Esta reflexõo é importantes. A animação do homem interior, de fato, é fundamental porque nos coloca em relação com o nosso eu mais profundo. Recorda-nos o "conhece-te a ti mesmo" de Sócrates, o "volta a ti mesmo" de Santo Agostinho e toda a espiritualidade dos santos que fazem da vida interior o critério de crescimento em sabedoria e humanidade. Chama à nossa união com Deus, abre-nos à dimensão espiritual, faz ressoar em nós o que é verdadeiro, belo e bom, alimenta a aspiração ao infinito para ir além dos limites impostos pelo tempo e pelo espaço, deseja a união com a vida do Eterno.

Podemos dizer, com o Catecismo da Igreja Católica, que a alma é aquele germe de eternidade, que o homem carrega dentro de si e que Deus colocou em cada mulher e homem na terra. Isso para o cristão é a natureza do homem. Se perde o contato com a alma, com a sua vida interior, o homem já não é impelido a ir mais longe, já não é animado pelo amor que lhe vem de Deus para se fazer dom para os outros, já não vive estabilizado por esperança, mas torna-se vítima da tendência flutuante de emoções que sente no momento e à mercê da interferência externa mais ou menos intrusiva de gurus, influenciadores e gurus. Não é mais o que é chamado a ser, torna-se outra coisa.

Desvinculado de seu centro animador, o homem corre o risco de retornar a "uma dimensão", movido pela materialidade das coisas, pela sedução das fake news e pelos interesses momentâneos, centrados em si mesmo e em seus desejos que se tornam critérios de verdade, isolados dos outros, a quem ele não vê mais como irmãos e irmãs, mas como adversários, concorrentes e obstáculos à sua realização. Émportante, portanto, redescobrir o nosso centro, onde espírito, vontade, inteligência e emoções encontram concordância na alma e se orientam para o bem, o belo e o bem que são atributos de Deus.

Esta viagem missionária é a mais importante. Deve ser percorrida com dedicação, disciplina, sacrifício e criatividade, como se fosse um treinamento constante para aquela corrida que dura a vida inteira, em busca da unidade harmoniosa de todas as nossas dimensões internas e externas, físicas e espirituais, racionais e emocionais, alma e corpo que manifestam a verdade do nosso ser. Estaremos então mais prontos a buscar a fraternidade que somos chamados a formar e a cuidar melhor da casa comum que nos acolhe.

Gianni Brentegani, sx.