Dom Oscar Romero, mártir das Américas!
Dom Oscar Arnulfo Romero Gadamez, será beatificado em 23 de maio 2015, pelo papa Francisco, 35 anos após o martírio. Assassinado enquanto celebrava a Eucarística em 24 de março de 1980.
Dom Oscar Romero nasceu em 15 de agosto de 1917, na Ciudad Barrios, El Salvador. Membro de uma família numerosa e pobre, quando criança tinha uma saúde frágil. Entrou para o seminário aos 13 anos. Aos 20, foi completar os estudos de Teologia em Roma, onde foi ordenado, em 1943.
Retornou a El Salvador, onde foi pároco durante 26 anos. Generoso, visitava os doentes, lecionava nas escolas, foi capelão do presídio. Como pároco sempre generoso com os pobres. Padre Oscar sabia da miséria que vivia o país. Na década de 1970, El Salvador vivia grandes conflitos internos. Em 1977, nomeado arcebispo de El Salvador com fama de conservador.
Dois anos depois, o presidente do país foi deposto por um golpe militar. A ditadura se instalou e acirrou a violência. Reinou o caos político, econômico e institucional. De janeiro a março de 1980 foram assassinados 1015 salvadorenhos. Os responsáveis pertenciam às forças de segurança e às organizações conservadoras do regime militar.
Entre os mortos, estavam dois sacerdotes que ousaram defender camponeses que pediram abrigo em suas paróquias. Dom Romero se posiciou, colocou-se no meio do conflito, para tentar resolvê-lo. Ameaçado de morte constantemente.
Dom Oscar Arnulfo Romero na homília do Sábado de Aleluia em 1979, afirmava: “Graças a Deus, temos páginas do martírio, não somente na história do passado, como também na hora presente. Há sacerdotes, religiosos, catequistas, homens humildes do campo assassinados e massacrados, que tiveram seus rostos desfeitos e esmagados, foram perseguidos por serem fiéis ao único Deus e Senhor”.
Em outra ocasião ele dizia: "Tenho sido freqüentemente ameaçado de morte. Devo dizer-lhes que como Cristão, não creio na morte sem ressurreição. Se me matam ressuscitarei no meu povo salvadorenho. Digo isso sem orgulho, com a maior humildade... Como pastor estou obrigado a dar a vida por quem amo, que são todos os salvadorenho, como também aqueles que vão me matar. Se chegarem a cumprirem as ameaças, desde agora ofereço a Deus meu sangue pela redenção e ressurreição de El Salvador."
Na Universidade de Lovaina, o dia 2 de fevereiro de 1980, Dom Romero descreve a situação de martírio do povo Salvadorenho e da Igreja comprometida com os pobres. "...Em menos de três anos, mais de cinquenta sacerdotes foram atacados, ameaçados e caluniados; seis deles tornaram-se mártires, morreram assassinados. Vários outros foram torturados e diversos expulsos do país. As religiosas também tem sido objeto de perseguição... Se com os representantes mais visíveis da Igreja acontece isso, vocês podem imaginar o que ocorre com o simples povo Cristão, com os camponeses, os catequistas, os delegados da palavra e as Comunidades Eclesiais de Base. Aí, os ameaçados, presos, torturados assassinados contam-se às centenas e aos milhões... Não se perseguiu qualquer sacerdote nem se atacou qualquer instituição.
Perseguiu-se e atacou-se a parte da Igreja que se colocou do lado do povo pobre e tomou sua defesa... A verdadeira perseguição dirigiu-se contra o povo pobre, que é hoje o corpo de Cristo na história. Os pobres são o povo crucificado, como Jesus, é o povo perseguido como o povo de Javé. São eles que completam em seu corpo o que falta a paixão de Cristo. Por isso quando a Igreja se organizou e se unificou sofre a mesma sorte de Jesus e dos pobres: a perseguição"
Dom Romero falava abertamente: "Se me matarem, ressuscitarei na vida do meu povo". Ele ressuscitou como Jesus de Nazaré e está vivo nas lutas do povo Latino-Americano.
Beato Oscar Romero da América, rogai por nós!
Rafael Lopez Villasenor.