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Teologia

Onde está Deus em tempo de pandemia?


Não é fácil responder a pergunta onde está Deus em tempo de pandemia? Faltam palavras, apenas um silêncio no qual o coração clama por Deus. Mas, por que, Deus o Senhor permaneceu em silêncio? Como pode permitir que aconteça tanta doença e tanta morte?

Porque Deus não acaba com a pandemia do covid-19? É uma pergunta legitima, mais não há resposta fácil. Talvez um outro questionamento, mas sensato seria, como estou colaborando para acabar com a pandemia? Estou sendo instrumento de Deus, seguindo as orientações das autoridades sanitárias? Que Deus vemos em tempo de coronavirus? Deus não poderia pôr fim a esse flagelo, que tira muitas vidas humanas, compromete o futuro da sociedade e das pessoas?

O Papa Francisco no tempo de quaresma, diante da praça de São Pedro vazia, ora ante o Cristo crucificado. Este momento ficou marcado e nos leva a refletir na cruz de Cristo, na cruz da doença e nas nossas cruzes. Cruz é o que limita a vida, que faz sofrer e dificulta andar. Vivenciamos a cruz em uma situação muito especial, causada pela pandemia. Todos permanecemos confinados, inclusive as nossas igrejas estão fechadas. Entretanto a morte na cruz de Jesus levou para a vida, para a ressurreição. As nossas cruzes pela doença, também devem nos levar para a vida plena.

O papa Bento 16 rezou em Auschwitz, visitando o antigo campo de concentração nazista na Polônia em maio de 2006, também questionou por que Deus se silenciou quando mais de um milhão e meio de vítimas, a maioria eram judeus, morreram no “vale de escuridão” nesse lugar. O Papa falou que era impossível penetrar nos mistérios de Deus para entender tamanha maldade humana, mas apenas somos capazes de chorar humilde e insistentemente pelo Senhor, diante do campo de Auschwitz.

A pandemia causa medo, cria uma visão de mundo marcada pela insegurança e vulnerabilidade rotineiras, pela ameaça genuína de ser contagiado pelo novo coronavirus. Uma ameaça evidente de medo e fantasia que apavoram o inconsciente coletivo, basta uma pessoa ser infetada para virar pandemia. O covid-19 é contagiante, contaminador “pandêmico”. O outro se torna potencialmente, uma ameaça para minha saúde e para minha vida, é necessário me proteger, colocar mascara, barreiras, defesas e me isolar. Porém, esta pandemia não é a única na história. A humanidade sofreu muitas “pestes”, espalhando pânico e morte, como a “peste negra”, a “febre espanhola”, apenas por citar duas, porém todas foram superadas.

Como será o futuro após o covid-19? É muito difícil saber qual será o impacto futuro para a sociedade, mas estamos reaprendendo a conviver com a realidade desse vírus. Vivemos sentindo as perdas de vidas, saúde, econômicas, sociais entre outras. É tempo de novas configurações do ser humano, de aprendizado e crescimento ficando em casa, de novas formas de comunicação. É uma oportunidade para aprofundar e estabelecer novas prioridades na nossa vida. É um período de perdas, de lutos, tristezas, dores, esperanças e novos desafios com quais não sabemos como nos comportar.

Não esperávamos uma pandemia destas proporções em pleno século XXI, com tanta tecnologia, mas não existe um remédio adequado, nem uma vacina contra o covid-19, não estamos preparados e somos impotentes, a única saída é o distanciamento social. As maiores vítimas são os idosos, diabéticos, gravidas, hipertensos, asmáticos... Contudo, devemos procurar ser foco de esperança, abraçando a dor com muita resiliência. Ver a presença de Deus nos acontecimentos, saber ler os sinais dos tempos como sinais de Deus. O que Deus nos tem a dizer em tempos pandêmicos?

As portas das igrejas precisaram ficar fechadas durante a este tempo de pandemia, mas as portas de muitos lares se abriram para que Deus pudesse entrar e tivesse um lugar no convívio familiar, criando consciência de que as verdadeiras “Igrejas domésticas” são as nossas casas. Reaprendemos a orar juntos como família, acompanhar as celebrações da Igreja em casa, a ouvir a Palavra de Deus on-line, através da TV e das redes sociais. Família que reza unida permanece unida.

Quando o vento é contrário e o mar agitado (Mt 14, 22-33) Jesus caminha sobre as águas e vai até os discípulos, eles o enxergam como um fantasma. A travessia do mar agitado significa a nossa travessia diante das dificuldades e dos males. Talvez seja perigosa, mas necessária. A barca simboliza um lugar mais seguro, que protege do mar agitado, do perigo diante do mal e da doença, embora balança. O vento forte e contrário expressa as dificuldades, os problemas encontrados para seguir a caminhada. Jesus nunca nos desampara. Ele caminha sobre o mar, está acima do caos e de qualquer tempestade. Pedro reconhece Jesus e quer ir até ele caminhando sobre as águas, mas é um homem fraco, com pouca fé, talvez como nós e, se afunda. Segura na mão de Deus e vai.  Jesus entra na barca, tudo volta à normalidade. Se apresenta como aquele que caminha junto, dá segurança e acaba com todo tipo de dúvida, perigo, doença e medo.

Jesus não nos abandona, ao contrário se faz presente, dá coragem, está perto, em especial no momento da tempestade. Ele sobe na barca para nos acompanhar nos momentos mais trágicos, porque sofre conosco, sente as nossas dores, medos, tristezas e sofrimentos. Jesus acalma todo tipo de tempestade. Deus não se afasta, não nos deixa sozinhos, ele está conosco. Paulo nos diz: Quem nos separará do amor de Cristo? O covid-19, a tribulação, a pandemia, a angústia, o perigo, ou a espada? Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou... Nada e ninguém nos poderá separar do amor de Deus (cf. Rm 8, 35-39). “Se Deus está conosco quem será contra nós”? (Rm 8,31).

Deus está presente em tempo difíceis de pandemia de várias maneiras e formas, talvez, muitas vezes, sejamos cegos e não o enxerguemos. Deus continua-se revelando e se solidarizando como o pobre, com o sofredor, com o doente do lado dos fracos e agindo em favor destes. De forma especial, ele está presente na missão dos médicos e agentes de saúde nos hospitais que arriscam a própria existência para salvar vidas, nas pessoas que desenvolvem os serviços essenciais, nos cientistas que buscam uma vacina contra o vírus, na solidariedade com as vítimas da pandemia e com as pessoas de risco, em cada um de nós quando ficamos em casa como um modo de nos cuidar e proteger os outros, enfim, na oração que alimenta a fé e a esperança.

Pe. Rafael Lopez Villasenor


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