Skip to main content

Faça uma doação

Os Missionários Xaverianos não dispõem de nenhuma receita a não ser o nosso trabalho evangelizador e as doações dos amigos benfeitores. O nosso Fundador, São Guido Maria Conforti, quis que confiássemos na Providência de Deus que nunca deixa desamparados seus filhos. Invocamos sobre você e sua família, por intercessão de São Guido Maria Conforti, as bênçãos de Deus.
Atenciosamente,

Redação da Família Xaveriana


Deposite uma colaboração espontânea:

Soc. Educadora S. Francisco Xavier
CNPJ: 76.619.428/0001-89
Banco Itau: agência 0255, conta corrente:27299-9
Caixa Econômica ag. 0374, conta corrente: 2665–3

Artigos religiosos

Visite o site do nosso centro de produção
de artigos religiosos e missionários

CEPARMS


TercoMiss

TercoMiss

Missiologia

Alguns pontos de vista da missão em mudança


O modelo missionário vigente até meados do século passado é hoje, inevitavelmente, objeto de profunda evolução e mudança. Hoje é impossível não levar em conta a ampliação dos objetivos da missão. Os pontos desafiadores e a necessidade de uma nova formação.

O tema das mudanças da missão hoje já não debatemos com a “fúria” do passado, mas que continua a ser real e atual. Já o tratei muitas vezes e ainda hoje, de vez em quando, me perguntam sobre isso. Confesso, porém, que o faço agora com menos entusiasmo porque tenho a impressão de que estou batendo num tema esgotado, pois este discurso choca com vários fatos que parecem negar sua importância. De fato, tenho a impressão de que o termo "missão" está perdendo progressivamente o significado que tinha algumas décadas atrás; além disso, a rápida redução numérica dos missionários ad gentes, junto com a diminuição do interesse por este tema (ainda inconclusa a transição conciliar de "missões" para "missão"), faz com que a missão ad gentes não seja mais considerada como a tarefa exclusiva dos missionários. Isto não é em si um mal... mas o deslocamento da missão da responsabilidade dos Institutos para as Igrejas locais deu lugar ao diluir-se da urgência e a participação na missão por parte das comunidades cristãs. Portanto, são tantas as razões para a minha relutância, embora o assunto continue a reter uma importância que o torna ainda real e relevante.

Pontos problemáticos hoje

Quais são as tarefas da missão ad gentes que ainda hoje lhe correspondem e lhe justificam e, ao mesmo tempo, quais são os pontos problemáticos da missão ad gentes hoje?

O primeiro elemento desta transição está em sintonia com a eclesiologia conciliar, é precisamente o fato do modelo missionário vigente, até meados do século passado está hoje inevitavelmente, sofrendo uma profunda evolução. A missão ad gentes – digo-o sem nenhum desdém da minha parte – ainda encontra adeptos que não pretendem abandonar o modelo tradicional, tanto por parte dos missionários que vão à missão e continuam o seu serviço, como pelas comunidades cristãs que voluntariamente o seguem apoiando. Penso nos generosos grupos missionários das paróquias e dioceses. O fato de o Concílio ter confiado a missão a cada comunidade cristã, seja de origem jovem ou antiga, fez evoluir o dever missionário e está consignando à memória da especificidade missionária, vinculada aos “antigos” institutos missionários.

Talvez seja precisamente por isso que a missão, embora teologicamente mais correta e política ou historicamente mais livre, já não atrai muitos candidatos. A afirmação, teologicamente muito verdadeira, de que "todos são missionários" diminuiu a urgência e o sentido do compromisso missionário. Da mesma forma, a missão entendida como “comunhão entre as igrejas” contribuiu para purificar a ideia de missão de todas as formas coloniais, excludentes e heroicas do passado, mas ao mesmo tempo diluiu sua força. Um último elemento desta mutação é o atual desenvolvimento dos institutos missionários que adquiriram um novo, embora inevitável, rosto transcultural: os novos missionários, fruto da primeira missão, já estão presentes em nossas Igrejas e são declarados os missionários do futuro. É um desenvolvimento providencial e inevitável daquela circularidade da missão que, como já se disse há muito tempo, "volta para casa", de onde tinha partido.

Um segundo elemento dessa mudança, que é impossível perder hoje, é a expansão dos objetivos da missão. Até há algum tempo era fácil estabelecer a sua amplitude, quando a missão ad gentes tinha um duplo e hoje após a Redemptoris missio (34) um triplo objetivo ou âmbito: o anúncio do Evangelho, a constituição de novas comunidades cristãs com o aumento da hierarquia, mais autóctone, e a promoção de “valores evangélicos” também conhecidos como “valores do Reino” (ibid.). Esta última ampliação, embora ainda bastante indefinida, forçou as fronteiras do ad gentes, que agora inclui novos campos de missão, como o compromisso de construir um mundo novo segundo o Reino de Deus e, sobretudo, o diálogo inter-religioso (não apenas acadêmico!). Este novo campo torna necessário salvaguardar a verdade da missão ad gentes e excluir qualquer forma de relativismo em relação à verdade: um novo compromisso incontornável! É por isso que hoje não é mais possível colocar praticamente as religiões não cristãs entre parênteses como se não fossem religiões "verdadeiras", interlocutores necessários da missão: isso postula uma extensão da evangelização para falar de missão inter gentes onde as religiões não cristãs, não são ignoradas como áreas não aptas para a missão, porque resistem ao anúncio do Evangelho ou, pior ainda, porque competem com ele.

Assim sendo, a questão da libertação e da opção preferencial pelos pobres, que tanto tem preocupado a missão tradicional pelo exagerado risco de ideologização e à qual muitas vezes se opôs, é hoje uma das urgências da missão. Com a Laudato sì', o Papa Francisco ampliou ainda mais os interesses da missão cristã ao campo da ecologia integral, que se tornou um desafio para a humanidade, do qual a Igreja não pode se eximir devido às suas implicações políticas e teológicas. A ecologia integral obriga a Igreja a colaborar com as forças sociopolíticas e a abordar questões que, há apenas vinte anos, eram consideradas, se não alheias, pelo menos não especificamente relacionadas com a missão evangelizadora. Pense nos problemas do subdesenvolvimento mundial, da paz e das migrações internas e internacionais.

É necessária a mudança na formação

Detenho-me nestes três aspectos atuais da missão para não entrar, por exemplo, no delicado campo da inculturação do Evangelho, que exigiria um capítulo separado e que já foi amplamente tratado no passado. Mas não posso ignorar que estes desenvolvimentos estão obrigando os missionários e os institutos que se referem à missão, a rever e renovar profundamente a formação espiritual e académica dos seus membros. Está vencido, morto e enterrado, aquele princípio dado como normal, de que pouco ou nada bastava para ser missionário, além da boa vontade de ir e trabalhar. Hoje, as chamadas obras com seu relativo empenho financeiro e econômico não são mais o centro da missão, porque muito mais importante do que dinheiro e instrumentos técnicos é o testemunho de uma vida evangélica, pobre e casta (o que não é novidade) da qual depende a credibilidade da própria missão, e que é a base de uma presença humilde e desarmada, garantia de um diálogo fraterno e verdadeiro com o mundo por parte de uma Igreja que se reconhece mais irmã e mãe do que como senhora e mestra, sinal de comunhão e cuidado do mundo. No entanto, esta identidade “espiritual” terá de ser acompanhada por uma humanidade rica e aberta, e por uma preparação intelectual não ordinária, duas realidades que não podem ser tomadas como certas.

Gabriele Ferrari s.x.
Artículo publicado ma revista ‘Testimoni’, 09/2021, pp.17ss


Artigos relacionados

Missiologia

A missão Ad Gentes na atualidade

Tenho uma convicção profunda. (...) Gostaria de me inspirar também em dois artigos de padre Bruno...
Missiologia

O Gigante da Missão: São Francisco Xavier

São Francisco Xavier (1506-1552), foi o primeiro missionário jesuíta. Ele fez parte do grupo de s...
Missiologia

A Presença Xaveriana em Alto Solimões como Inculturação

Faz pouco mais de quatro anos que nós xaverianos nos encontramos na Diocese do Alto Solimões, o r...
Missiologia

Quem é Jesus para as grandes religiões do mundo?

Estamos celebrando o Natal, uma data importante no calendário de muitos países do mundo, principa...