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Missão é morrer às nossas certezas


A missão no Chade me faz começar uma vida toda. Apesar dos meus cinco anos de estudo nos Camarões, tudo aqui é novo, diferente, cheio de maravilhas por descobrir. A África é um continente enorme que transborda diversidades e riquezas.

Precisei voltar a ser criança, aprendendo tudo uma vez mais: falar, comer, rezar, me relacionar, fazer missão… de uma maneira toda nova, de uma maneira « chadiana ». Tudo isso nem sempre é fácil, pois é preciso morrer um pouco das nossas certezas, falar menos e escutar mais, silenciar as críticas e ter um olhar positivo a cada fato, situação e pessoa. É preciso abrir o coração para os novos gostos, cheiros, rostos, paisagens e sons procurando, encontrando, amando e anunciando Deus em tudo e em todos.

O Chade é um grande país no coração da África e abriga vários povos e culturas muito diferentes. A paisagem varia do grande deserto do norte às savanas planas do sul. Vivo na região sudoeste do país, em uma cidade chamada Gaya. Estamos na diocese de Pala. A grande parte da nossa população vive daquilo que planta, cria e caça. Temos uma grande estação de seca e uma estação de chuvas. Desde que as chuvas aparecem o verde volta a tomar conta do amarelo seco que é bonito e uma vida nova começa.

O povo espera as chuvas com ansiedade, pois os celeiros estarão cheios somente se elas chegam à quantidade exata. Eles vivem das diversas qualidades de sorgo e do arroz. Cada dia eles preparam uma grande polenta feita da farinha destes cereais e com o molho ao lado compõem a refeição. Aqui comemos juntos, no mesmo prato e com as mãos. Quando as chuvas não são suficientes, os grãos acabam antes da outra colheita e a fome aperta.

O Chade é um dos últimos países no IDH (índice de desenvolvimento humano). E apesar da beleza, da alegria e da força do nosso povo trabalhador, falta muito para que tenhamos um sistema de saúde e de educação dignos.

Este ano nossa diocese celebra 50 anos de existência. Nossa Igreja é jovem. Tudo parece ainda estar no começo. Os cristãos não são a maioria, mas aos poucos nossas comunidades crescem, o Evangelho contagia. Somente os jovens e os adultos recebem o sacramento do batismo e isso depois de quatro anos de uma catequese fortemente baseada nos Evangelhos que eles aprendem de memória.

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Fiquei emocionado na minha primeira páscoa aqui. Nas nossas duas paróquias mais de 100 pessoas receberam o sacramento do batismo. No começo da missa o padre Simon chamava cada candidato ao batismo pelo seu nome, e eles respondiam « an wanni », que significa « sou eu, eis-me aqui ». E eu pensava em todas as gerações de cristãos que responderam a este mesmo chamado e acenderam a luz que não se apaga e afasta as trevas deste mundo. Acendemos então nossa fogueira de mais de quatro metros e eles todos: anciãos, adultos e jovens dançavam, cantavam e gritavam em volta com uma alegria extrema, que ficou gravada até hoje no meu coração.

Somos três Xaverianos a trabalhar juntos: dois padres camaroneses e eu. Servimos duas grandes paróquias com mais de 60 pequenas comunidades. Habitualmente nos encontramos em cinco centros para as celebrações eucarísticas.

As comunidades são distantes e as estradas exigem todos os meios de locomoção, carro, moto, bicicleta, canoa… e os pés. Alguns cristãos caminham mais de oito quilômetros para vivenciar este momento de comunhão, tudo isso dá um sabor a mais de vida cristã. Meu primeiro trabalho é me inserir na língua e na cultura do povo Musey (etnia que vive nesta região do Chade). São poucas as pessoas que dominam bem o idioma francês, exigindo assim o aprendizado da língua local.

A língua é difícil e é o meu primeiro grande desafio como missionário. Assim nos fazemos irmão entre os irmãos. Compreender meu novo povo, buscar Deus nele e partilhar minha fé com ele. Quando cheguei me acolheram com um chapéu, um bastão e uma garrafa de água, símbolos do pastor do rebanho, que caminha sob o sol forte do Chade, levando vida para o rebanho. Isto é um apelo, um grito, parecido com os do Papa Francisco, para que os missionários saiam da sua segurança e caminhe com os irmãos, procurando Deus.

Fazendo do povo de Deus um povo missionário que caminha espalhando o verde da esperança nos desertos deste mundo.

An gagi dep coco'o (muito obrigado). Wayagina.

Pe. Adriano Cunha Lima.


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