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São José, patrono dos anônimos


Por mais de vinte anos pesquisei sobre São José nas melhores bibliotecas do mundo. Disso resultou um livro de tamanho considerável – São José, a personificação do Pai – que pessoalmente considero, pela idade que já tenho, o meu "nunc dimitis" (minha despedida) de uma reflexão dogmática-sistemática sobre a fé cristã.

Como todas as coisas, assim também José, além do lado visível de artesão, esposo, pai, educador possui um outro invisível, ligado ao Mistério que ganhou uma das expressões singulares no caminho de Maria, de Jesus e dele mesmo. No livro tento mostrar que ele significa a personificação do Pai, assim como Jesus é do Filho e Maria, do Espírito Santo. Esse discurso vale apenas para os cristãos. Não abordarei esta espinhosa questão. Restrinjo-me àquilo que todos podem compreender, independemente da fé que professem.

São José é uma figura de sombra. Não deixou nenhuma palavra, apenas teve sonhos que, não sem dificuldades, acatou e seguiu.

Não sabemos nem quando nasceu nem quando morreu. Apenas que, corajoso, levou para casa uma menina grávida e assumiu o menino impondo-lhe o nome Jesus. Depois enfrentou com a família a perseguição de um monarca sanguinolento, fugiu para o exílio e, na volta, se escondeu numa vilazinha ao norte, em Nazaré. Iniciou o filho nas tradições religiosas de seu povo e lhe transmitiu a profissão de artesão-carpinteiro. Dele se diz que era um homem justo. Depois sumiu sem deixar sinal. Apenas os apócrifos (livros tardios não aceitos pela Igreja oficial) sabem muito de José mas de forma fantasiosa e, por vezes, ridícula. Até referem que, viúvo com seis filhos, casou com Maria aos 93 anos, ficou com ela por 18 anos e morreu com 111.

São José nunca teve centralidade na Igreja. Somente depois de 800 anos apareceram os primeiros sermões sobre ele. Só em 1870 foi proclamado patrono da Igreja Universal, não pelo próprio Papa, mas por um decreto da Congregação dos Ritos. Nos anos 60 o Papa João XXIII inseriu seu nome no canon da missa.

Essa invisibilidade de São José não é sem sentido. Funda uma espiritualidade bastante esquecida pelo cristianismo oficial. Neste são os papas, os bispos e os padres que ocupam a cena, falam e têm visibilidade. Mas existe um poderoso cristianismo popular, cotidiano e anônimo do qual ninguem toma nota. Nele vive a grande maioria dos cristãos, nossos pais, avós e parentes que tomam a sério o evangelho e o seguimento de Jesus. São José por seu anonimato e silêncio se insere ai dentro. Mais que patrono da Igreja universal é o patrono da Igreja doméstica, dos irmãos e irmãs menores de Jesus. Ele é um representante da "gente boa", da "gente humilde", sepultados em seu dia-a-dia cinzento, ganhando a vida com muito trabalho e levando honradamente suas famílias pelos caminhos da honestidade. Orientam-se mais pelo sentimento profundo de Deus que por doutrinas teológicas sobre Deus.

Para eles, como para José, Deus não é um problemas mas uma luz poderosa para os problemas.

Foi neste ambiente que Jesus cresceu. Sua relação com José a quem chamava de pai, deve ter sido tão íntima que serviu de base para sentir a Deus como "Paizinho querido" (Abba) e nos transmitir essa experiência libertadora. Isso já é suficiente para sermos eternamente gratos a ele.

LEONARDO BOFF.


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