Caríssimos irmãos,
Acabamos de celebrar a Solenidade litúrgica de Pentecostes. Ela marca o início do tempo do Espírito Santo na história da salvação cristã. Durante os anos do ministério público, conforme conhecemos pelos Evangelhos, Jesus prometeu aos seus discípulos o dom do Espírito.
No Evangelho de João, Jesus diz que o Espírito da verdade, enviado pelo Pai em seu nome, nos ensinará e nos lembrará de tudo o que ele fez e disse, nos guiará à verdade completa e nos anunciará o que está por vir (Jo 14,26; 16,13). No final do mesmo Evangelho, no momento da ressurreição, vemos que a promessa se torna realidade quando Jesus sopra sobre os discípulos e diz a eles: Recebam o Espírito Santo (Jo 20,22).
A partir desse momento, a Igreja inicia o seu caminho: os discípulos deixam o medo para trás, abrem as portas do Cenáculo e, partindo de Jerusalém, começam a testemunhar a Boa Nova de Jesus Cristo morto e ressuscitado para a salvação da humanidade, até os confins da terra. A missão que Jesus recebeu do Pai agora continua em seus discípulos através da ação do Espírito Santo.
Quero lembrar e proclamar em voz alta que somos fruto desse poder divino, do testemunho dos primeiros missionários do Evangelho, e que, graças à nossa colaboração, muitas pessoas têm acolhido e continuam a acolher em suas vidas a salvação que Deus oferece à humanidade. Como testemunho, basta mencionar uma mensagem que recebi nos últimos dias de um jovem adulto que cresceu em uma paróquia confiada a uma comunidade xaveriana. Ele diz o seguinte: Vocês são verdadeiros missionários e tenho orgulho de ter amadurecido na fé através de vocês. Que Deus os abençoe a todos.
Amar a nossa vocação Xaveriana
Faltam poucos dias para a celebração do XVIII Capítulo Geral. A iniciativa do Espírito divino na vida da humanidade em geral e da Igreja em particular nos lembra de uma verdade muito importante: não estamos sozinhos, caminhamos na presença de Deus, na verdade, Ele nos precede. Portanto, é essencial para a nossa vida e para a vida de nossa Família Missionária continuar a crescer dia a dia no relacionamento pessoal e comunitário com nosso Deus, origem e fundamento do que somos e do que somos chamados a ser. É a qualidade desse relacionamento que nos permite ir, com serenidade e confiança, em busca do que o Pai reservou para nós.
Alguns dias atrás, deparei-me com um testemunho sugestivo sobre o significado da vida contemplativa na Igreja. Diz o seguinte: Uma vez, uma freira me disse que a vida contemplativa é como a pequena lâmpada do sacrário. Essa pequena lâmpada não tem utilidade alguma: sua luz é muito fraca para iluminar. Sua única função é testemunhar que Deus existe e que está dentro do sacrário (o que significa que Ele permanece no mundo, conosco). Nada mais. E conclui dizendo: A vida contemplativa não serve para mais nada além de testemunhar que Deus existe.
Podemos aplicar isso, por analogia, ao carisma xaveriano na Igreja: é pequeno, é uma gota no oceano da missão da Igreja, mas está lá, com sua peculiaridade e especificidade, para testemunhar que o Evangelho é a Boa Nova do amor de Deus para a humanidade em geral e, de forma muito particular, para aquelas pessoas e grupos humanos que ainda não tiveram a sorte de conhecê-lo. Vivemos isso fora de nosso ambiente, de nossa cultura e de nossa Igreja de origem (C 9).
Dessa forma, também nós podemos dizer algo semelhante: a vida Xaveriana não serve para mais nada além de testemunhar que Deus é nosso Pai/Mãe, Pai/Mãe de toda a humanidade.
Que seja por todos conhecido e amado, Nosso Senhor Jesus Cristo
Fraternamente,
Fernando García Rodríguez, sx