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Teologia

CF 2022: Fala com sabedoria, ensina com amor


A Campanha da Fraternidade de 2022, tem como tema: "Fraternidade e Educação" e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Cf. Pr 32,26) tem a proposta de promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário.

1. DISCIPULOS DA PALAVRA: o texto inspirador da Campanha da Fraternidade é da mulher pecadora (Jo 8, 1-11). Conforme a lei a mulher deveria ser apedrejada (Lv.20,10; Dt. 22,13-24). A pedagogia de Jesus mostra que a condenada pela lei não era a mulher, mas os homens que pensavam ser fiéis a lei e queriam apedrejá-la. A lei de Deus não é para condenar, mas para dar vida.  A mulher pela lei daquela época era marginalizada e impura por ser mãe, esposa, filha, mulher (Lv. 12,1-5; 15,18-30). A legislação era fruto do machismo, que achava a mulher inferior ao homem (Ecle.25,12.14; 42,13-14). Também o divórcio só poderia ser pedido pelo homem (Dt.24,1-14).

2. ESCUTAR é mais que ouvir. Escutar está na linha da comunicação, ouvir na linha da informação.  O que escutamos e como escutamos orienta o nosso agir cotidiano. Escutar a realidade que nos fala é recuperar a percepção dos sinais dos tempos. Para saber escutar o todo é necessário não se perder diante de tudo. 

A pandemia da Covid-19 trouxe-nos novos ensinamentos, compromissos e aprendizados para o presente e o futuro. Se tudo está interligado, é difícil pensar que esta calamidade mundial não tenha a ver com a nossa maneira de encarar a realidade, neste sentido, a pandemia ensinou novas lições para a vida e a história.

Um projeto de vida e um projeto de sociedade deve ser retomado na pós-pandemia, na nova realidade.  A reconstrução é sempre recorrente em momentos de superação das grandes crises que neste momento acentuam mais as desigualdades. A nova realidade nasce da capacidade da cooperação humanitária. A nova realidade da Covid-19 nos trouxe novos práticas e princípios.

Durante a pandemia vivemos a crise das informações e das notícias sobre a realidade vivenciada. Há informação que fortalecem e confirmam os preconceitos, há informações que transmitem novos conhecimentos e soluções aos problemas ou geram iniciativas de proximidade, escuta, cooperação e fraternidade.

A pandemia inaugurou um tempo novo, resultado do tempo atual de aceleração dos processos sociais, tecnológicos e políticos.  Viver é saber conviver com o imprevisível e com as ambiguidades da vida.  A cultura do encontro nos deve motivar a romper o preconceito, o ódio e a indiferença, indo ao encontro do outro com criatividade derrubando muros e construindo pontes de solidariedade e esperança.

O papel da educação é a formação humana. Também durante a pandemia precisamos pensar novas formas de educar a partir da realidade das pessoas para viver em comunhão, na fraternidade e de esperança. Necessitamos dar atenção aos impactos e consequências da pandemia.

Os Pais são os primeiros educadores dos filhos, mas não os únicos. Porém, o contexto educativo da família também está suscetível à violência doméstica, com aumento na pandemia. A fraternidade e amizade social também são contextos educativos. As novas tecnologias hoje são educacionais e muitos dos novos desafios são vivenciados pelas novas realidades virtuais. Portanto, existe a educação formal e informal, presencial e virtual que devem promover a liberdade da pessoa humana. Educar é humanizar. A educação é um ato de amor e esperança no ser humano.

A educação formal no Brasil teve avanços, mas ainda enfrenta desafios estruturais. Existe uma dívida histórica de escolarização da população, em relação aos setores mais populares da sociedade. Apenas 51% da população com mais de 25 anos concluiu a Educação básica no Brasil. Também há uma desigualdade na qualidade de educação oferecida, pois as oportunidades na educação não são iguais para todos.

A Educação Básica é atendida na maioria pelos municípios brasileiros (48,4%). A rede privada representa 18,6%; o estado 32,1% e a federal menos de 1%.  Ainda se carece de uma educação pública inclusiva como condição para a justiça social. As mulheres representam 80% dos que atuam na educação básica e 41,3% de todos os docentes possuem alguma pós-graduação. A educação infantil ocupa grande relevância no desenvolvimento integral da criança: físico, psicológico, intelectual e social. Existem no Brasil ainda mais de 11 milhões de analfabetas acima dos 15 anos, o que representa 6,6% da população, com porcentagens maiores no Norte (7,6%) e Nordeste (13,9%). Uma pessoa não é plenamente cidadã se não conseguir fazer uma leitura crítica da realidade.

As escolas católicas inserem-se na missão salvífica da Igreja por meio da educação da fé. Enquanto comunidade educativa integral e integradora, são lugares de encontro realizando a síntese entre fé, cultura e vida com a proposta de um humanismo integral.  A educação particular nunca deve ser vista como mercadoria que visa o resultado econômico.

A Educação Superior é decisiva para a formação do mercado do trabalho e para o desenvolvimento da pessoa e sociedade. É um dos principais caminhos para a capacitação da liderança. De acordo com dados de 2019, 21,4% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados no curso superior. Vários jovens fazem o curso a distância, em especial em tempo de pandemia, também muitos tiveram que abandonar os cursos por não terem recursos econômicos ou problemas de acesso remoto para se conectar com aulas virtuais durante a pandemia da Covid-19.

A Educação Superior Católica visa a educação integral da pessoa, buscando ser Igreja na educação, na vivência dos valores do Evangelho, olhando com esperança e harmonia a realidade.

Os professores e gestores na sua missão de educadores devem produzir uma educação humanizadora eficiente e eficaz que supere a exclusão social, de maneira especial na pandemia da Covid-19, em tempos da tecnologia digital.

O Ensino Religioso é contemplado no art. 210 da Constituição Federal. Ele é facultativo, mas é parte integrante da formação básica do cidadão. Deve assegurar a diversidade religiosa e cultural, sendo vedadas as formas de proselitismo.

A Educação no Brasil é um direito de todos os cidadãos e um dever do Estado e da família. Todavia existem muitos desafios para a educação de qualidade nos diversos contextos sociais e culturais do país que possam promover o bem viver.

3. DISCERNIR: Significa distinguir, enxergar, iluminar a realidade a luz da palavra de Deus e do magistério eclesial.

Jesus é o Mestre Educador que anuncia, ensina e cura (Mt 4,25; 52; At,1,1). Ele ensina os doutores da lei no templo (Lc 2,52), sua educação se deu em Nazaré (Lc 2,39; 4,16). Os doutores da lei (Mt 22, 35-36), os fariseus (Lc 19,39) e os Saduceus (Lc 20, 27-28) o reconhecem como Rabi. Nas parábolas apresenta metáforas, provérbios, comparações, enigmas, similitudes (Mt 13; Lc 15). Ensinava com autoridade (Mt 7,28-29; Mc 1,21-28), na sinagoga (Lc 4,16), no templo (Lc 2,52), na montanha (Mt 5,1-2), no poço (Jo 4). Jesus com sua pedagogia libera pecadores (Lc 15, 7-10), possuídos (Lc 11,14), doentes (Lc 13, 10-17), samaritanos (Lc 17, 11-19), gentios (Lc 13, 20-28). Educa para a criação de uma nova sociedade mais justa e fraterna. Portanto. Educar é um ato eminentemente humano, mas também uma ação divina.

Discípulos missionários educadores ao longo da história são vários santos dedicados a educação, como os padres da Igreja, a exemplo de São Justino que criou uma biblioteca pública. São Clemente de Alexandria, Santo Tomás de Aquino, Dom Bosco, Marcelino de Champangnat, etc.

A educação deve ter um horizonte de desenvolvimento integral, requer a abordagem do aspecto social, ético e religioso da pessoa humana sendo solidária e inclusiva. A vida em família cabe a missão e o dever educativo, proporcionando o desenvolvimento dos filhos.

Educar para o diálogo cultivando boas relações humanas, promovendo os valores humanos, na arte de conviver fraternalmente, de cooperar e de dialogar. Inclusive, deve-se educar para o belo, o bom e o verdadeiro.

4. AGIR: a arte de escutar conduz ao discernimento e ao agir na transformação da realidade social. Uma educação humanizada não pode limitar-se a fornecer um serviço de formação, mas em especial, a cuidar dos resultados no horizonte das capacidades pessoais morais e sociais.

Um projeto de vida como fonte para uma nova sociedade é ir além de uma carreira profissional, deve focar também na realização do bem comum e social.

A educação é obra necessariamente social e não singular. É um pacto Educativo global. Assim, uma educação frutífera não depende apenas da preparação do professor e da habilidade dos alunos, mas da qualidade do relacionamento que se estabelece.

Educar para o humanismo solidário é construir a civilização do amor por meio da esperança, diálogo, justiça e fraternidade. 

Educar é iniciar processos a partir de pequenas práticas. Em tempo de pandemia é preciso ousadia e criatividade para superar as dificuldades impostas pela realidade. Também é necessário apoiar a formação dos professores como educadores dos valores fundamentais da sociedade. Inclusive apoiando o ensino religioso nas escolas, que este seja ecumênico e com professores preparados.

A Educação na ação pastoral nas comunidades eclesiais missionárias deve integrar as pessoas com deficiência à educação da fé, criando iniciativas em prol da paz e da justiça. Instituindo ações concretas na educação inclusiva de acordo com a realidade local.

Avaliar o compromisso com a educação e incentivar a coleta da solidariedade da CF, sendo 60% para a diocese e 40% para o fundo nacional da solidariedade.

Rafael Lopez Villasenor, sx


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