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Teologia

O Mistério Trinitário na Igreja


Não podemos abarcar o oceano, mas podemos entrar nele. Não podemos abarcar o mistério da Trindade, com a nossa mente, mas podemos entrar nele” (Raniero Cantalamessa).

A Oração Sacerdotal de Jesus é a base da doutrina da comunhão eclesial como expressão da comunhão trinitária… (Jo 17). A vida na Trindade consiste numa relação interpessoal: Três pessoas distintas, cada uma com a sua peculiaridade pessoal que, sem se confundir nem se diluir na comunidade trinitária, são respectivamente desde e para as outras. Cada uma das pessoas divinas precisa das outras para ser “ela mesma”. Por isso, todas as pessoas estão abertas para se dar, e abertas para receber. Na Trindade realiza-se o ideal de amor:  ser vários e distintos e, ao memo tempo, Um. Quando o Concílio propõe a Trindade como exemplo da família de Deus quer que se viva a mesma comunhão.

Na patrística encontramos bonitas definições sobre a teologia da Trindade. São Cipriano de Cartago afirma que: “A Igreja é um povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Por sua vez Tertuliano diz que: “Onde estão os três, Pai, Filho e Espírito Santo, aí está a Igreja”. Santo Agostinho afirma que “Vês a Trindade se vires a caridade”. Para o Concílio Lateranense (1215) declara, falando da Trindade: “a palavra ‘um’ significa, para os fiéis, a união da caridade na graça, e quanto às pessoas divinas a identidade na unidade de natureza”. Enfim, o Concílio Vaticano II diz que “procedendo do amor do Pai eterno, fundada no tempo por Cristo redentor, reunida no Espírito Santo, a Igreja procura o fim salvífico e escatológico (GS n. 40).

O homem é imagem de Deus em sentido genérico, ao passo que a Igreja é, em sentido mais estrito, um ícone concreto da Trindade, de modo que podemos apresentá-la dizendo que é a continuação do amor humano que brota do amor divino e o expressa no mundo. Bruno Forte.

A ação do Espírito Santo em nós consiste em encarnar-nos na realidade de uma forma comunitária: Deus que é relação não se reflete no homem enquanto ser isolado, mas sim enquanto comunidade. A confissão de fé no Espírito Santo está intimamente unida à confissão da fé na Igreja; a Igreja é o “sinal” da presença e da ação do Espírito Santo no mundo e nos homens: encarnação comunitário.

A tarefa da Igreja no mundo é a de criar a unidade a partir da diversidade, o diálogo a partir da violência, a comunhão a partir da divisão. A Igreja é comunhão: cada pessoa é “pessoa” na medida em que se entrega a outra, de modo que, da união de ambas, nasça uma pessoa comunitária, uma comunhão de amor no Espírito Santo.

O caminho para a verdadeira unidade está em imitarmos, entre nós, na Igreja, a pericorese divina. São Paulo Apóstolo indica o seu fundamento quando diz que “somos membros uns dos outros” (Rom 12, 5). Em Deus, a pericórese baseia-se na unidade de natureza, em nós, no facto de que somos um só corpo e um só espírito.

Unidade na Diversidade vivida na Trindade é o modelo e a dinâmica interior da unidade vivida pelos cristãos na Igreja. Quando Jesus reza ao Pai para “que todos sejam um” sugere-nos uma certa semelhança com a unidade das pessoas divinas e a união dos filhos de Deus na verdade e na caridade. Como a unidade divina só se dá na distinção entre as pessoas, também a unidade da Igreja se dá na distinção e respeito pela diversidade de pessoas, grupos e povos (GS 2).

Se Deus estabeleceu um diálogo com o homem na história da salvação; se a vida da Igreja é intimamente uma vida de diálogo trinitário, entre os seus membros na caridade, porque participação no diálogo intra-trinitário, também o diálogo da Igreja com o mundo, para lhe dar a vida de Deus, deve ser apresentado com o mesmo método, ou melhor, na base da mesma lógica trinitária.

Ser cristão significa – na perspectiva do evangelista São João – ser como o Filho, quer dizer que não pode existir sem o Pai, significa não existir para si ou apenas em si, mas viver totalmente aberto na relação “a partir de…” e “na direção de…” A essência da vida cristã consiste em aceitar e viver a existência como “racionalidade” [-concretização do amor-] para entrar, dessa maneira, naquela unidade que é a base que sustenta toda a realidade. (Joseph Ratzinger).

A Igreja tem, na Trindade, a sua origem transcendente e o seu fim escatológico,  como Povo de Deus peregrinante na história,  prossegue na força do Espírito,  a missão do Filho, no tempo,  vindo para fazer de todos uma só coisa. Por isso, a Igreja é Sacramento, sinal e instrumento da unidade, em Cristo, de todos os homens, com o Pai e entre eles (LG, 1).

Esta condição de lugar da aliança, de sinal da Trindade, no tempo dos homens, exige que a Igreja esteja concretamente situada no devir humano: A iniciativa e a fidelidade do Deus Trinitário não se voltam para uma história abstrata e inexistente, mas para a história concreta, para “histórias” bem circunscritas no tempo e no espaço. É nelas que entra o movimento do Espírito Santo que brota do Pai pelo Filho, e sempre em ato de regresso pelo Filho ao Pai.

A ação e missão da Igreja têm como objetivo a realização do Reino de Deus constituído por Cristo numa comunhão de vida, de caridade e de verdade. Atingir a verdade é o grande objetivo, a obra final, afinada e harmoniosa que delícia os sentidos, aquece o coração e realiza a unidade de todos os homens. Esta verdade exercita-se na caridade, que é afinal o ato de execução, de uma orquestra afinada, onde cada um, à sua maneira, mas em sintonia com todos os outros, contribui para a realização da obra. Para que esta execução seja correta precisamos de uma partitura:  a partitura é a comunhão de vida, inspirada pela Trindade, composta, dirigida e comunicada em primeira execução na encarnação do Filho de Deus,  e agora repetida pelos seus discípulos.

TTrindade


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