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PÁROQUIA MISSIONÁRIA: à luz do Documento de Aparecida


Falar de “paróquia missionária” mais parece uma contradição que uma afirmação ou um desejo. De fato, a paróquia nunca foi propriamente missionária. Consolidou-se aos poucos como instituição religiosa, a partir do século V, quando o cristianismo tornou-se religião do império romano,

com a incumbência de dar assistência cristã aos habitantes dos pagi (aldeias, em latim) por meio de um presbítero residente.

Com a evangelização no Brasil no século XVI, a paróquia ganhou também um caráter civil e burocrático. Durante a colonização, a implantação da Igreja era, com efeito, uma obrigação do rei e não diretamente do Papa. O pároco era um funcionário do rei, investido de autoridade sagrada e real, com cargo vitalício adquirido por meio de concurso.

A paróquia, nas pequenas cidades do interior em formação, indicava a presença do Estado e da Igreja, ao mesmo tempo que regulava não apenas a vida religiosa, mas também as relações sociais, jurídicas e políticas.  Ao longo dos séculos, a paróquia tornou-se lugar de prestação de serviços. À Igreja coube exercer inúmeras funções burocráticas em nome do Estado, desde os dízimos, tributos a ser pagos à coroa, e as desobrigas, verdadeiros censos da população interiorana, até a outorga de atestados de nascimento e de morte.

Jesus não criou paróquias, instituições, estruturas e nem fez aliança com o poder político. Apenas constituiu uma comunidade que gerou outras comunidades que partilhavam a fé e o pão. Redescobrindo essa mensagem, o Concílio Vaticano II pouco fala de paróquia. Em seu documento principal, a Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, nunca aparece a palavra “paróquia”. A doutrina conciliar não está interessada em falar da instituição. Ao contrário, para indicar a Igreja visível, o Concílio usa a palavra “comunidade”. A comunidade é feita de pessoas e de relações. As pessoas têm coração, as estruturas não têm. A missão é, principalmente, uma questão de coração. Por isso é impensável que uma “paróquia” se torne missionária. Somente uma comunidade cristã pode se tornar missionária.

Se pensarmos na Igreja como uma estrutura, isso pode significar o fim da missão: uma coisa estática, burocrática, sem alma nenhuma, que cumpre apenas com suas obrigações. Se imaginarmos a Igreja como mistério, corpo místico, sacramento universal de salvação, povo de Deus a caminho, comunidade viva, serviçal e aberta a todos, então é possível de falar de “paróquia missionária”. A missão nasce do amor e não da autoridade: a missão é caridade, relações fraternas e verdadeiras, simétricas e dialógicas, estendidas a todos, sem excluir ninguém. Neste sentido, a perspectiva da “paróquia missionária” pode representar um caminho de renovação para a comunidade eclesial, como aponta o Documento de Aparecida (cf. DAp 173).

João Paulo II na encíclica Redemptois Missio, afirma: “impõe-se uma conversão radical da mentalidade para nos tornarmos missionários - e isto vale tanto para os indivíduos como para as comunidades” (RM 49). Por sua vez Aparecida lembra: “Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (DAp 365). Palavras fortes que pressupõem um “sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança, à missão de toda a Igreja” (DAp 363).

Como provocar, pois, tal “conversão radical de mentalidade”? Como suscitar processos de saída que envolvam estruturas, pessoas, relações, práticas pastorais e projetos missionários além de nossas fronteiras? Este livro aposta que esses processos são possíveis. É preciso, antes de mais nada, se convencer que a comunidade viva representa a grande proposta que a Igreja faz ao mundo com sua missão. O próprio Evangelho chama à vida em comunidade. A salvação não passa pela simples distribuição de sacramentos, mas pela resposta a um chamado de discipulado missionário que se realiza numa intensa vida de fraternidade aberta a todos. Jamais essa fraternidade constituirá círculos fechados. A proposta de Jesus é de uma fraternidade peregrina que se faz próxima, conjugando a comunidade com a missão.

Atenção, porém, que na nossa prática pastoral acostumamos chamar de “comunidades” autênticas “quase paróquias”. No lugar de propor a comunidade como ideal de vida e de missão, acabamos repropondo a instituição e, consequentemente, a sacramentalização da pastoral. Ao contrário, o foco da evangelização devem se tornar as comunidades de base (cf. DAp 178 – 179), os pequenos grupos de vida, de oração e de reflexão da Palavra de Deus (cf. DAp 180), que formam uma assembleia junto às outras comunidades na celebração da Eucaristia. Desta maneira a paróquia se torna “uma rede de comunidade” (DAp 172), que faz sentir à pequena comunidade a pertença a uma comunidade maior.

Para realizar essa extraordinária renovação é necessário cumprir com uma tarefa: “os melhores esforços das paróquias neste início do terceiro milênio devem estar na convocação e na formação de leigos missionários. Só através da multiplicação deles poderemos chegar a responder às exigências missionárias do momento atual” (DAp 174).

Com esse intuito, tornam-se indispensáveis instrumentos e subsídios como esse, que ajudam a trilhar caminhos, pautar metas, perseguir objetivos, elaborar projetos, num contexto sócio-cultural que está “exigindo de nós imaginação e criatividade” (DAp 173), como também organização e gestão responsável, no seguimento do Senhor Jesus. Pois “não se trata só de estratégias para procurar êxitos pastorais, mas da fidelidade na imitação do Mestre, sempre próximo, acessível, disponível a todos, desejoso de comunicar vida em cada região da terra” (DAp 372).

Pe. Estevão Raschietti, sx.


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