Jesus historicamente defendeu os pobres e os injustiçados. Ele anuncia o projeto do Reino de Deus, se colocando do lado dos pobres, anunciando a libertação aos cativos. A sua morte é consequência de sua prática: opõe-se à lei, por ser desumanizadora; crítica à religião, por causa da hipocrisia; censura ao templo, que não estava voltado para a realização da justiça, caridade, amor... Portanto, Jesus morre por causa de sua prática em prol do Reino de Deus.
Jesus morre por causa de defender a justiça. Ele veio a instalar o Reino de Deus o que significa lutar pela justiça, pela paz, pela fraternidade, por um mundo diferente em que “todos tenham vida em abundância” (Jo 10,10). Ele pregava o Reino de Deus como igualdade e fraternidade.
Jesus morreu na cruz a pior forma de morte por ser fiel a Deus. A crucificação era a pena de morte usada pelos romanos desde o ano 217 a.C. reservada aos escravos que atentavam contra a vida dos seus senhores, inclusive os que se envolviam em rebeliões e todos aqueles que não eram cidadãos do Império, como era o caso de Jesus.
A morte na cruz era uma tortura tão bárbara e degradante que era a pior maneira de atormentar a quem apanhava. Era precedida pelo açoite, de acordo com a origem e a proveniência social dos condenados.
Entretanto, a crucificação não foi invenção romana, mas era amplamente difundida no Império Romano. Ainda vivos, na cruz, aves de rapina já começavam a comer o condenado. Três ou quatro dias depois, a carne desse indivíduo, apodrecendo, caía da cruz e cães e outros animais terminavam de fazer o serviço.
Jesus morre na cruz condenado a morte pelos romanos como marginal por causa do Reino de Deus. A geração após a sua morte, o chamado movimento de Jesus dá um novo significado a morte de Jesus, como uma morte sacrificial, que ganha dimensão muito mais religiosa e menos política.
Rafael Lopez Villasenor, sx