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A Quaresma 2021 e o Covid


Como podemos experimentar melhor a quaresma em tempos de pandemia? Ou como a Quaresma pode nos ajudar a superar a atual pandemia do coronavírus?

Abrindo bem os nossos corações e deixando Jesus insuflar um novo espírito dentro de nós. Isso é o que as Escrituras nos exortam a fazer logo no início da quaresma, na Quarta-Feira de Cinzas. "Mesmo agora, diz o Senhor, volte para mim com todo o seu coração, com jejum, e pranto e pranto; rasguem seus corações, não suas vestes, e voltem para o Senhor, seu Deus." (Joel 2,12-13). E o apelo profético é ecoado por uma oração do Salmo 51 (50): "Um coração puro cria para mim, ó Deus, e um espírito firme renova em mim" (v. 12). Assim, durante quarenta dias, através do jejum, oração e esmola, a Igreja nos conduz à conversão, reajustando as nossas mentes, corações e vidas a partir de Cristo. Isso é necessário e urgente, pois a pandemia afetou a humanidade em seu âmago. 

Na verdade, já faz quase um ano que toda a humanidade está lutando contra o covid-19. De acordo com a OMS, esse coronavírus já tirou, mundialmente, a vida de quase 2,36 milhões de pessoas, pessoas cujos nomes e rostos ficarão para sempre na memória de nossos corações. Aqui na Amazônia brasileira, a pandemia afetou 142 povos indígenas e cerca de 783 indígenas morreram (dados da COIAB). A maioria das vítimas indígenas são anciãos, guardiões de sua memória cultural, como o líder Kayapó Paulinho Pajakan, que lutou bravamente nas décadas de 1980 e 1990 para garantir os direitos constitucionais dos povos indígenas. Mas, esses são apenas os impactos mais vividamente desastrosos do coronavírus em lugares como a região amazônica brasileira. De modo que está se tornando evidente que esta pandemia não está simplesmente causando uma crise sanitária, mas uma verdadeira mutação no seio de como a humanidade existiu na terra. 

Já que a velha normalidade está passando, temos que abraçar a alteridade que o Espírito de Deus está criando a partir da dor presente e da luta heroica da humanidade. E quaresma é o kairós e o caminho apropriado para abrir nossos corações à obra do Espírito. Em primeiro lugar, devemos lamentar em arrependimento por nossos pecados, especialmente os pecados ecológicos definidos pelo Sínodo para a Amazônia em seu Documento Final (nº 82). Além disso, como não chorar em solidariedade com aqueles que sofrem? Estamos todos interligados. Jesus nos salva do entorpecimento do coração. O grito dos sofredores também precisa encontrar seu caminho em nossa oração. Esta pandemia é o momento certo para resgatar a prática do lamento como oração e protesto profético. Assim, nosso jejum será realmente significativo.

Em segundo lugar, a vida floresce apenas quando e onde é bem cuidada. Acompanhando nossos irmãos e irmãs em sua luta com covid-19, somos confrontados com nossa vulnerabilidade compartilhada em um mundo doentio e irrespirável. Lá aprendemos que misericórdia e cuidado, não lucro, nem poder, são essenciais para que a vida floresça. Porque toda vida importa. Assim, a esmola, como gesto de solicitude e de misericórdia, significa «tirar da cruz os crucificados» e partilhar com eles os meios necessários para viverem dignamente. Isso significa valorizar e apreciar mais aqueles na sociedade que realizam serviços e empregos invisíveis e socialmente desprezaados, mas essenciais. Somos chamados, seguindo o Bom Samaritano, a cuidar com misericórdia dos caídos deixados por mortos à beira da estrada. 

Enfim, a quaresma é, como afirma este ano a Campanha da Fraternidade Ecumênicada, um tempo para construir a verdadeira fraternidade através do diálogo como compromisso de amor, na proximidade e escuta. Em Jesus, Deus se aproxima de nós e nos convida ao diálogo com ele. Fazendo amizade com os últimos, atendendo ao seu clamor e cuidando do planeta enfermo, aprendemos a ser irmãos e irmãs de todos. Durante a pandemia, "Não consigo respirar!"

Ressoou como o clamor simbolicamente doloroso da humanidade em luta, sufocada sob o sistema mundial colonial que mata. Não podemos ignorar isso. Isso significa, por exemplo, garantir que todo ser humano tenha acesso a uma vacina adequada. Como bem diz Davi Kopenawa, grande líder e xamã Yanomami: “Os não-indígenas estão destruindo a Amazônia porque não sabem sonhar. Se pudessem, como nós, ouvir outras palavras além da mercadoria, saberiam ser menos hostis para os povos indígenas."  Tal escuta abre caminhos para um diálogo que, inter-religiosamente e interculturalmente, cria um mundo pacífico e aberto, como mostra o Papa Francisco em Fratelli Tutti. 

Na verdade, endurecer o coração em tempos de pandemia é se tornar um vetor de todos os vírus que sufocam a humanidade e ameaçam o Evangelho de Jesus do Reino de Deus. A pandemia murchará quando cada vida valer nossas lágrimas e indignação, nossa misericórdia e cuidado, nosso ouvido e abraço. Isso é possível se as celebrações da Quaresma forem verdadeiros encontros com o Senhor crucificado e ressuscitado que inspira em nós o seu Espírito novo e constante. Os tempos estão difíceis, mas como disse são Conforti, “o livro das maravilhas ainda não foi fechado”. As maravilhas mais belas são aquelas que a Graça opera no reino dos corações.

Pascal Atumissi Bekububo sx


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