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‘Entre os objetivos desta nova Conferência, “perfilavam-se uma revisão das Conclusões da I Conferência Geral do Rio de Janeiro (RJ), mas, sobretudo, a aplicação à América Latina e Caribe das Constituições, Decretos e Declarações do Concílio Vaticano II, a partir das realidades e aspirações, dores e esperanças do Continente'”, escreve Frei Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção – SP) e professor aposentado de Filosofia (UFG).

Neste ano de 2018, celebramos o Jubileu de ouro – 50 anos – da II Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho, que foi aberta por Paulo VI em Bogotá (Colômbia), no dia 24 de agosto de 1968 e realizada em Medellín (Colômbia) entre os dias 26 de agosto e 6 de setembro daquele ano.

Fazer a memória desse importante acontecimento significa voltar às fontes e reviver, em nossa realidade, os ensinamentos de Medellín, mostrando sua atualidade, que – aliás – é uma tarefa urgente no meio eclesial e, sobretudo, eclesiástico de hoje. Tem-se a impressão que muitas Igrejas esqueceram de Medellín e do papel fundamental que exerceu e ainda exerce na caminhada de renovação da Igreja latino-americana e caribenha depois do Concílio Vaticano II. Às vezes, parece até que seus ensinamentos foram descartados e jogados no lixo.

No decorrer deste ano e, se for necessário, continuando também em 2019, numa série de artigos, com o título geral “Medellín em gotas”, pretendo – de cada um dos 16 documentos – destacar e divulgar, com algumas reflexões e utilizando ao máximo as palavras dos próprios documentos, as principais contribuições (ideias-chave) das Conclusões de Medellín para a Igreja na América Latina e no Caribe, hoje.

Só as primeira três “gotas” (Contexto histórico, Método adotado e Modelo eclesiológico) serão de caráter geral, com a finalidade de situar, social e teologicamente, o sentido da Conferência de Medellín como um todo.

Por serem as “gotas” numeradas, se houver a necessidade de escrever artigos sobre outros assuntos, sua publicação poderá ser momentaneamente interrompida, sem causar nenhum problema ao leitor ou à leitora.

Para fazer algumas reflexões sobre o contexto histórico de Medellín – a 1ª gota” – sirvo-me das informações do historiador e teólogo José Oscar Beozzo.

A Conferência – diz ele – “encontra suas raízes e inspiração, de uma parte, nos clamores e esperanças do povo latino-americano e caribenho e, de outra, no Concílio Vaticano II (1962-1965) e nos processos e sonhos por ele desencadeados na vida da igreja”.

A América Latina “era o único Continente que, ao chegar ao Concílio, já contava com uma estrutura episcopal de caráter colegial, o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM)”, fundado na I Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho, Rio de Janeiro, 1955.

Entretanto, seu Presidente, o Cardeal do México, Mons. Dario Miranda y Gómez, “ao chegar a Roma, para a abertura do Concílio, em outubro de 1962, recebeu uma notificação da Cúria Romana de que o CELAM não podia convocar reuniões durante o Concílio. A imprevista suspensão da assembleia conciliar, logo em sua primeira sessão, a pedido do cardeal Achille Lienart, arcebispo de Lille na França e de outros cardeais que o secundaram, para que os bispos e Conferências episcopais pudessem se consultar para elaborar as listas de candidatos às Comissões conciliares, provocou o primeiro encontro não oficial dos bispos do CELAM. Da segunda sessão, em diante, já dentro do clima de liberdade do Concílio, o CELAM realizará suas assembleias, durante o próprio Concílio, além de inúmeras sessões de estudos, em função dos debates conciliares”.

Dessas reuniões, surgiu – muito forte – o desejo de uma II Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho por duas razões. Primeira: “a convicção da necessidade de um grande esforço conjunto do Continente para encaminhar a aplicação à vida da Igreja da América Latina, das Resoluções, Decretos e Reformas urgidas pelo Concílio”. Segunda: “a consciência de que temas fundamentais para o Continente não conseguiam entrar na pauta conciliar determinada, em grande parte, pelos episcopados centro-europeus. Mesmo a grande esperança depositada no esquema XVII, transformado em esquema XIII e, finalmente, na Constituição Pastoral sobre a ‘Igreja no mundo de hoje’ (Gaudium et Spes – GS), cumpriu-se apenas parcialmente. Os países subdesenvolvidos da América Latina, África e Ásia, não sentiam que seus problemas fossem compreendidos e, finalmente, assumidos pela já sobrecarregada agenda conciliar”.

Medellín, “espiritualmente, deita raízes no grupo da ‘Igreja dos Pobres’ que se organizou já na primeira sessão do Concílio, com alguns bispos da Europa, da África e da América Latina, por inspiração de Paul Gauthier que fora professor no Seminário Maior de Dijon na França e partira para Nazaré, onde levava vida de pobreza como operário na imitação de Jesus Carpinteiro”. Terminado o Concílio, “este grupo propôs o Pacto das Catacumbas, em que se comprometia em levar vida de pobreza e de compromisso com as lutas dos pobres e solidariedade em suas necessidades e penas”.

Após o Concílio, Paulo VI – atendendo também ao pedido de diversos bispos – na Encíclica “Desenvolvimento dos Povos” (Populorum Progressio – PP, 1967), retomou os temas do clamor e das angústias dos povos da América Latina, África e Ásia, e da necessária solidariedade internacional. A Encíclica exerceu “profunda e duradoura influência sobre o Continente e sobre as atitudes da Igreja, frente ao desenvolvimento, ‘o novo nome da paz’, no dizer da própria Encíclica. Tornou-se, ao lado dos Documentos do Vaticano II, uma das principais fontes de Medellín”.

Entre os objetivos desta nova Conferência, “perfilavam-se uma revisão das Conclusões da I Conferência Geral do Rio de Janeiro (RJ), mas, sobretudo, a aplicação à América Latina e Caribe das Constituições, Decretos e Declarações do Concílio Vaticano II, a partir das realidades e aspirações, dores e esperanças do Continente”.

Por ocasião do décimo aniversário do CELAM, Paulo VI – em seu discurso de 23 de novembro de 1965 aos cerca de 600 bispos latino-americanos – “acena, pela primeira vez, publicamente, com a realização da II Conferência, como meio de estabelecer um Plano de Pastoral para a aplicação do Concílio no Continente”.

Mesmo “com muitas dificuldades práticas nascidas, de um lado, da instável situação político-social da América Latina e, de outro, dos problemas entre o CELAM e a Santa Sé, representada pela Comissão para a América Latina (CAL), na repartição das responsabilidades e no estabelecimento do regulamento”, é neste contexto histórico que – depois de diversos encontros de preparação imediata, promovidos pelo CELAM – foi realizada a II Conferência Latino-americana e Caribenha e foram publicadas suas Conclusões.

Referência:
José Oscar Beozzo. Medellín: inspiração e raízes.

Fonte: IHU


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