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Missiologia

A Carta Testamento tem o efeito de um despertador


A Carta Testamento (CT), mais do que um texto a estudar é uma pessoa a encontrar. Nela eu posso contemplar o Fundador e nossos primeiros irmãos, e isso não somente no momento específico da aprovação das nossas Constituições, mas desde os primeiros passos da nossa Família Missionária. A Carta Testamento é tal explosão de alegria, de ação de graças e de abandono confiante no Sagrado Coração de Jesus, pois é o arremate de um trabalho longo e exigente de confronto, de discernimento, de escuta e de resistência que foi a elaboração das nossas Constituições.

Lendo a CT, me vejo sentado ao lado do Fundador, escutando-o proferir cada palavra... escolhida, meditada, querida. Ele demorou para escrevê-la. Ele desejou que ela desse gosto e ritmo às nossas regras e à atividade missionária de cada xaveriano. Apesar do fato de que ela tenha sido escrita para o Instituto em geral, por ela encontro pessoalmente o Fundador e sei que ele me fala, me forma e me corrige. Percebo, acima de tudo, seu grande desejo de essencialidade, tão próprio a ele, para que fiquem inscritos em mim, sem confusão, os fundamentos do carisma xaveriano.

Escutando-o, percebo que ele não visa somente a transmitir sua experiência carismática, mas deseja que eu faça parte, que seja, com meus irmãos, um báculo do grande mosaico que formava seu coração no justo momento em que o Espírito o conduzia à fundação. O Fundador deseja que cada xaveriano não seja somente um “membro” do Instituto, mas pelo dom da sua vida e missão – tão pequena e discreta seja ela – seja o seu “coração”. Ele nos lega por esse Testamento a responsabilidade de ser a expressão e a realização atuais da missão à nos confiada pelo Espírito.

Neste sentido, para mim, habitualmente “adormecido”, a Carta Testamento tem o efeito de um “despertador”, que me sacode, me coloca em pé e me convida à caminhar. Ultimamente ela me puxa as orelhas me recordando três coisas:

Sou um consagrado à Missão...

No Brasil, temos o bonito costume de chamar a Profissão Religiosa de “Consagração Missionária”, e acredito que isso agrada ao Fundador. Sabemos bem como ele lutou para guardar a “missão ad gentes” como fim único e exclusivo do nosso Instituto e como ele, discretamente, conseguiu inserir na Formula da nossa profissão o quarto voto (que na verdade é o primeiro) depois de ter sido obrigado a retirá-lo das nossas Constituições. Desde o começo da CT, São Guido exalta nossa vocação missionária como sendo a maior e mais nobre pois parecida com a vocação de Jesus Cristo e dos Apóstolos.

Contudo sinto que alguns xaverianos da minha geração, inclusive eu, temos a tendência de uma missão “temporária”, contamos os anos para voltar para “casa”. Procuramos astúcias para englobar nossos próprios projetos no verbete “missão” e ficar com a consciência tranquila. Si no passado o Fundador deveria justificar e defender a importância do trabalho daqueles que ficavam no país para a Formação e outras exigências do Instituto, hoje em dia estaria procurando todos os meios possíveis para nos convencer da essência mesma da nossa vocação: a missão ad gentes, ad extra, ad vitam.

Que neste ano jubilar eu possa renovar as palavras que professei no dia da minha Consagração: “Consagro, por voto, para sempre, minha vida à ação apostólica da Sociedade Missionária de São Francisco Xavier...”

... para e pelo Cristo...

Na Carta estamento existem duas frases que, segundo eu, ajudam o Fundador a nos mostrar que os votos religiosos não são um aglomerado de leis, mas uma caminhada de seguimento daquele que nos chamou a permanecer com Ele, os votos são a expressão da nossa crescente pertença ao Cristo, consagrado e enviado do Pai. A primeira é a da Carta de São Paulo aos colossenses: “pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus” (Col, 3,3) e a segunda, bela frase de São Guido: “... que as nossas ações exteriores sejam a manifestação da vida interior do Cristo em nós” (CT, 7). Nos parágrafos da CT sobre os votos e a vida espiritual o Fundador nos diz que não existe Consagração Religiosa sem uma amizade íntima com o Cristo, sem o desejo de caminhar com Ele.

Então percebo o valor daquela lista de práticas espirituais propostas pelo fundador e que, na maioria das vezes abandonamos na saída do noviciado. Lógico que algumas coisas não fazem mais parte da espiritualidade do nosso tempo. Contudo, não poderia jamais ser um discípulo-amigo de Jesus sem uma profunda escuta da sua Palavra, que só pode existir consagrando um pouco do meu tempo à meditação e ao estudo. É impossível assumir meu caminho da conversão contínua sem examinar diariamente minha consciência e sem me deixar curar pelo sacramento da reconciliação. Não tem como encontrar Cristo no meu apostolado si eu não o tenho como companheiro de estrada e de missão.

Neste ano de graça, agradeço o Senhor por ter conhecido e vivido com confrades verdadeiramente consagrados à Deus, “contemplativos na ação”. Cada um à sua maneira, nem sempre “beatos”, mas certamente amigos de Deus, anunciavam aos outros Aquele que eles realmente encontraram, Jesus Cristo, que seguiam com amor e devoção.

... como Xaveriano

Utilizando uma expressão do Papa Bento XVI, chamo “valores não-negociáveis” a tríade confortiana: espírito de fé viva, obediência generosa e amor intenso por nossa família religiosa. O Fundador, resumindo tudo o que acabava de escrever, exprimia o voto de que o coeficiente destas três características deveria distinguir o Xaveriano, tais atributos deveriam ser visíveis em cada um de nós. Ele sabe, no entanto, que os adquirir é um processo longo e exigente, mas do seu resultado depende a sobrevivência do Instituto e os frutos do nosso apostolado.

Estas três características são “valores não-negociáveis”, antes de tudo para mim mesmo. Elas devem ser o fundamento e o horizonte do meu projeto pessoal de vida e de missão. Elas são o termômetro pelo qual posso avaliar minha caminhada no seguimento de Jesus Cristo como Missionário Xaveriano.

A tríade xaveriana é também “valores não-negociáveis” quando o assunto é acompanhamento vocacional: a boa-fé de um jovem que realmente acredita no seu chamado; seu desejo profundo de se deixar conduzir por Deus, com liberdade; seu anseio de contribuir com o acontecimento do Reino, fruto do seu amor pela Igreja e pela evangelização, são sinais essenciais de uma vocação missionária.

Por último, o trinômio é também “valores não-negociáveis” para uma boa vida comunitária e por uma missão feita em “família”. Em uma família “intercultural” como a nossa era indispensável uma “base comum”, uma “essência”, capaz de nos unir sem nos uniformizar e nos fazer trabalhar juntos aproveitando a vantagem de sermos diferentes. Meu irmão não precisa (nem deve) ser como eu para ser um bom Xaveriano, mas ele precisa de mim, como eu preciso dele, para bem realizarmos nossa Missão.

Terminando esta pequena partilha devo agradecer o Senhor por ter me chamado a fazer parte desta Família Missionária, e exclamo como São Guido: “o Senhor não poderia ter sido melhor para conosco”. Que neste ano jubilar cada um se sinta convocado a crescer no conhecimento da nossa família, do seu carisma e da sua missão.

Bom ano de graça.

Adriano Cunha Lima, sx


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