Advento tempo de espera e esperança
Com o Advento se dá o início de mais um ano litúrgico, é momento privilegiado para retomar o ânimo, reavaliar projetos, refletir sobre o modo como estamos nos preparando para a vinda do Senhor, isto é, para o nascimento do menino Jesus, que nasceu pobre e humilde em Belém e que deve nascer em nosso coração também.
Advento é tempo de espera e esperança, de compromisso com o projeto de Deus. Aos domingos canta-se o Aleluia mostrando o caráter não penitencial, mas é um tempo de preparação e espera, por isso é usada a cor roxa na liturgia. Por sua vez, não se canta o Glória para dar maior destaque e ênfase ao Nascimento de Jesus Cristo no Natal. Portanto, o Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria.
No Advento, somos convidados a proclamar que o Senhor está chegando como libertador e seus sinais se manifestam nas lutas dos pobres e de todos os que com eles se fazem solidários na busca de melhores condições de vida, de dignidade humana, de paz universal e de preservação da natureza. Esperando ansiosamente a manifestação do Reino de Deus em que “justiça e paz se abracem”, todos os povos e culturas desabrochem felizes e reconciliados e toda “a terra se abra ao amor”.
O Advento tem dois tempos diferentes: o primeiro vai do primeiro domingo até o dia 16 de dezembro, apresenta a segunda vinda do Senhor no fim dos tempos como escatologia cristã, com os temas do julgamento final da vigilância e escatológica. Os quatro domingos do advento representam também as quatro estações do ano, concebido com a coroa com quatro velas. Aparecem em destaque os personagens bíblicos: Isaías e são João Batista.
A segunda parte do advento vai do 17 ao 24 de dezembro, a liturgia fala da preparação imediata e próxima do nascimento de Jesus. Entramos em ritmo intenso de espera e esperança, de cuidadosa vigilância. O tema central é a primeira vinda do Senhor, aparecem em destaque Maria e José.
A Coroa do advento com quatro velas, lembrando os quatro domingos de espera e esperança, as quaro estações do ano. Tem a origem na Europa, em tempos do Império Romano. No inverno, se acendiam velas que representavam o “fogo do deus sol”, tendo a esperança de que a luz e o calor voltassem. A forma circular da coroa, significa o tempo cíclico, que não tem princípio, nem fim, é o sinal do amor de Deus infinito. As ramas verdes são símbolo da esperança e da vida que brota.
O Advento tem sua origem na Espanha, no ano de 380. A introdução na liturgia foi desenvolvida nos séculos IV e VII nas diferentes igrejas locais como preparação para a festa do Natal. A preparação adquiriu um caráter ascético de penitência por parte dos catecúmenos que deveriam viver a preparação do batismo da Epifania. Com o passar dos anos adquiriu um aspecto escatológico, recordando a segunda vinda do Senhor.
Rafael Lopez Villasenor, sx