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Teologia

Quaresma: tempo de reconciliação


O tempo da quaresma fala de conversão, de reconciliação com Deus, com a Igreja, com todos os irmãos. A Igreja oferece-nos várias possibilidades para que realizemos tal reconciliação e conversão.

"Quaresma" soa quarenta. Quarenta o quê? Quarenta anos do peregrinar de Israel pelo deserto até a terra prometida. Quarenta dias de jejum de Jesus no Monte das Tentações. Quarenta dias que separam o início da quaresma e a Páscoa. Em todo caso, quarenta refere-se a número. Número traduz a maneira humana de medir: tempo e espaço. A conversão humana necessita de tempo e espaço. A Igreja sabe bem disso. Oferece-nos este tempo - quarenta dias - e este espaço - a liturgia com orações, leituras e celebrações - para introduzir-nos na pedagogia da conversão.

A mais importante, fundamental, imprescindível acontece dentro do coração. Sem conversão do coração, qualquer sinal e rito externo fica vazio. A palavra de Deus, lida ou meditada, ouvida ou rezada, torna-se para nós, em muitas ocasiões, momento propício para tal conversão.

A conversão do coração significa mudança de orientação de vida. Ora exige-se mudança radical, quando a pessoa se encontrava visceralmente desviada do amor a Deus e ao irmão, e centrada fundamentalmente em si mesma. Ruptura dolorosa com um egoísmo profundo e centralizante. O termo "conversão" faz valer toda a força da etimologia. Muda-se de direção. A coordenada da existência apontava para o centro de si. Pela conversão, ela se direciona para o irmão, e, na pessoa do irmão, alcança o próprio Deus.

Ora trata-se de correção de rota. Nossa viagem caminha fundamentalmente para o irmão e para Deus. No entanto, as distrações do percurso nos desviam um pouco da rota. Se deixarmos, sem mais, ir seduzindo-nos por elas, pouco a pouco estaremos tomando a direção oposta e nunca chegaremos à meta almejada. Cumpre corrigir a trajetória e continuar a mesma viagem. São as pequenas e necessárias conversões, acontecidas no cotidiano de nossas falhas e desvios.

Em termos bíblicos, traduzia-se a conversão no abandono dos ídolos em direção ao Deus verdadeiro. Os ídolos personalizam as clássicas formas de egoísmo: busca exclusiva dos próprios bens materiais, prazer e poder com exclusão do irmão, sobretudo do mais necessitado. O Deus verdadeiro se experimenta no encontro com os bens, prazer e poder em vista do irmão. As realidades humanas continuam as mesmas. Lá dentro, no centro de nosso ser, processa-se a mudança de orientação e tudo se move em outra direção.
No entanto, esta conversão interior do coração não cobre todas as possibilidades que temos de vivenciá-la.

Como seres sensíveis vivemos em comunidade com os outros. Sentimos a necessidade de manifestar visivelmente as atitudes profundas do coração e assim reforçá-las. Além disso, Deus, ao conhecer a natureza humana, quis que sua salvação se manifestasse na humanidade de seu Filho. Toda a graça de Deus tem profundo movimento interno para tornar-se visível. Assim a graça do perdão tende a manifestar-se.

A maneira visível mais conhecida e praticada da conversão manifesta-se pela confissão individual. Diante do sacerdote, representante de Deus e da comunidade, manifestamos-lhe os pecados em espírito de contrição e arrependimento. E ele confere-nos o perdão de Deus no exercício do ministério que recebeu para isso.
A Igreja, desde o quinto século, tem praticado a forma da confissão individual, auricular. Ela nasceu da experiência pedagógica de seus benefícios depois de um momento em que toda confissão era pública, mais rara, mas muito pesada e exigente.

Depois do Concílio, nossas comunidades têm vivenciado outro tipo de expressão do mesmo sacramento, com muito fruto espiritual, a saber, a confissão comunitária. Tem todos os elementos fundamentais do sacramento: arrependimento e contrição de nossos pecados, manifestação de nossa situação de pecadores comparecendo à celebração e o ato do sacerdote que absolve os pecados. Substitui-se a confissão individual e sua ajuda especial pela orientação dada a todos na celebração.

Sem ter o mesmo sentido de sacramento da reconciliação, em cada celebração da Eucaristia, há um momento de perdão. A Eucaristia também nos atualiza o perdão já que se apresenta a Deus Pai o sacrifício de Jesus pela remissão de nossos pecados. Falta-lhe a ajuda e intervenção específica da Igreja, própria do sacramento da penitência. Por isso, os cristãos, mesmo que recebam verdadeiramente em cada celebração da Eucaristia o perdão dos pecados, procuram a confissão individual ou a celebração comunitária em busca de uma ajuda apropriada e específica, selada por uma graça e presença especial de Deus.

Cada pequeno pedido de perdão sincero ao irmão, que ofendemos no nosso cotidiano, vem também acompanhado da graça perdoante de Deus. Deus está sempre a oferecer-nos inúmeras possibilidades de conversão e de graça. A quaresma se tona a ocasião propícia e privilegiada.

João Batista Libânio


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