vida das diversas culturas e etnias; ampliar as lutas na conquista dos direitos perdidos. Prevenir o suicídio, feminicídio, depressão; despertar a necessidade de uma legislação ambiental que siga a ecologia integral; motivar e fortalecer a cultura da paz.

Eis o vídeo da Campanha da Fraternidade 20202.

Rafael Lopez Villasenor


Artigos relacionados

Teologia

A economia de Francisco e Clara

A mudança radical do sistema de morte que governa o mundo pode estar em nós por meio de nossos so...
Teologia

Novos caminhos de Animação Missionária a partir da “Laudato Si’”

“Eis agora o tempo favorável por excelência” (2Cor 2), não vamos desperdiça-lo. Por ocasião do ce...
Teologia

Teologia da Trindade: Deus uno e Trino

 A Comunicação Trinitária Perante a revelação de deus na história como Pai… Filho… Espírito...
Teologia

Uma visão geral da Bíblia

A palavra Bíblia vem do grego βίβλια, plural de βίβλιον, bíblion, "rolo" ou "livro" é o texto rel...