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Teologia

Pentecostes: o Espírito Santo presente na Igreja e no mundo


O Espírito Santo desceu em Pentecostes tornando viva a vida da Igreja em Jesus Cristo, em unidade com o Pai. Vivamos os seus dons a serviço da Igreja e da missão de tornar filhos e filhas de Deus a todas as pessoas. O Espírito Santo nos ilumine nesta caminhada de fé, de esperança e de caridade!

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA

            Estamos no tempo favorável para meditar as maravilhas do Senhor, a sua ressurreição e ascensão, e, logo mais, a ação do Espírito Santo. Esta semana antecede o grande acontecimento, Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. Ele veio para renovar a face da terra, levar os discípulos a serem missionários de Jesus Cristo e de sua Igreja, em unidade com o Pai. Vivenciamos os seus dons e as suas graças na família, na comunidade e na sociedade, tendo presente os padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos. Eles falaram sobre o Espírito Santo, a sua ação e missão no mundo e na igreja.

            O Espírito Santo como pessoa divina.

            Tertuliano, padre do norte africano, dos séculos segundo e terceiro, foi o primeiro autor na antiguidade cristã a usar o termo persona (pessoa) em relação à Trindade e ao Espírito Santo ao se referir à criação do ser humano. Quando Deus disse “façamos” (cfr. Gn 1,26), por ocasião da criação do homem, o padre africano interpretou que o termo expressava a Unidade na Trindade Santa. Não era apenas uma só pessoa que estava falando, mas as três pessoas que estavam juntas num único Deus para a criação do ser humano, homem e mulher, sendo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus disse assim porque Ele tinha ao seu lado o Filho, como segunda pessoa, e o Espírito Santo, como terceira pessoa. O Espírito Santo vem do Pai através do Filho e é um com o Pai e com o Filho, em relação com a unidade da substância[1]. O Espírito Santo torna as pessoas, os cristãos, irmãos e irmãs. Quanto mais a bom direito os cristãos se sentem irmãos aqueles que reconhecem Deus como único pai e se chamam irmãos por causa do espírito de santidade[2].

            A unidade humana com o Espírito Santo.

            Orígenes de Alexandria, padre dos séculos segundo e terceiro, afirmou que não se pode participar do Pai e do Filho sem o Espírito Santo. O Espírito Santo faz as pessoas participarem de sua santidade. Ele afirmou que não se pode falar do Filho de Deus de maneira mais evidente e mais divina e dele dar conhecimento aos seres humanos a não ser por meio de sua Escritura, inspirada pelo Espírito Santo. O Espírito Santo age sobre aqueles e aquelas que são orientados para o bem e percorre o caminho de Cristo (cfr. 1 Cor 4,17), isto é, fazem o bem (cfr. Ef 2,10) e são em Deus (cfr. 1 Jo 4,13)[3].

            O temor de Deus pelo Espírito Santo.

            Santo Irineu de Lyon, bispo dos séculos segundo e terceiro, afirmou que o temor de Deus e a fé na vinda de seu Filho vêm por obra do Espírito de Deus, que põe vida no coração humano, tornando as pessoas puras, viventes para Deus, porque possuem o Espírito do Pai que purifica o ser humano e eleva à vida de Deus. A fraqueza do ser humano é superada pela força do Espírito, graças à comunhão com Ele. Desta forma, os mártires não testemunharam segundo a fraqueza da carne, mas sim conforme a prontidão do Espírito. A fraqueza da carne desaparece pelo poder do Espírito, constituindo o ser humano como um ser vivente para Deus pela sua participação no Espírito[4].

            O Espírito é extraordinário em seus dons.

Segundo São Cirilo de Jerusalém, bispo do século quarto, o Espírito Santo é algo grandioso, onipotente, extraordinário nos seus dons. O Espírito Santo na medida e no modo idôneo para cada um age eficazmente, pois Ele conhece a natureza de cada um de nós, discernindo os pensamentos e a consciência, tudo quanto pronunciamos ou tememos com a mente. O bispo de Jerusalém tinha presente as dimensões do império romano com todos os povos, reconhecendo os ministros e a presença de Deus em todos eles. Constatamos que o grande protetor e distribuidor de graças dando a todos a misericórdia e o amor vem do Espírito Santo, o qual ilumina todas as coisas e também aqueles que têm olhos para vê-Lo. Ele é superior aos anjos e arcanjos, as potestades, aos tronos, as dominações, sendo Ele senhor e santificador[5].

            A iluminação por obra do Espírito Santo.

            São Cirilo de Jerusalém enfatizou ainda o cumprimento do bem e da salvação como ação do Espírito Santo. Antes de Sua chegada, surgem emanações de luz e de ciência, advertindo a pessoa para a sua vinda. Ele vem com a alma de um verdadeiro protetor, porque traz a salvação e ilumina a mente do fiel. O Espírito Santo instrui o ser humano para que possa distinguir perfeitamente aquilo que em determinado momento não conseguiria perceber. Realmente, precioso e bom é o Espírito Santo! Pois, somos batizados no Pai, Filho e Espírito Santo (cfr. Mt 28,19)[6].

            A libertação por obra do Espírito Santo.

            Para São Basílio, o grande, bispo de Cesaréia do século quarto, afirmou que uma alma que deseja libertar-se às coisas terrenas, verá na razão da criação puríssima, o Espírito Santo, donde são o Pai e o Filho, o Espírito Santo, o qual é da mesma natureza e substância, e possui também: a bondade, a justiça, a santidade, a vida. Ele é o doador dos dons como a santificação, a bondade e a justiça. Assim é o Espírito Santo na divina substância, não considerado uma pluralidade, mas visto na Trindade, na unidade.

            O Espírito Santo é um com o Pai e o Filho.

Ainda em São Basílio, afirma-se a unidade do Espírito Santo com as outras duas pessoas divinas. Como o Pai é um e o Filho é um, assim também o Espírito Santo é um. Não se pode colocar junto aquele que santifica com aqueles que são santificados. O Espírito enche os anjos, os arcanjos, santifica as potestades, vivifica tudo. Ele se distribui na inteira criação, mas a cada um, se dá de um modo, não resultando diminuído. O Espírito Santo dá a todos a sua graça, permanecendo indiviso. Ilumina todos ao conhecimento de Deus, entusiasma os profetas, torna sábios os legisladores, consagra os sacerdotes, consolida os reis, torna perfeitos os justos, distribui o dom da santificação, ressuscita os mortos, liberta os prisioneiros, faz filhos os estrangeiros[7].

            A obra da purificação pelo Espírito Santo.

            São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, dos séculos quarto e quinto, realçou que em virtude do Espírito Santo, nós obtemos o perdão dos nossos pecados por sua obra, somos purificados de todas as impurezas: através de sua mediação, tornamo-nos pessoas boas e angelicais pela graça que dele provem. A presença do Espírito Santo transforma nossos corações e vida[8].

            As aparições do Espírito Santo à realidade humana.

Santo Agostinho, bispo de Hipona, nos séculos quarto e quinto, disse que nas aparições do Espírito Santo, não foi assumida a criatura do mesmo modo que o Verbo assumiu a carne e a forma humana no seio da Virgem Maria. O Espírito Santo não santificou a pomba nem o vento e nem os uniu a si e à sua pessoa, porque a sua natureza não é mutável, mas é imutável e eterna. Essas figuras apareceram quando foi oportuno, como um gesto de serviço da criatura para com o seu Criador, obedecendo a um sinal de quem permanece imutável em si mesmo, com a finalidade de mostrá-lo ao mundo. Nessas realidades existentes, esteve oculta uma ação significativa, a ação do Espírito Santo, de modo que a figura material desses elementos surgiu com uma finalidade representativa e passageira, para impressionar os sentidos humanos pelo poder do Espírito Santo que está em comunhão com as outras duas pessoas divinas: o Pai e o Filho[9].

O Espírito Santo desceu em Pentecostes tornando viva a vida da Igreja em Jesus Cristo, em unidade com o Pai. Vivamos os seus dons a serviço da Igreja e da missão de tornar filhos e filhas de Deus a todas as pessoas. O Espírito Santo nos ilumine nesta caminhada de fé, de esperança e de caridade!

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[1] Cfr. Contro Prassea, 12,3. CCL 2, 1173. In: Spirito di Dio, Introduzione, traduzione e note a cura di Mauro Todde, Edizioni Paoline, Milano, 1987, pg. 13, n. 6. e-cristianismo.com.br/.../tertuliano-contra-praxeas.html?start=2

[2]Cfr. Tertulliano, Apologetico, XXXIX, 9, a cura di A. Resta Barrile,. Oscar Mondadori, Bologna, 2005, pg. 139.

[3] Cfr. Origines, Tratado sobre os Princípios, 1,3,1-8. Paulus, SP, 2012, pgs. 84-94.

[4] Cfr. Cfr. Ireneu de Lião, V, 9,2, Paulus, São Paulo, 1995, pgs. 538-539.

[5]Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi battesimali, 16, 22-23. In: La teologia dei padri, v. 3. Città Nuova Editrice, Roma, 1982,  pgs. 306-307.

[6]Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi battesimali, 16,19-21. In: Idem, pgs. 308-309.

[7]Cfr. Basilio il Grande, Omelia sulla fede, 3. In: Idem, pg. 307.

[8]Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelia sulla santa Pentecoste, 1. In: Idem, pg. 317.

[9] Cfr. Santo Agostinho, A Trindade, Livro II, 11-12. Paulus, SP, 1995, pgs, 81-84.


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