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Artigos

A missão de Nangololo em Cabo Delgado é destruída


A população foge dos terroristas e lideranças relatam horrores dos ataques e massacres. A terrível situação de guerra que Cabo Delgado em Moçambique enfrenta há três ano, exige hoje a presença samaritana e profética da Igreja. O rosto sofrido do povo, pede dos cristãos a partilha e a solidariedade. Os ataques já causaram mais de 2 mil mortos e 500 mil deslocados. Cabo Delgado quer paz.

Mapa 1 768x698Desejo atualizar informações sobre a situação da Diocese de Pemba, a partir do testemunho de Luiz Fernando Lisboa, o nosso bispo. Não se trata de uma leitura personalista, mas de um projeto missionário. Luiz Fernando sempre pautou a sua vida na defesa dos Direitos Humanos, no trabalho com as CEBs, no compromisso com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), com a missiologia, em seu amor pela missão na África…“Filho de peixe, peixinho é”, diz o ditado.

Esta missão é a segunda mais antiga da Diocese. Foi fundada em 1924 pelos padres monfortinos. É constituída por 26 comunidades, numa região conhecida como o Planalto do Povo Maconde. No decorrer destes quase cem anos já trabalharam lá os Freis Capuchinhos, Missionárias da Consolata e desde 2017, os Missionários Saletinos.

A presença missionária na África, exige uma prática na área social. Embora sejam construções simples, os antigos missionários edificaram nesta missão as escolas (temos três mil alunos matriculados em 2020), uma Creche (com 80 crianças), Centro de Formação, Ambulatório Dentário, a casa dos padres, a casa das irmãs, uma rádio comunitária, o poço para fornecimento de água, tc. A diocese está em uma região muito pobre. Viemos conscientes de que não somos “salvadores da pátria”. No entanto não podemos ficar parados diante dos gritos que clamam por ações que podem ser encaminhadas.IMG 20201121 WA0049

Fomos então priorizando algumas áreas: a saúde, o poço da água, a rádio comunitária, a creche, etc. Foram surgindo algumas dificuldades. Algumas delas acolhidas por amigos e amigas com gestos concretos. Desejávamos formar um grupo de costureiras para costurar os uniformes das crianças da creche e confeccionar bonecas de pano… Algumas amigas enviaram uma pequena máquina de costura do Brasil. Também a máquina de juntar as folhas secas na época do verão, os remédios para as doenças mais simples, o material para esporte, os terços ou material religioso… tudo isso chegava aqui com muita dificuldade. Nossos olhos brilhavam quando recebíamos. Parecíamos adolescentes ao receber um presente… Sempre priorizamos o que trazer. Mas em todos estes gestos era muito amor envolvido. Não se tratava de mandar para África o “presente para o coitadinho”, ou enviar o que não serve mais…

Nestes três anos na missão em Muidumbe tudo foi sendo encaminhado com muita dificuldade: este mês vamos comprar uma lata de tinta, no próximo vamos ver de dar para comprar a porta… tudo é assim… Enfrentamos o ciclone, as enchentes, a falta de alimentos nos mercados… A naturalidade de tomar banho de caneco e limpar o vaso sanitário com o balde d’água.

IMG 20201121 WA0075Em um dos cômodos da Casa Paroquial, quando fugimos da guerra, juntamos todo material da rádio (notebook, amplificador, microfones) o projetor… os equipamentos e máquinas, todo material de suporte dos projetos da missão, livros e pastas...

Cabo Delgado enfrenta uma guerra insana, que nunca nos foi dado uma explicação das suas reais motivações… No dia 30 de outubro os terroristas voltaram a ocupar o Distrito de Muidumbe onde fica a nossa Missão. Homens armados e violentos tomam conta por vinte dias de toda área da missão… Toda população foge para o mato. Nós nos refugiamos em Pemba, a capital e não tínhamos notícias da real situação que estava sob o controle dos terroristas. O povo no mato passando por momentos delicados, situações desumanas. Nós tentando contato com os animadores e favorecendo o envio de recursos para o transporte.

Enfim, no dia 19 de novembro os terroristas abandonaram a Missão. Então algumas lideranças que estavam na única cidade que não havia sido atacada, mesmo correndo perigo, foram até a Aldeia de Muambula e, com muita dificuldade conseguem ligar para nós e comunicaram: “Está tudo destruído… a casa onde residíamos se transformou em cinzas… todos os equipamentos foram queimados. O templo onde fica a sede da Paróquia destruído… a sala da rádio comunitário queimada. A casa das irmãs destruída…”. Uma grande dor perpassa nosso coração! Não pelas “coisas”, entende? Mas pelo esforço de cada passo dado nessa missão.

IMG 20201121 WA0084 1As lideranças relatam que, pelos caminhos, estão encontrando muitos corpos já em decomposição e que aconteceram massacres. As ações dos terroristas são violentas, muitas pessoas foram decapitadas, casas queimadas e derrubadas...

Esta dor não é apenas dos missionários. É a dor de um povo. Gente que continua sem localizar seus familiares. Pessoas que tiveram suas casas queimadas. Muitas pessoas assassinadas. Fala-se de massacres e de 500 mil deslocados. Vidas e vilas destruídas!

Temos recebido palavras de conforto de diversas partes. Todos nos dizem:  “o importante é a vida e saber que vocês estão seguros. Que estão na sede da Diocese para um dia ajudar o povo a reconstruir sua vida”.

É verdade! Mas tudo isso é muito dolorido. O povo espalhado por todos os lados. A solidariedade internacional é importante neste instante, mas imagine o que é encaminhar hospedagem, comida, remédio, água, barracas, lonas… para 500 mil pessoas...

Que cesse esta guerra cruel! Vem paz querida! Volte para junto de nós… Vem Espírito consolador a recuperar vidas destroçadas… Traz de volta o sorriso escancarado dos lábios deste povo, do olho vivo que fala, das danças e cantos… porque vivemos no luto, no canto sufocado, nas dores do corpo fraco da fuga das matas…

Nós missionários estamos seguros. Estamos com saúde. Estamos nos alimentando (realidade que não é para todos). Mas, neste momento, mesmo se não temos muito o que fazer, nosso lugar é aqui. Esta realidade exige a presença samaritana da Igreja. Esta guerra exige a voz profética da Igreja. O povo com o rosto da fome exige dos cristãos a partilha e a solidariedade.

Dom Luís Fernando com o Papa Francisco

Pe. Edgar Silva Junior. Fonte: https://consolataamerica.org/


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