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Xaverianas: 50 anos de presença na Amazônia


Em 31.03.1966 Dom João Gazza, Bispo da Prelazia de Abaeté escrevia à Madre Celestina Bottego, Fundadora das Missionárias de Maria-Xaverianas: “Está bem viva a expectativa pela vinda das irmãs à Abaeté e nós estamos trabalhando ativamente para essa finalidade”.

E, quatro meses depois, em 28.07.1966: “... Tenho o prazer de lhe dizer que as Irmãs estão bem e, pelo que me consta, se encontram bem. Elas iniciaram os contatos com o povo e estão encontrando um grande campo de trabalho. Onde poderão praticar as obras da misericórdia cristã... As Irmãs são muito bem apreciadas pelo povo e o serão ainda mais logo que seu trabalho ficará definido. Verdadeiramente abre-se um grande campo, seja em Abaeté seja fora da cidade...”

Piera Parizzi, uma das três primeiras irmãs recorda a abertura da primeira comunidade:

“Em 1966 através do convite de Dom João Gazza, foi decidido abrir uma nossa comunidade na Prelazia de Abaeté. Elisa Caspani, Adua Borella e eu fomos escolhidas para dar início a essa presença. Sentíamo-nos privilegiadas, pois eram muitas as irmãs desejosas de ir e nos olhavam com certa inveja... Desejávamos iniciar nossa presença na Amazônia no dia 02 de julho, festa da nossa Família Missionária, mas Dom Gazza veio em Belém nos desejar boas vindas e comunicar-nos que a casa que nos deveria acolher não estava pronta. Finalmente no dia 04 de julho pudemos partir. O Bispo e as irmãs Capuchinhas do Colégio Nossa Senhora dos Anjos estavam à nossa espera. Entramos em casa acompanhadas por Dom João debaixo do guarda-chuva, pois chovia muito – é o batismo da Amazônia – nos disse”.

Patricia logo

À respeito dos inícios, também Elisa Caspani que por tantos anos trabalhou no Centro Médico seja como parteira seja como enfermeira nos relatou: “Do atual Centro Médico só tinha a estrutura externa. A Prefeitura estava construindo o prédio para os Vicentinos. Na chegada de Dom Gazza, a Prefeitura doou o prédio à Prelazia. As irmãs logo organizaram o trabalho.

Piera procurou descobrir os doentes de hanseníase presentes nas várias paróquias da Prelazia, abrindo para eles perspectivas de esperança e de reinserção. Adua, vendo a situação das mulheres, se preocupou de dar a elas uma formação humana e profissional. No Centro Social Paulo VI, aos poucos, foram se organizando cursos de arte culinária, corte e costura, datilografia, manicure e cabeleireira. Muitas das mulheres que frequentaram estes cursos ajudaram depois nos clubes de mães. Depois, veio a irmã Vita Russo que começou o trabalho na catequese...”

 É o batismo da Amazônia, disse Dom João Gazza naquele dia, 50 anos atrás, à Piera, Adua e Elisa, dia que marcou a inserção das irmãs Missionárias de Maria – Xaverianas na Amazônia. Palavras que acordam em mim duas parábolas: a parábola da inserção e a parábola da semente.

A parábola da inserção: inserção, enxerto, enxertar, ou seja, introduzir uma parte viva de um vegetal sobre outro para que a este desenvolva e cresça. O mesmo se dá com implantes ou transplantes entre seres vivos, inclusive seres humanos. Na dinâmica da in – ser – ção pode-se entender a vitalidade que vai de um para o outro ser.

Não é um simples ir para dar em primeiro lugar, mas para dar - receber - comunicar vida. Trata-se de um novo nascimento.

A parábola da semente: “uma pequena semente foi jogada na terra” (Mt 13,24-30), chão fértil da Amazônia, que suas abundantes águas a regaram ... Na semente há duas partes: o albume (a casca visível) e o germe invisível a parte mínima do grão que vai assimilar as reservas nutritivas da massa. A semente foi jogada na terra, e a terra a acolheu, o povo a acolheu. Caindo na terra o grãozinho passa por um fenômeno de desagregação. Mas o germe, que não é a casca e se alimenta das reservas nutritivas da massa, pode dizer em verdade – eu estou nascendo - É a história de cada uma de nós, é a história da nossa presença na Amazônia, Pará e Maranhão.

Semeadas em terra amazônica, regadas por suas abundantes águas nos deixamos desagregar, nos cuidados ao povo pobre, esquecido, doente no Centro Médico, acolhendo em nossas mãos muitas crianças nascendo, renovando a esperança a quem não tinha. Mesclando-nos às mulheres nos ‘clubes de mães’ ensinando com as artes femininas sua dignidade de mulher. Colaborando na educação no Colégio São as Francisco Xavier.

Formando animadores de comunidades que em suas comunidades preparavam aos sacramentos e que foram as semente das comunidades eclesiais de base. Lutando ao lado dos agricultores por sindicato livres e pela posse da terra... Dar - receber - comunicar vida. A terra nos acolheu em seu ventre, o povo tirou nossa casca nos fez parte dele, e fez grelar o novo: Comunidade Eclesiais de Base, novo jeito de ser igreja; clube de mães força feminina que abriu um novo olhar sobre a mulher; religiosidade popular que nos fez entrar na alma mística do povo que nas águas e na terra alimenta sua espiritualidade. Semente que grelou e fez nascer a planta das Missionárias de Maria-Xaverianas que se espalhou ...

E neste ano, festejando nossa chegada na Amazônia é muito bonito repercorrer o caminho traçado com seus acertos e erros, seus sofrimentos e muitas alegrias e colher os frutos, escutando o testemunho de duas gerações das Xaverianas paraenses, de Naira Machado, primeira Missionária de Maria-Xaveriana:

“Passou-se 50 anos que conheci as Missionárias de Maria-Xaverianas, logo que elas chegaram na minha cidade de Abaetetuba. Eu era estudante, do Colégio Nossa Senhora dos Anjos, e fui professora  no mesmo durante uns anos. Observando o jeito de atuarem apostolicamente na periferia da cidade e no interior visitando o povo ribeirinho, simpatizei com esse jeito e logo quis ser catequista como irmã Vita. Desde o primário vendo a dedicação das irmãs que foram minhas professoras já tinha despertado a vocação à Vida Consagrada, porém, quando comecei a escutar, da boca das irmãs Xaverianas, que no mundo havia ainda povos que nunca ouviram falar no nome de Jesus, pouco a pouco acendeu em meu coração o desejo de ir até esses povos para anunciar Jesus. Senti o apelo de Deus dentro de mim e via claramente no testemunho das irmãs estrangeiras, recém-chegadas na Amazônia, a possibilidade de ir até “as extremidades da terra" falar de Jesus a quem ainda não O conhecia. Foi então que pedi para entrar nessa família religiosa para ser missionária como elas.

Meu sonho era a África. Sabia que deveria enfrentar uma outra realidade, outros costumes, línguas, pessoas, deveria deixar a minha terra, porém, o fato de saber que outros iriam encontrar Jesus, conhecer Jesus, amar Jesus e poder chamar Deus de Pai, fazia arder meu coração para partir. Em 1987 depois de minha profissão perpetua fui enviada às missões na República Democrática dos Camarões, no coração da África, onde estou até hoje, atuando no meio do povo 'Masa’, na Diocese de Yagoua, na Região do Extremo-Norte desse país.”

E a voz de Lindomar Teixeira que se eleva num agradecimento:

“Agradeço ao Senhor da Vida e da Missão, pelo dom divino de me ter chamado a fazer parte dessa família consagrada pelo Reino. Quando em 1995, parti para entrar na casa de formação em Curitiba, a saudosa Elisa Caspani deu-me um cartão no qual me escreveu: “Deixa-te guiar pelo Espírito Santo, pois, de verdade, irá construir em ti coisas maravilhosas nunca pensadas...”. Essas palavras sempre foram de inspiração para mim e hoje quero publicar que realmente o Senhor não me frustrou pelas trilhas por aonde me conduziu na Missão, verdadeiramente mostrou-me tesouros secretos que eu poderia encontrar somente abandonando uma parte de mim para poder acolher a novidade de outros povos, línguas, culturas e religiões. Tudo isso não teria sido possível sem a inserção num carisma, numa espiritualidade Ad Gentes, numa Família que me acolheu e orientou-me.

Muito obrigada às irmãs Missionárias de Maria-Xaverianas, italianas, mexicanas e congolesas que aceitaram vir partilhar conosco suas vidas e experiências de fé, obrigada pela doação do vosso tempo, do vosso carinho, da vossa inteligência, do reconhecimento das sementes do verbo na nossa terra, e pela apreciação da nossa cultura, das nossas belezas, cheiros e sabores, obrigada por somar força à nossa luta por mais direitos, saúde e justiça para o nosso povo, enfim... Quero agradecer também às primeiras paraenses que colocaram o pé nessa estrada e com tanto ardor missionário contagiaram-me a engrossar essa fileira.

Agradeço à todas que me ensinaram que a Missão é antes de tudo uma experiência de amor que nos impulsiona em direção aos outros, foi essa mesma experiência que pude fazer em terras europeias (Itália e França) e africanas (Chade e Camarões). Portanto, obrigada também à todas as irmãs com as quais convivi além fronteiras e ao povo de Deus de todos os continentes que proporcionaram-me a chance de fazer esse itinerário de fé alegria e conversão!”

“E o batismo da Amazônia” aconteceu continua acontecendo.


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